sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Avião aborta decolagem em cima da hora no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP)

Segundo o testemunho de um dos passageiros, o avião teve falha na medição de velocidade e altitude no momento da decolagem.


O avião Embraer ERJ-190-200LR (E195AR), prefixo PR-AXO, da Azul, precisou abortar decolagem em cima da hora após problemas na medição de velocidade e altitude, na noite da última segunda-feira (10/2), no aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo.

Um dos passageiros, Heitor Spirandelli, contou ao Metrópoles que o piloto iniciou o procedimento de decolagem e, quando já estava bem rápido, começou a frear “como se estivesse uma criança atravessando a pista”.

“Foi uma, quatro, cinco bombadas no freio. O avião fez aquele barulhão.”

Heitor relatou que, após o ocorrido, o comandante manobrou a aeronave para fora da pista do aeroporto e informou a entrada de alguns paramédicos, já que, segundo o depoimento, o susto da situação fez uma senhora passar mal.


Posteriormente, uma equipe de técnicos foi acionada e adentrou a cabine de comando da aeronave. Após o diagnóstico dos profissionais, o piloto disse aos passageiros que se tratava de uma falha no aparelho que indicava a altitude e a velocidade da aeronave.

Após cerca de uma hora, o problema foi resolvido, e o voo seguiu para o seu destino final, no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

“Ele [piloto] estava cumprindo com os trâmites burocráticos de informação à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre o erro no sistema, mas que o equipamento já tinha voltado a funcionar e que tinha recebido autorização para seguir. Ele falou que ia fazer de tudo para minimizar o atraso.”

O atraso foi inevitável, mas, segundo o depoimento de Heitor, os passageiros receberam cerveja de graça.

Susto e nervosismo


A testemunha conta que, em seus 42 anos de vida, nunca havia passado por uma situação parecida: “Conheço mais de 40 países, mas assim, na decolagem, eu nunca tinha passado por esse perrengue”.

Heitor afirmou que ficou apavorado com as freadas, mas lembrou da recente fala da comissária de bordo para ficar em posição de emergência, abaixado e com a testa no joelho.

“Eu achei em princípio que tivesse alguma coisa para se chocar com a gente”, revelou.

A testemunha, que ia para uma viagem de trabalho no Rio de Janeiro, ainda completou dizendo que pensou que fosse morrer em um determinado momento: “Com as recentes notícias, eu falei ‘pronto, chegou a minha vez, eu vou morrer aqui'”.

O nervosismo não foi exclusividade de Heitor. Segundo ele, o sentimento tomou conta dos passageiros da aeronave, que, aos choros, começaram a gritar e “pedir para Deus”.

Em nota, a administração do aeroporto de Viracopos afirmou que identificou o registro do incidente e que a aeronave precisou retornar à posição no pátio de aeronaves após iniciar o taxiamento para decolagem.

A companhia aérea da Azul também foi questionada e, em nota, informou que, por questões técnicas, o voo AD2917 (Viracopos-Santos Dumont) do dia 10 de fevereiro, retornou do taxiamento antes do início da decolagem, ocasionando atraso em sua partida. “Também foi solicitado apoio médico, devido a cliente enfermo a bordo, que foi atendido na própria aeronave e prosseguiu viagem. Posteriormente, o voo seguiu para o Rio de Janeiro normalmente e em total segurança”.

“A Azul lamenta eventuais transtornos aos clientes embarcados, que receberam toda assistência necessária, e ressalta que medidas como essas são necessárias para conferir a segurança de suas operações, valor primordial para a companhia”, completa o texto da companhia.

Via Enzo Marcus (Metrópoles)

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