sábado, 3 de abril de 2010

Piloto de avião da Esquadrilha da Fumaça que caiu em SC é enterrado em Fortaleza

Emoção e homenagens no enterro do piloto cearense

Tiros de festim, Hino Nacional Brasileiro ao som de uma sanfona e um voo do cantor e compositor Waldonys, emocionaram parentes e amigos durante o enterro

O corpo do Capitão Anderson Amaro Fernandes morto em um acidente aéreo, nesta sexta-feira em Lages, Santa Catarina, foi velado inicialmente em Pirassununga, no interior de São Paulo, onde o piloto morava com a mulher e a filha. A urna com os restos mortais do Capitão chegou na tarde de hoje, na Base Aérea deFortaleza, às 14h45 min, em um avião modelo VC 2550. A missa de corpo presente aconteceu às 15 horas na capelinha na Base Aérea e o enterro acorreu no cemitério Parque da Paz à 17h30 minutos.

Durante o velório estiveram presentes cerca de 120 pessoas, entre amigos, familiares e oficiais da Aeronáutica. Sensibilizado com a morte do Piloto, o Tenente-Coronel Aviador José Aguinaldo de Moura, Comandante do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) da Força Aérea Brasileira, em Pirassununga, mais conhecida como Esquadrilha da Fumaça, deu uma coletiva para imprensa e falou sobre a perda do companheiro. Segundo o Tenente Coronel, os pilotos que fazem parte da Esquadrilha da Fumaça vieram à Fortaleza prestar uma última homenagem a Anderson Amaro Fernandes. “A Esquadrilha que tem a tradição de décadas em levar alegria para o povo brasileiro está vivendo agora um momento difícil”, ressaltou.

Conforme ele, o piloto era uma pessoas extremamente alegre como todo cearense, e deixará muita saudade. Acrescentou também, que a Esquadrilha da Fumaça voltará logo com suas atividades normais, pois era essa certamente seria a vontade de Anderson Amaro Fernandes.

Enterro

A despedida do piloto foi repleta de emoções e homenagens. Muito emocionado Luciano Fernandes, pai de Anderson Amaro Fernandes, falou sobre o orgulho que sentia da profissão do filho. Segundo ele, o piloto fez testes para ingressar tanto no Exército Brasileiro quanto na Aeronáutica e conseguiu passar nas duas Academias. Ressaltou ainda que na época, o filho conversou com ele e decidiu optar pela aviação. “Ele disse que ia escolher a aviação, pois gostava muito de voar e eu aceitei e me orgulhei do meu filho, pois participar da Esquadrilha da Fumaça é uma vitória ”, frisa.

Honras Fúnebres - Durante o enterro do piloto, oficiais da Aeronautica deram tiros de festim para o chão

Ainda conforme Luciano Fernandes, o filho tinha alegria de voar e preparava a família psicologicamente para a possibilidade de uma tragédia “Ele pedia para que a mãe não se preocupasse, pois acidentes eram normais na sua profissão. Tenho certeza que meu filho morreu vitorioso”, disse.

Ainda muito abalada com a morte do filho, a mãe de Anderson Amaro Fernandes, Maria Júlia Fernandes, disse que mesmo diante da dor que sentia uma frase que o Anderson sempre dizia a consolava. “Ele falava que amava a aviação e se um dia alguma coisa acontecesse ele iria ficar para sempre no ar, lugar onde eu não poderia toca-lo”, ressaltou.

Homenagem - O cantor e compositos Waldonys deu um show de acrobacias em seu avião durante a cerimênia em homenagem ao amigo

Durante o enterro aconteceu a tradicional homenagem de Honras Fúnebres, onde oficiais da Aeronáutica deram tiros de festim para o chão. O momento mais emocionante, foi o toque do Hino Nacional Brasileiro e o Tema da Vitória de Ayrton Senna ao som de uma sanfona. Além disso, o cantor e compositor Waldonys fez uma linda homenagem em seu avião, dando um show de acrobacias no ar. Anderson completaria 34 anos no próximo dia 20. Nascido em Fortaleza, ele deixa uma filha de três anos. Segundo a Esquadrilha da Fumaça, ele tinha 3.650 horas de voo.

Saudade - Amigos e companheiro da Esquadrilha da Fumaça levavam o cachão enrolado em uma banderia do Brasil

Fonte: Karla Camila (Diário do Nordeste) - Fotos: Viviane Pinheiro / Divulgação/FAB

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