Na quinta-feira, 8 de setembro de 1994, o Boeing 737-3B7, prefixo N513AU, da empresa USAir, realizava o voo 427, partindo do Aeroporto Internacional Chicago-O'Hare, em Illinois, às 18h10 horas em direção a Pittsburgh, na Pensilvânia, levando a bordo cinco tripulantes e 127 passageiros.
A tripulação consistia do capitão Peter Germano, 45 anos, que foi contratado pela USAir em fevereiro de 1981, e pelo primeiro oficial Charles B. "Chuck" Emmett III, 38, que foi contratado em fevereiro de 1987 para a Piedmont Airlines (que se fundiu com a USAir em 1989). Ambos eram considerados excelentes pilotos e muito experientes.
Por volta das 19h02min22s, o controlador do Pittsburgh emitiu instruções para a aeronave virar para um rumo de 100 graus e disse à tripulação que havia outro avião trafegando na área.
Por volta das 19h02min53s, o voo 427 estava saindo da margem esquerda ao se aproximar do rumo atribuído pelo ATC de 100° e estava mantendo a velocidade no ar atribuída pelo ATC (190 nós) e altitude (6.000 pés msl).
Cerca de quatro segundos depois, a aeronave entrou repentinamente no vórtice da esteira do voo 1083 da Delta Airlines, um Boeing 727, que o precedeu por 69 segundos (4,2 milhas).
A asa esquerda do boeing afunda 18º abaixo da linha do horizonte em apenas 3 segundos. O primeiro-oficial aplica sobre o manche um comando contrariando esse afundamento de asa. Exatamente às 19h03:01, a asa esquerda estava a 30º abaixo da linha do horizonte.
Nesse instante, o nariz do 737 começa a afundar. O Boeing inicia um giro rapidíssimo em seu eixo longitudinal. Numa questão de segundos, o Boeing vira de dorso, de barriga para cima e seu nariz afunda.
São 19h03:07. A asa esquerda já está a 70º da vertical e o nariz a 20º abaixo do horizonte. O Boeing está a 1.200m de altura sobre o terreno quando estola.
Os microfones de cabine captam agora o som do alarme de piloto-automático sendo desligado pela ação do primeiro-oficial. Os sons de ambos os pilotos arfando e grunhindo pela surpresa e pelo esforço necessário para buscar equilíbrio também é captado.
O jato já mergulha rumo ao solo, a uma velocidade de 300 milhas por hora e acelerando. Faltam nesse instante 16 segundos para o voo 427 encontrar seu destino final.
O Boeing bate num descampado na comunidade de Aliquippa, Pennsylvania, num ângulo de 83º em relação ao horizonte, ou seja, praticamente na vertical. A velocidade no momento do impacto era de 299 milhas por hora. No local em que o Boeing colidiu contra no solo, criou com sua inércia uma cratera de mais de 3 metros de profundidade, de onde milhares de pequenos fragmentos fumegantes seriam resgatados nos dias seguintes. A desintegração foi praticamente total, e um violento incêndio seguiu-se à queda, carbonizando as poucas partes ainda reconhecíveis da estrutura do jato.
As investigações subsequentes mostraram que o Boeing 737-300 estava configurado com flap 1; slats, reversores dos motores e trens de pouso estavam guardados, numa condição compatível com a fase de voo em que se encontrava. O Boeing, matrícula N513US, levava 127 passageiros, dois pilotos e três comissários. Todos os ocupantes tiveram morte instantânea.
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