terça-feira, 12 de março de 2013

Viracopos empresta kit para deslocar aviões e aparelho chega em março

Empréstimo faz parte de negociação para a compra definitiva da ferramenta.

Aeronave travou aeroporto de Campinas durante 45 horas no ano passado.

Avião travou pousos e decolagens em Viracopos durante 45 horas
Foto: Ricardo Custódio/EPTV

Para evitar consequências semelhantes ao do incidente ocorrido em outubro do ano passado, quando um avião cargueiro impediu por 45 horas pousos e decolagens no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), a concessionária que administra o terminal emprestará um recovery kit durante pelo menos três meses, a partir de março. O equipamento é usado para remover da pista aviões de grande porte, como o modelo Airbus A380.

A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos informou que o empréstimo faz parte da negociação, com uma empresa holandesa, para a compra da ferramenta avaliada em R$ 5,8 milhões. A previsão é que o aparelho de propriedade do aeroporto de Campinas esteja disponível em julho.

O incidente com a aeronave da Centurion Cargo afetou 25 mil passageiros e causou prejuízo estimado em R$ 20 milhões às companhias aéreas. O problema começou quando um dos pneus do trem de pouso da aeronave, que veio de Miami, Estados Unidos, estourou durante a aterrissagem. O recovery-kit é composto por colchões de ar, macacos hidráulicos, compressores e cintas com aço.

Gasto com tarifas

O avião da Centurion Cargo está parado há quase cinco meses em Viracopos. Até sexta-feira (8), a empresa norte-americana acumulou R$ 702 mil em tarifas que serão cobradas pela estadia do cargueiro no pátio de aeronaves.

"O prazo para deixar o Brasil está sendo discutido", resumiu o diretor da Centurion no Brasil, Vanderlei Morelli. O reparo deve ser feito por técnicos da Boeing, fabricante da aeronave.

Técnicos durante remoção de avião que afetou 25 mil passageiros em 2012
Foto: Lana Torres/G1 

O G1 considerou a soma entre a tarifa que a companhia americana paga para deixar a aeronave estacionada em Viracopos, desde a retirada da pista (R$ 149,86 por hora até 16 de novembro, e R$ 150,90 após reajuste); e o Adicional de Tarifa Aeroportuária (R$ 53,80 por hora até 16 de novembro, e R$ 54,17 após aumento). As taxas são reguladas pela Agência Nacional de Avião Civil (Anac).

As assessorias da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos preferiram não revelar o valor oficial cobrado.

Divisão do montante

A receita somada até 13 de novembro pertence à Infraero, administradora de Viracopos até a data. Do dia seguinte até 12 de fevereiro - fase de transição da gestão do aeroporto - o valor é dividido entre a empresa estatal e a concessionária. De 13 de fevereiro ao dia em que o cargueiro deixar Campinas, o valor será destinado à Aeroportos Brasil Viracopos.

Pista auxiliar

Sobre a pista auxiliar que poderia ter permitido o funcionamento parcial do aeroporto de Campinas após o incidente em 2012, mas está inutilizada por falhas na pavimentação, a concessionária informou que a reforma deve ter início em outubro.

A justificativa é de que o projeto está em andamento e também depende de aprovações da Anac e de uma licença da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).

Entre as intervenções previstas estão o alargamento das pistas de taxiamento em cerca de 15 metros, o prolongamento de uma delas, a recuperação de parte da estrutura e a revitalização da sinalização. O investimento previsto é de R$ 100 milhões.

Punição

Devido aos "transtornos causados aos passageiros e à malha aérea no período da interdição", a Anac multou a Centurion Cargo em R$ 2,8 milhões. O diretor da companhia aérea no Brasil informou que o assunto é tratado pelo departamento jurídico da empresa.

Fonte: Fernando Pacífico (G1 Campinas e Região)

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