Famílias de vítimas da TAM apelam ao Ministério da Justiça para apressar indenizações

Os familiares de vítimas do vôo 3054 da TAM vão apelar ao Ministério da Justiça para tentar apressar o pagamento das indenizações. Eles querem que representantes do Departamento de Proteção de Defesa do Consumidor, órgão do Ministério, participem de uma Câmara de Conciliação a ser criada para discutir o assunto. Associações de familiares e representantes da Defensoria Pública, do Ministério Público e do Procon devem se reunir no sábado para propor a criação da Câmara se reunir no sábado. Segundo Renata Tibiriçá, defensora pública, a instalação ou não da câmara será decidida até a próxima semana, no máximo.

Ana Behs, da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo TAM JJ3054 (Afavitam), diz que a TAM já se mostrou contrária à formação da Câmara, pois prefere negociar com os familiares sem a intervenção de outros órgãos, especialmente o Ministério Público. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa disse que a Câmara vem sendo discutida de comum acordo e que não vê obstáculos na formação do grupo, já que todos os acordos são homologados judicialmente e com parecer do Ministério Público.

No fim do ano passado, no entanto, a seguradora Unibanco AIG divulgou nota se mostrando contrária a criação da Câmara de Conciliação para tratar de indenizações. De acordo com a empresa, a câmara retardaria o andamento dos processos, devido à necessidade de treinamento de uma equipe e de instalação de uma estrutura para funcionamento do órgão.

O acidente ocorreu em 17 de junho de 2007, deixando 199 mortos. Até agora, foram fechados 55 acordos com familiares de vítimas. Dez destes acordos ainda estão em sendo pagos, segundo a TAM. Os parentes das vítimas preferem não informar quantos acordos foram fechados. A Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo TAM JJ 3054 farão neste domingo, 17, uma caminhada do Ibirapuera até o local do acidente. No mesmo dia, a maior tragédia da aviação brasileira, que matou 199 pessoas, completará sete meses.

De acordo com a Afavitam, o objetivo do ato é sensibilizar a sociedade brasileira para a necessidade de exigir soluções imediatas para a insegurança no transporte aéreo. A concentração dos familiares e amigos das vítimas acontecerá às 14 horas, em frente à Assembléia Legislativa, no Ibirapuera. A caminhada seguirá às 15h até o antigo prédio da TAM Express, na Avenida Washington Luís, em frente ao Aeroporto de Congonhas. Às 17h, está marcado um ato ecumênico em frente ao local do acidente.

Fonte: O Globo Online