terça-feira, 8 de abril de 2008

Empresas colaboram com Receita Federal para criar documento eletrônico para transporte de cargas

A Receita Federal, em parceria com mais de dez empresas do setor de transportes e com as Secretarias Estaduais de Fazenda, pretende desenvolver a forma eletrônica do documento de Conhecimento de Transporte (CT). A idéia é facilitar e baratear o burocracia envolvida no transporte de cargas, inclusive por empresas aéreas.

O Conhecimento de Transporte é um documento padrão, emitido por todos os transportadores de carga antes do início do percurso informando qual o conteúdo do que está sendo transportado. A forma eletrônica do documento, o CT-e, deve ser implementada ainda neste ano, em substituição aos atuais formulários em papel.

Segundo a TAM, uma das empresas envolvidas no projeto, a adoção do CT-e trará maior agilidade e eficiência a suas operações, com a possibilidade de automação em alguns procedimentos hoje realizados manualmente. Hoje, após o desembarque das aeronaves, toda a carga passa por um processo de verificação fiscal e não pode ser entregue antes de cumpridos, manualmente, uma série de procedimentos burocráticos.

A companhia aérea afirma que, com a versão eletrônica, o tempo de processamento da carga será reduzido nos postos fiscais, diminuindo o prazo entre postagem e entrega das cargas.

Na parte dos custos, a empresa estima poder economizar cerca de cinco toneladas em papel por ano com a adoção do CT-e. Atualmente, a TAM emite cerca de 200 mil documentos do tipo por mês, num total de 2,4 milhões por ano.

O processo é importante também para alavancar a estratégia da TAM de desenvolver mais suas receitas obtidas com cargas. O desempenho nas vendas de espaço para transporte nos porões das aeronaves têm ido na contra-mão dos ganhos com passageiros nas operações dentro do país. No ano passado, a receita com passageiros em operações domésticas da TAM caiu 6,4% (para R$ 4,8 bilhões), enquanto o faturamento com transporte de carga cresceu 11,9% (para R$ 360 milhões). Já nas rotas internacionais, enquanto o faturamento com passageiros cresceu 38,5% (para R$ 2,1 bilhões), o ganho com cargas aumentou 153% (para R$ 416 milhões).

Fonte: José Sergio Osse (Valor Online)

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