domingo, 20 de julho de 2008

Brasil teve 40 acidentes só até o mês de maio

Apesar da série de medidas que vêm sendo implementadas pela Infraero para melhorar a segurança dos vôos em todo o Brasil, como reformas de pistas de pouso e decolagem, compra de equipamentos e contratação de novos funcionários, o número de desastres aéreos no País ainda é alarmante.

Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), do Ministério da Defesa, entre 1999 e 2007, o Brasil teve uma média de 67 acidentes por ano, com pico de 97 no ano passado. Já em 2008, foram 40 acidentes somente até maio, o que indica a possibilidade o recorde histórico ser ultrapassado este ano.

Os dados do Cenipa indicam ainda que, apesar do grande número de desastres, a maior parte envolve pequenas aeronaves, com poucos passageiros. Para se ter uma idéia, de 1999 a 2004, registrou-se a média de apenas uma morte por acidente. Esse nível despencou em 2005, quando só foram registradas três vítimas fatais, apesar de 58 desastres, e estourou em 2006 e 2007, quando os acidentes da Gol e da TAM mataram, juntos, 354 pessoas, de um total de 485 nos dois anos.

Medidas

A Infraero afirma que está cumprindo o seu papel. Entre as intervenções que estão sendo realizadas, o Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, passará a contar, até o final do ano, com uma nova torre de controle de tráfego aéreo.

Na verdade, a instalação do equipamento ocorreu no dia 8 de julho, mas não havia sido divulgada ainda porque somente entrará em funcionamento nos próximos meses, segundo a assessoria da empresa estatal.

O novo equipamento substituirá a atual torre de controle, construída na década de 1970, e corrigirá uma falha ocorrida durante a última reforma do aeroporto, concluída em 2002.

Após a ampliação do terminal de passageiros, uma das extremidades do telhado passou a impedir que os controladores de vôo enxerguem uma parte da pista auxiliar. A Infraero garante que a nova torre não possui obstáculos de visão, estando localizada no ponto mais de alto de todo o perímetro aeroportuário, o que permitirá total visibilidade do sistema de pistas e pátios de manobras de aeronaves.

A assessoria da Infraero revelou ainda que já foi dado início ao processo de licitação para as obras de recapeamento da pista principal, procedimento previsto desde 2006 e que apenas agora começa a vencer a burocracia.

Brasil

Entre os destaques da ação da Infraero ainda estão a continuidade das obras no Aeroporto de Congonhas, na capital paulista; a conclusão da nova pista do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, agora em meados de 2008; e os processos legais para as reformas das pistas de Viracopos e Guarulhos, em São Paulo, e do Aeroporto de Brasília.

Já em relação a equipamentos de segurança, a empresa anunciou que, em junho, foram finalizadas as obras de instalação do novo sistema de pouso por instrumentos no Aeroporto de Porto Alegre, para reduzir os transtornos causados pela neblina, freqüente no inverno.

Também foi divulgado o investimento de cerca de R$ 19 milhões este ano para a compra de 41 aparelhos de raio-x para inspeção de bagagens de porão, 119 para inspeção de bagagens de mão e, ainda, caminhões de resgate. O número exato de veículos e os locais onde foram instalados os novos equipamentos de raio-x não podem ser divulgados, de acordo com a Infraero, por motivo de segurança.

Segundo a assessoria da empresa, a maior parte dos investimentos tem sido feita nos aeroportos internacionais, que recebem políticos e personalidades de outros países, e estão suscetíveis a atentados terroristas.

Mesma cautela é assumida em relação aos novos profissionais. Por meio de concurso público, foram contratados mais de mil novos funcionários para diversas áreas, como engenharia, manutenção, segurança e operações. Mas a informação de quantos atuam em quais locais colocaria os aeroportos em risco.

Fonte: A Tarde

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