Um avião C130 da Itália foi alvo de "tiros de armas de fogo" enquanto decolava do aeroporto de Cabul, no Afeganistão, nesta quinta-feira (26), informam fontes militares do país. A aeronave trabalha na evacuação de civis e não houve danos ou feridos na ação. Oficialmente, porém, Inteligência negou ação.
Segundo a jornalista da "SKY TG24", Simona Vasta, que estava a bordo do avião, disse que foram "segundos de pânico" porque o piloto precisou "fazer manobras de desvios".
"Foram tiros de metralhadora, acredito, poucos minutos após a decolagem. No início, nós pensamos que fosse algo de bolsões de ar, mas depois soubemos que foi um ataque", acrescentou Vasta.
A aeronave já pousou em segurança no Kuwait, onde fez uma parada técnica, e deve partir nas próximas horas para a Itália. Dentro do C130, estavam alguns jornalistas e 98 civis afegãos.
Mais cedo, cerca de 200 pessoas foram transportadas até Roma sem nenhum tipo de incidente. A Itália, assim como os demais países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e aliados, está correndo contra o tempo para evacuar funcionários, civis afegãos que colaboraram com as tropas ao longo de 20 anos e militares.
A situação ao redor do aeroporto continua muito tensa, com diversos governos ocidentais alertando para um risco "iminente" de um atentado terrorista provocado por uma das células do grupo Estado Islâmico no local. Após alertas dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, também o governo italiano confirmou, através de fontes, que o risco de um ataque no local é cada vez maior.
Segundo relatórios divulgados por diversos veículos de mídia, diversos homens-bomba da célula do EI de Khorasan (também conhecido como Isis-K) teriam se dirigido para Cabul para atacar os "rivais" da Al Qaeda, grupo que conta com a proteção dos Talibãs, que reassumiram o poder em 15 de agosto.
Eles querem aproveitar a caótica retirada de ocidentais no local, que reúne milhares de afegãos do lado de fora da estrutura, para realizar o ataque e matar o máximo de pessoas possíveis. Sobre as confusões no aeroporto, nesta quinta-feira, o embaixador russo no país, Dmitry Zhirnov, afirmou que mais de 50 pessoas morreram desde o dia 15.
Apesar do prazo final da retirada total dos militares estar marcado para o fim de agosto, diversos países reconhecem que o prazo não será suficiente. Após EUA e Alemanha, também o Reino Unido informou que as evacuações através de voos comerciais devem continuar além de 31 de agosto e que o Talibã estaria de acordo com isso - apesar de negar publicamente a questão.
Por outro lado, os governos da Bélgica e da Polônia informaram que já encerraram suas missões de evacuação, enquanto a Turquia informou que está retirando apenas militares a partir de agora.
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