terça-feira, 4 de agosto de 2009

Equipamentos de aviões não medem intensidade de turbulências

Impacto em voo que seguia do Rio para os EUA deixou 26 feridos.

Brasileiro de 13 anos relata susto no voo: 'Achei que ia morrer'.


Os equipamentos dentro de uma cabine de avião não conseguem medir a intensidade das turbulências durante o voo, segundo meteorologistas. Uma forte turbulência atingiu na segunda (3) um voo no trajeto entre o Rio e a cidade de Houston, nos Estados Unidos, deixando 26 pessoas feridas.

Meteorologistas dizem que na segunda (3), no Caribe, havia formação de nuvens convectivas. Isso é quando há uma diferença de temperatura. Ar frio desce, ar quente sobe. Correntes de ar em direções contrárias significam turbulência. O problema é que às vezes nessas correntes há poucas partículas de água.

A severidade de uma turbulência é medida de acordo com a quantidade de partículas de água pela frente. Quando as correntes de ar são fortes, sem água, vem a surpresa.

A turbulência é a principal causa de ferimentos em aviões, fora as quedas.

A cada ano, nos Estados Unidos, oito vôos, em média, passam por turbulências fortes. Dez passageiros sofrem ferimentos graves. Por ano, as turbulências custam para as empresas aéreas o equivalente a R$ 50 milhões.

O valor é repassado para as passagens, para o passageiro que, ao apertar o cinto, pode reduzir esse custo e poupar a própria vida.

A companhia aérea Continental Airlines disse que o sinal de "apertar cintos" estava aceso. Mas o alerta está em descrédito. Não é tão respeitado. Como os pilotos não conseguem prever a intensidade da turbulência - muitas vezes a luz é acionada e o avião nem chacoalha. No caso do voo 128, vê-se que o inverso também acontece.

'Achei que ia morrer'

Um brasileiro de 13 anos estava a bordo do voo não esquece os momentos de pânico.

"Todo mundo foi pro teto e começou a gritar que o avião tava caindo. Achei que fosse morrer", conta o Thiago Cândido, que estava dormindo no voo e acordou voando dentro do avião.

Um susto díficil de esquecer, segundo a mãe de Thiago, Rosana Cândido. "Ele falou que fechava os olhos e via tudo que tava acontecendo. Ele fica animado depois chora. Hoje ele está melhor e espero que não fique nenhuma sequela."

Thiago é um dos passageiros do voo que hoje diz: "Se tivesse de cinto, não teria me machucado." "Agora vou usar cinto com luz acesa, ou não", diz Thiago.

A Continental Airlines informou que o vôo 128 realmente encontrou turbulência de céu claro - sem a presença de nuvem e água. Ainda há um passageiro internado. A nacionalidade dele não foi informada. Segundo o consulado, os onze brasileiros hospitalizados tiveram alta ontem mesmo.

Fonte: G1 (com informações do Jornal Nacional)

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