quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Porta ejetada durante voo: EUA dizem que avião estava sem parafusos em relatório sobre o caso

Em 5 de janeiro, passageiros a bordo do avião fizeram vídeos mostrando o buraco aberto na fuselagem quando um painel do lado esquerdo se soltou e saiu voando (veja mais abaixo). Imediatamente o avião perdeu pressão e as máscaras de oxigênio foram acionadas.

Avião fez pouso de emergência após porta abrir durante voo, nos EUA, em 6 de janeiro de 2024
(Foto: Redes sociais)
A falta de quatro parafusos foi o que levou uma porta de um Boeing 737-900 MAX ser ejetada em pleno voo em janeiro, afirmou o relatório dos Estados Unidos sobre o caso, divulgado nesta terça-feira (6).

O relatório, feito pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB, na sigla inglês), que ficou responsável pela investigação do caso, indica que os parafusos haviam sido retirados para um conserto e não foram colocados de volta.

Neste processo, indicou o documento da NTSB, as portas foram danificadas.

O documento divulgado nesta terça é uma versão preliminar do relatório. Agora, a investigação buscará os manuais de fabricação que foram usados ​​para autorizar a abertura e fechamento da porta durante o conserto.

A porta que se desprendeu era uma espécie de "tampão" acoplado em uma porta extra construída no Boeing 737. Segundo o NTSB, 171 aeronaves do tipo tinha esse tampão porque as companhias optaram por não utilizar as portas.

O incidente ocorreu há um mês em um voo da companhia Alaska Airlines. O piloto conseguiu fazer um pouso de emergência, e ninguém se feriu, mas um menino pequeno sentado no assento do meio teve a camisa sugada pela força do vento. A criança sobreviveu porque estava com o cinto afivelado.

Desde então, a Agência de Aviação dos Estados Unidos determinou a suspensão temporária do modelo de avião.

Em razão de a porta "falsa" ter sido ejetada, o avião da Alaska Airlines sofreu uma despressurização em voo quando estava em procedimento de subida, a 4.975 metros de altitude, e teve que fazer um pouso de emergência em Portland —cerca de 20 minutos depois de ter decolado do mesmo aeroporto.

Havia 171 passageiros e seis tripulantes a bordo., mas um menino pequeno sentado no assento do meio teve a camisa sugada pela força do vento. A criança sobreviveu porque estava com o cinto afivelado.

A porta que abriu não era utilizada como saída. Por não estar em uso, não estava sinalizada como porta, o que explica alguns passageiros terem relatado que parte da fuselagem ou da parede do avião se abriu no ar.


A reguladora Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) ordenou que ao menos 171 dos 218 aparelhos em circulação do Max 9 permanecessem em terra até concluir sua inspeção nesses aparelhos.

Em 26 de janeiro, porém, a empresa afirmou que iria voltar a usar seus aviões do modelo. Em uma mensagem publicada em seu site, a companhia indicou que com o voo 1146, entre Seatle e San Diego, iniciaria naquele dia o retorno gradual ao serviço de sua frota de 65 aviões 737 MAX 9.

A normalização das operações da frota ocorrerá no início de fevereiro.

Trajetória do avião da Alaska Airlines que retornou a Portland após porta abrir
(Imagem: Reprodução/FlightRadar24)
Esse modelo já tinha sido suspenso depois de dois acidentes, em 2018 e 2019, que mataram centenas de pessoas, e só voltou a voar depois que a Boeing solucionou a falha num software na cabine.

A Boeing pagou ao governo americano uma multa de US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões), por causa desses acidentes.

A Agência Nacional de Aviação Civil afirmou que as companhias aéreas brasileiras não usam o Boeing 737 Max 9, e que a determinação da agência de aviação americana não tem impacto sobre as operações aéreas no Brasil.

Via g1

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