O Aeroporto Internacional de Ciudad Real, a cerca de duas horas de viagem da capital espanhola, estava praticamente abandonado antes da pandemia de Covid-19, recebendo apenas alguns voos esporádicos, principalmente de entusiastas da caça, sem nenhuma rota comercial regular.
Mas a crise na aviação, que poderia decretar o fechamento permanente da instalação, oportunidades criadas. Em maio, o aeroporto retomou como operações de cargas, com a abertura de uma rota com Guangzhou, na China, para o transporte de suprimentos para o combate à doença.
E com a suspensão de rotas das empresas aéreas, pela queda na demanda e por restrições impostas por governos, o aeroporto operado pela CR Aeroporto Internacional realizou uma série de projetos de renovação e se reinventou como um estacionamento, com capacidade para receber até 300 aviões.
- Quando a pandemia surgiu, logo após o fim da temporada de caça em fevereiro, nós recebemos dezenas de pedidos para guardar aviões - contou Francisco Luna, diretor executivo da CR International, à agência Bloomberg.
A pista principal de taxiamento já foi convertida, e acomoda cerca de metade das quase 80 aeronaves estacionadas no aeroporto. Mais três áreas estão em fase de renovação, para permitir a armazenagem de mais aviões.
De acordo com Cirium, que acompanha o mercado aéreo, 31% da frota global do setor está em solo, o que representa mais de 8,1 mil aeronaves. E a tão aguardada retomada ainda não decolou, e tem se tornado cada vez mais distante com a segunda onda de contaminações na Europa e nos EUA.
O Ciudad Real custou centenas de milhões de dólares e foi inaugurado em 2009 para desafogar o hub de Madri. Ele chegou a algumas rotas comerciais, principalmente as empresas aéreas de baixo custo, mas a baixa demanda forçou o encerramento das atividades em 2012, após falência da empresa que operava o aeroporto.
Em 2016, ele foi comprado pela CR International Airport, e reaberto em setembro do ano passado, com o plano de negócios voltado para jatos privados e manutenção de aeronaves.
- Antes da pandemia, nós começamos a construir quatro hangares - afirmou Luna. - Eles ficarão prontos em um ano, já que esperávamos que logística e manutenção representasse 90% do nosso faturamento. Mas agora, 80% vem do estacionamento de aviões.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário