Aconteceu em 23 de novembro de 1987: Excesso de carga na causa da queda do voo Ryan Air Services 103

Em 23 de novembro de 1987, o avião Beechcraft 1900C, prefixo N401RA, da Ryan Air Services (foto acima), operava o voo 103, um voo doméstico no Alasca do Aeroporto de Kodiak para o Aeroporto de Homer, levando a bordo 21 ocupantes.

O capitão era Robert Deliman Jr., de 26 anos. Ele ingressou na Ryan Air Services em 1984 e acumulou um total de 7.087 horas de voo, das quais 4.420 foram registradas no Beechcraft 1900. O primeiro oficial era Gareth Stoltzfus, de 40 anos. Ele havia sido contratado pela Ryan Air Services em 1986 e acumulado um total de 10.532 horas de voo, das quais 300 foram registradas no Beechcraft 1900.

Havia 19 passageiros a bordo, 17 do Alasca e 2 de Wisconsin, muitos dos quais eram caçadores retornando da caça de veados na Ilha Kodiak.

Às 17h42, horário local, a aeronave decolou totalmente carregada, com 19 passageiros a bordo e 651 kg de carga, da pista 07 do Aeroporto de Kodiak. A aeronave teve dificuldades para decolar e precisou acelerar para 15 nós acima da velocidade V1 para sair da pista. O voo de cruzeiro transcorreu sem incidentes. 

Às 18h19, horário local, o voo 103 recebeu autorização para pouso após uma aproximação DME, depois que uma aeronave precedente cancelou uma aproximação por instrumentos. 

Às 18h25, a torre do Aeroporto de Homer recebeu um sinal de socorro da aeronave. Testemunhas em solo relataram que o voo 103 não estava em condições normais durante a aproximação. 

Quando a aeronave estava a cerca de 24 metros da pista, suas asas oscilaram para frente e para trás, e a aeronave começou a cair abruptamente em direção ao solo. O voo 103 impactou o solo em uma atitude plana, atingiu uma cerca perimetral do aeroporto, deslizou de barriga por alguns metros e então parou. 

Inicialmente, das 21 pessoas a bordo, o capitão e 13 passageiros morreram, mas o primeiro oficial e um passageiro morreram durante o transporte para os hospitais, enquanto outros dois passageiros morreram no dia seguinte em Anchorage. No final, três passageiros sobreviveram. A causa de todas as fatalidades foi o impacto contundente.

Os investigadores do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) descobriram que o avião estava sobrecarregado com 30 kg a mais do que o solicitado pela tripulação. A extensão dos flaps durante a preparação para o pouso causou uma perda de controle, devido ao deslocamento do centro de gravidade para uma posição muito traseira; havia condições de formação de gelo, mas estas não causaram a perda de sustentação, apenas a aceleraram.

O relatório final afirmou que a causa do acidente foi uma carga inadequada, causada pela falha da tripulação em supervisioná-la, o que provocou uma perda de controle em configuração de pouso. As recomendações feitas pelo NTSB referiam-se todas à configuração interna da aeronave, que contribuiu em grande parte para as fatalidades.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, baaa-acro e ASN