Polaris não tinha a documentação para entrar no país. O dono deixou-o lá e seguiu viagem. Mas a história teve um final feliz.
Há donos tentando transportar os animais na mala de viagem, outros escondem-nos na bagagem de mão. Polaris entrou pela porta, e conquistou todos os que olharam para ele, no aeroporto de São Francisco, nos Estados Unidos. O cão nunca pensou é que, por falta de um documento, esse se tornasse o seu novo lar. Felizmente, houve um piloto que o adotou.
O Pastor Alemão de seis meses embarcou com o seu dono com destino a Nova Iorque. Vindos da China, aterraram na cidade do estado da Califórnia, nos EUA, cansados e a ansiar as restantes horas dentro do avião até à cidade americana. Mas nem chegaram perto da porta de embarque.
O dono do cão foi confrontado com a falta de um documento, que dizia respeito ao Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), que regula a entrada de animais no país norte-americano. Esse tal documento verifica o despiste de doenças, como a raiva, para animais vindos de países de risco, sendo a China um deles. Desta forma, o cão era oficialmente proibido nos EUA.
Isto não pareceu ser uma preocupação para o seu dono, que seguiu viagem e abandonou o cão no aeroporto. Sem saber o que fazer, o CDC colocou duas opções em cima da mesa: ou devolviam o cão à China, onde, segundo o diretor do apoio ao cliente da United Airline, companhia aérea onde viajaram, provavelmente seria eutanasiado, ou ficavam com ele no aeroporto.
Nenhuma das duas opções lhes agradava, por isso acabaram por arranjar uma terceira. Contactaram o departamento de assuntos governamentais da companhia aérea e pediram para reverter a regra. Face à situação do cão, que foi deixado sozinho num país estrangeiro, determinaram que ele podia ficar, se cumprisse uma quarentena de quatro meses.
Apesar de esta ter que ser feita noutro estabelecimento, na cidade de Los Angeles, os funcionários do aeroporto adotaram o cão, enquanto ele esteve por lá. Deram-lhe o nome de Polaris e fizeram questão de o passear, alimentar, entreter e de lhe dar todo o amor.
“Foi visitado por mais de 50 funcionários. Tornou-se numa celebridade no aeroporto”, disse o diretor ao jornal norte-americano “The Washington Post“.
No decorrer da quarentena de Polaris, os funcionários do aeroporto não conseguiam deixar de pensar qual seria o seu destino quando esta acabasse. Por isso, decidiram tentar arranjar-lhe uma casa e alguém que tivesse um coração grande o suficiente para o adotar.
Contataram a Sociedade de Prevenção da Crueldade Animal (SPCA) de São Francisco para os ajudar, mas queriam que a pessoa que o adotasse fosse um dos trabalhadores da United Airlines. Receberam 35 candidaturas e, das cinco que mais tarde selecionaram, sortearam o felizardo que ficaria com Polaris.
William Dale anda sempre com a cabeça no ar, mas tem os pés bem assentes na terra quando o assunto diz respeito à sua família. Há sete anos que trabalha como piloto para a companhia aérea, mas esta foi a maior aventura que já teve: “Achei que a história dele era incrível. Nunca pensei que fossemos tão sortudos”.
No dia 15 de dezembro, Polaris fez as malas para a sua nova casa, mesmo a tempo do Natal. E teve direito a festa de despedida. O aeroporto forneceu cerca de cinco mil euros à SPCA para preparar o adeus merecido ao cão que mudou a vida de todos os funcionários.
“Sem dúvida que a equipa da United Airlines foi ao infinito e mais além por este animal. Há uma frase no mundo animal que diz: “Um cão não muda o mundo, mas o mundo muda por causa de um cão”, disse Lisa Feder, diretora da SPCA.
Foi o adeus mais difícil da vida dos trabalhadores, que se tornaram também a família de Polaris. Riram, choraram e confessaram as saudades que terão dele. Já os seus donos prometeram que o cão fará visitas regulares ao aeroporto que foi a sua casa durante todo este período.
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