quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Queda de avião em Ubatuba: Corpo de Bombeiros vai solicitar ao governo federal sonar capaz de encontrar destroços

Parentes do copiloto acompanham buscas (Foto: Rafael Nascimento)
No final da manhã desta terça-feira a mãe, o pai e a irmão de José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos, copiloto do avião, modelo PA-34-220T e prefixo PP-WRS, que caiu no mar entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ), na última quarta-feira, encontraram com o secretário estadual de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, o coronel Leandro Monteiro, em Paraty, na Costa Verde Fluminense. Aos familiares do aviador, Monteiro informou que, ainda hoje, enviará um ofício solicitando à Marinha do Brasil um sonar para vasculhar o oceano.

Os bombeiros acreditam que o avião esteja intacto no fundo do mar. Naquela região, a profundidade pode chegar a 65 metros. Monteiro também pontuou aos pais do copiloto que a corporação trabalha para que ele e o passageiro, o empresário Sérgio Alves Dias Filho, de 45, sejam encontrados com vida.

— Ainda hoje vamos solicitar a Marinha um sonar para que possa ser incorporado as buscas do avião. Estamos empenhando todo o nosso pessoal e os equipamentos para que eles sejam encontrados com vida — disse Monteiro ao piloto José Porfírio de Brito e a empresária Ana Regina Agostinho, pai e mãe do copiloto.

Helicópteros do Corpo de Bombeiros estão mobilizados nas buscas por desaparecidos em
queda de avião bimotor em Ubatuba (Foto: Divulgação)
No encontro, que aconteceu em um condomínio fechado de Paraty, os pais de José Porfírio cobraram um empenho da Marinha com embarcações para auxiliarem nas buscas.

Ana Regina Agostinho disse ao GLOBO que acredita que o filho esteja vivo. Desde a última quarta-feira a família tem peregrinado entre Rio e Paraty.

— Eu acredito que o meu filho está vivo. Sinto isso no coração de mãe — disse ela.

Nessa segunda-feira, a Marinha do Brasil informou que, no último sábado, o Navio-Patrulha "Guajará" — que atua nas buscas — localizou e recolheu uma mochila com pertences supostamente relacionada a um dos tripulantes da aeronave. A família criticou a Marinha por não informá-los sobre o resgate dos objetos.

– Soubemos (do achado) pela imprensa. Isso é um desrespeito com a família – reclamou Ana Regina.

Operação envolve ao menos dez motos aquáticas, incluindo mergulhadores, que fazem
varredura na região de Paraty (Foto: Divulgação)
Ao GLOBO, o pai do copiloto disse que o avião bimotor em que o filho e outras duas pessoas estavam havia sofrido uma pane nos dois motores antes de cair no mar. De acordo com ele, um Boeing da empresa Gol que passava pela região teria recebido o alerta no rádio de comunicação e o seu comandante teria orientado como o piloto do bimotor deveria proceder no momento da avaria. Ainda de acordo com José Porfírio, ele teria recebido a localização do acidente. Foi nesse local que os militares encontraram uma poltrona e outros objetos que eles acreditam ser dar aeronave.

– Quando chegamos no local (da queda) tinha óleo, gasolina e o nariz do avião. O Controle Rio me ligou e disse: "Comandante, a aeronave caiu nessa rota". Começamos a calcular as coordenadas. Traçamos todas as rotas e desde então estamos rodando em alto mar. Eu fui até São Paulo fazendo buscas pelo meu filho — disse José Porfírio.

Questionado sobre a possível causa do acidente, o pai do copiloto afirmou que o acidente pode ter sido causado por uma pane em decorrência da gasolina.

— Acredito que a pane foi por conta de combustível. Acredito que ele (o combustível) estava batizado e ou que tenham feito uma má mistura no abastecimento. Tinha muito combustível no local — disse.


Uma comandante do Corpo de Bombeiros é uma das líderes das equipes de buscas

A major Gisele Bonfim, que comanda o 26º Grupamento de Bombeiros de Paraty, é uma das responsáveis por comandar as buscas pelas duas vítimas. Ele conta que foi disponibilizado psicólogos e assistentes sociais para manterem contato com os familiares. Diariamente, os pais do copiloto vão ao ponto de encontro e recebem informações sobre o andamento das buscas.

— Temos uma série de militares especializados. Ao todo são 65 militares por dia. Temos mulheres na operação. Nós, as mulheres, temos uma sensibilidade e um acolhimento maior. Conseguimos fazer um alcance maior e o próprio familiar consegue identificar na gente um ponto de apoio — diz Gisele Bonfim.

Segundo a Defesa Civil, até agora a aeronave do Corpo de Bombeiros já percorreu 3.941 quilômetros quadrados entre São Paulo e Rio. Ao todo, desde quinta-feira, são mais de 10 horas de voo.

O Condomínio Laranjeiras, em Paraty, emprestou um ponto de apoio no local. Ao todo são 65 homens e 21 equipamentos - aeronaves, barcos, moto-aquáticas e etc. Uma equipe de psicólogos foram disponibilizados para ajudar os familiares.

Via O Globo

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