O experimento, denominado Projeto Omar 2 e iniciado há dez anos, envolveu cerca de 600 soldados, de ambos os sexos.
O antraz é uma doença infecciosa aguda causada por uma bactéria e utilizada em armas biológicas.
Os soldados, que entraram com a ação coletiva em um tribunal da cidade de Petach Tikva, afirmam que não receberam todas as informações relevantes sobre os possíveis riscos que correriam, para poder decidir de maneira livre e racional se queriam participar do experimento.
Além do pagamento de indenização, os soldados também exigem que o Exército revele exatamente quais eram os componentes das injeções que receberam para que possam tratar devidamente os efeitos colaterais que passaram a sofrer.
'Controle rígido'
O Ministério da Defesa declarou que "o experimento Omar 2 foi realizado segundo os padrões aceitos internacionalmente e com a participação de médicos capacitados e reconhecidos, sob um controle rígido".
O ministério também afirmou que deu a todos os participantes no experimento a "possibilidade de abrir um processo pelo reconhecimento de invalidez, caso tenha sido consequência do experimento".
Segundo o ministério, apenas 11 processos foram apresentados ao Departamento de Reabilitação do Exército.
Uma das líderes do grupo, a tenente da reserva Dorit Tahan, disse ao site de noticias Walla que "o Exército se nega a assumir a responsabilidade pela vida dos soldados e menospreza o valor da vida humana".
De acordo com Tahan, os soldados não tiveram outra alternativa exceto se dirigir à Justiça para "dar uma lição ao Exército sobre responsabilidade por vidas humanas".
A tenente também exortou todos os soldados que foram submetidos aos experimentos a se comunicarem com o grupo.
Efeitos colaterais
Vários dos soldados que participaram do experimento relataram que, logo depois de tomar as primeiras injeções, começaram a sofrer problemas respiratórios,de pele, no sistema digestivo, febre alta e fortes dores de cabeça e dores musculares.
As vítimas afirmam que também sofreram danos emocionais, acusam o Exército de ter utilizado seus corpos de maneira ilegítima e exigem ainda que o Exército arque com todas as despesas do tratamento médico para elas e seus filhos e suspenda totalmente os experimentos médicos feitos com soldados.
Segundo os soldados, efeitos colaterais do experimento também podem passar de pais para filhos.
De acordo com o processo, as autoridades militares tinham pedido total sigilo sobre os experimentos aos soldados.
As autoridades também disseram que a bactéria do antraz significava uma ameaça existencial para os cidadãos israelenses e que a participação no experimento tinha uma "alta importância nacional" por estarem ajudando na produção de um antídoto eficaz contra a doença.
Fonte: O Globo via Hangar do Vinna - Foto: ODT Online
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