A filha de Maria Petrucia, Danara Williams/Fabio Guimarães - Extra
"O comandante acionou o pessoal de terra da TAM para que pedisse o socorro médico da Infraero, o que foi feito em seguida, às 5h05m. O avião pousou e, às 5h28m, abriu as portas. O atendimento de emergência não se encontrava no finger, e a passageira desembarcou acompanhada por um funcionário da companhia aérea, que a conduziria ao ambulatório ao aeroporto. Ainda no finger, porém, ela desmaiou. O serviço médico da Infraero foi acionado pela segunda vez e chegou ao local às 5h53m, levando a passageira em uma ambulância", informou a empresa, por meio de uma nota.
Depois de receber a notícia da morte da mãe, a atendente do aeroporto de Nova Iorque Sandra Williams, de 37 anos, viajou para o Rio para liberar o corpo. No Instituto Médico Legal (IML), ela informou que o dinheiro sacado por Maria nos Estados Unidos - cerca de US$ 8 mil, para pagar impostos de uma casa da família em Macaé, onde Maria ficaria até fevereiro - haviam sido roubados, juntamente com cartões de crédito e documentos de identidade.
- Não sei o que aconteceu. Quando meu marido a levou para o aeroporto, estava bem e não se queixava de nada. Depois, a TAM ligou para a minha irmã, dizendo que ela tinha falecido. Minha mãe tinha US$ 8 mil, mas rasgaram a carteira e tiraram esse dinheiro. Só ficaram US$ 10, a carteira de identidade e os dois passaportes. Isso foi o que deixaram - afirmou Sandra, explicando que a mãe tinha pressão alta, mas tomava remédios.
No IML, os técnicos fizeram autópsia, mas como o resultado ainda não saiu, a causa da morte é indefinida. No entanto, segundo o vice-diretor do instituto, Sérgio Simonsen, há indícios de que Maria tenha sido vítima de trombose venosa profunda, mal conhecido como "síndrome do avião ou da classe econômica", causada depois de voos nos quais o passageiro fica praticamente imóvel durante muitas horas.
Em nota, a Infraero lamentou o ocorrido e informou que abriu sindicância interna para apurar os fatos e responsabilidades sobre o atendimento à passageira e irá colaborar com as investigações no que for necessário a fim de se esclarecer o ocorrido. Na nota, a empresa informou que a aeronave pousou às 5h27m na posição 47 do aeroporto e só às 5h35m a companhia aérea fez contato telefônico com o Serviço Médico avisando que no voo havia uma passageira sentindo-se mal. "O atendente do Serviço Médico indagou se a mesma teria condições de ir até o posto do serviço médico acompanhada por um funcionário da companhia aérea (procedimento de rotina), já que não foi informado o estado de saúde da passageira. O empregado da companhia aérea disse que iria averiguar a situação e retornaria a ligação" diz o documento. "Às 5h50m, a companhia aérea retornou a ligação ao serviço médico informando a necessidade de comparecimento do atendimento do serviço médico na aeronave. No mesmo momento, o comandante da aeronave solicitou à Torre de Controle o mesmo atendimento".
A Infraero também explicou que, às 5h52m, uma equipe do serviço médico se deslocou até a aeronave,- o que teria levado um minuto. "Ao chegar à aeronave, o serviço médico constatou que a passageira se encontrava sentada em uma cadeira de rodas, dentro da ponte de embarque, com sinais de parada cardiorespiratória. (Vale ressaltar que todos os passageiros já haviam desembarcados e o Plano de Emergência do Aeroporto orienta que, em caso de procedimento de emergência, os passageiros só podem desembarcar depois do Serviço Médico fazer o atendimento na aeronave). Imediatamente a equipe médica iniciou as manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP)", detalha a nota. "Às 6h a ambulância retornou ao serviço médico com a passageira, ainda em manobras de ressuscitação cardiopulmonar que continuaram durante o transporte e no serviço médico até às 6h10m, momento da constatação do óbito". Às 6h14m de sábado, o serviço médico informou o óbito ao Centro de Operações de Emergência.
Fonte: Valéria Maniero (Extra/G1)