quinta-feira, 4 de março de 2010

Penedo (AL) perde recursos para recuperação e ampliação do Aeroporto

As populações de Penedo, da região do Baixo São Francisco e os empresários do turismo de Alagoas e da região Nordeste, que há anos esperam pela reativação do Aeroporto Freitas Melro (fotos acima), vão ter que recolocar seus sonhos de desenvolvimento do setor no arquivo, mais uma vez.

Em documento enviado ao Departamento de Estradas de Rodagem – DER de Alagoas no último dia 27 de fevereiro, a Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC informa que o Convênio PROFA-A Nº 008/2008, firmado com o Governo do Estado de Alagoas, e assinado pelo Governador Teotônio Vilela, pela Presidente da ANAC, Solange Paiva Vieira e pelo então Diretor do DER, Ronaldo Lopes, foi suspenso até que a ocupação irregular constatada na área do Aeroporto seja resolvida pela Prefeitura de Penedo.

Com essa decisão, o Estado perde os R$ 3,6 milhões que já estavam empenhados e destinados à obra que já estava licitada pelo DER. O Aeroporto Freitas Melro, construído em Penedo no início da década de 50, tem uma área de 1.247.259,53 m2. Em 1993, no governo do então prefeito José Dirson de Albuquerque Souza, foi assinado um convênio com o Ministério da Aeronáutica que repassava para o município a responsabilidade de administrar, manter, operacionalizar e explorar o Aeroporto de Penedo.

No ano 2000, na gestão do prefeito Alexandre de Melo Toledo, que atualmente administra a cidade em seu terceiro mandato, foi constatada, pela ANAC, a ocupação irregular da área por famílias que cultivavam pequenas lavouras e por fornecedores de cana. O Aeroporto de Penedo foi interditado pela Infraero. De lá para cá, iniciou-se um processo de ocupação ainda maior da área, inclusive com a instalação do Corpo de Bombeiros no prédio da recepção do aeroporto.

O anúncio da obra do Aeroporto de Penedo trouxe novo ânimo para o setor de turismo da região.

Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem – DER, seriam realizados serviços de ampliação da pista de pouso e decolagem, que passaria a ter 1,5 mil metros de comprimento por 30 metros de largura. Além da recuperação da sede, também seria reformada a pista de taxiamento e estacionamento de aeronaves, bem como a construção da cerca de proteção em torno no aeroporto, com balizamento noturno, o que possibilitaria a operação durante a noite.


O projeto fazia parte do Plano de Desenvolvimento Estratégico do Turismo na região da Foz do Rio São Francisco, anunciado pelo governador Teotonio Vilela Filho, quando era Diretor Presidente do DER o penedense Ronaldo Lopes.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, de Alagoas, Luis Otávio Gomes também esteve em Penedo participando de reunião com empresários brasileiros e estrangeiros interessados em investir na região com a construção de Resorts, mas, colocando como condicionante, o pleno funcionamento do Aeroporto. Uma audiência de conciliação objetivando a desocupação da área foi realizada pela Justiça Federal já no início deste ano, sem sucesso. Segundo as informações repassadas pelas assessorias dos órgãos envolvidos, o município de Penedo não cumpriu com a responsabilidade de desocupar a área em tempo hábil e agora entrou com uma ação junto ao Ministério Público objetivando a expulsão das famílias sem indenização de suas culturas de subsistência, alegando que a ocupação é irregular.

Na cidade de Coruripe a perspectiva de fomento da economia com a instalação do Estaleiro Eisa é real e o município se prepara para dar um salto de desenvolvimento com a implantação de dezenas de outras pequenas indústrias que darão suporte a produção do estaleiro. O aeroporto de Penedo em funcionamento seria essencial para o trânsito de centenas de investidores e executivos que fariam da histórica cidade, rota de comércio e consequentemente de aproveitamento para futuros investimentos.

Com a perda dos recursos destinados a revitalização e posterior funcionamento do Aeroporto Freitas Melro, também se distancia do povo penedense a possibilidade de ser construída a sonhada ponte, ligando as cidades de Penedo (AL) e Neópolis (SE). Enquanto a ingerência administrativa e os recursos não são aplicados como deveriam, a expectativa de desenvolvimento do turismo na região Sul de Alagoas é, mais uma vez, adiada.

Fonte: Aqui Acontece - Fotos: Cone Freire

Nenhum comentário: