sexta-feira, 20 de maio de 2011

Avião que caiu em SP estava em rota contrária ao plano de voo

Destroços mostram que ele seguia no sentido de São José do Rio Preto.


Entretanto, no horário, bimotor deveria estar chegando a Piracicaba.


O avião que caiu nesta segunda-feira (16) na Serra de São Pedro, na região de Piracicaba, no interior de São Paulo, matando quatro pessoas, voava em uma rota contrária à prevista no plano de voo quando ocorreu a queda. O bimotor seguia de São José do Rio Preto para Piracicaba, mas os destroços e marcas na serra apontam que a colisão aconteceu no sentido oposto, de Piracicaba para São José do Rio Preto.

O aeroclube da cidade, ao qual pertencia o avião, confirmou a informação nesta quarta-feira (18). A hipótese trabalhada pelos peritos é a de que o piloto, que já havia avisado à base da Força Aérea Brasileira (FAB) em Pirassununga que visualizava o município de Piracicaba, onde pousaria, mudou a rota, perdeu altitude e acabou se chocando contra a serra.

“Provavelmente ele teve que efetuar uma curva ou uma manobra para poder tirar a aeronave do rumo que ela estava”, disse o capitão da FAB Leonardo Oliveira. O fato que teria motivado esta mudança de percurso a dez minutos da chegada ao destino ainda é desconhecido.

O bimotor Sêneca decolou na segunda-feira, às 21h, foi até São José do Rio Preto, onde executou uma ação conhecida como “bate-e-volta”, em que pousa, toca o solo e, imediatamente, decola novamente. O último contato feito pelo piloto foi às 22h29, quando ele informou à FAB que já avistava o município de Piracicaba.


Os destroços e corpos foram encontrados apenas na tarde desta terça-feira (17). Morreram no acidente um instrutor e três alunos.

Caixa-preta

O avião não tinha caixa-preta. Segundo o presidente do aeroclube de Piracicaba, Fernando Pavan, a ausência do equipamento que registra dados sobre o voo irá dificultar a descoberta das causas do acidente. Em aeronaves como o bimotor que caiu, um Sêneca, é comum não haver caixa-preta.

As investigações sobre o acidente começaram efetivamente na manhã desta quarta-feira. As informações colhidas serão mantidas em sigilo até a conclusão da investigação, prevista para durar 90 dias. Pavan disse, entretanto, que é possível que nesse prazo o laudo não avance no sentido de esclarecer o motivo do acidente.

Ele explicou que, na ausência da caixa-preta, serão avaliados pela perícia os restos da aeronave. Pode haver dificuldade, no entanto, de localizar peças intactas. Militares que participaram do resgate e localização dos destroços disseram que, na ocasião, não foi possível visualizar partes grandes do bimotor que caiu em uma área de mata fechada.

Fonte: G1, com informações da EPTV

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