segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Um passeio nos aviões que o Brasil quer comprar para defender o espaço aéreo

Um desses três modelos será escolhido pelo governo brasileiro para proteger o espaço aéreo do país.

Vai começar agora uma aventura de tirar o fôlego. Os repórteres do Fantástico embarcam nos aviões de caça mais modernos do mundo! E por alguns momentos, chegam a pilotar essas incríveis máquinas de guerra.



Um desses modelos será escolhido pelo governo brasileiro para proteger o espaço aéreo do país!

Apertem os cintos porque uma reportagem como essa você só vê aqui, no Fantástico.

Aviões a dois mil quilômetros por hora!

Os caças mais modernos do mundo, capazes de proteger - ou atacar - um país inteiro!

Máquinas de guerra que valem milhões de dólares cada uma, nas mãos dos repórteres do Fantástico!

Ele me perguntando se eu quero pilotar, diz Mariana

"Ela é muito sensível. Ele está com a mão para cima aqui! Ah!!!!", disse o piloto.

Paulo Renato: Ele pergunta se eu quero tentar. Tenho que mover o joystick para a esquerda e para a direita.

"O avião agora está sob o meu comando", conta Paulo Renato.

Agora vou pra esquerda.

“O piloto me incentiva: vai, vai, vai! Mais!”

“Agora... Estou de cabeça para baixo!”

Alvarez: Os caças F18 Super Hórnet, dos Estados Unidos; o Gripen NG, da Suécia; e o Rafale, da França, disputam um contrato bilionário para renovar a Força Aérea Brasileira.

Mas, afinal, o que esses caças são capazes de fazer?

É o que o Fantástico foi descobrir.

E agora você vai ver com exclusividade os três modelos em ação.

Alvarez: Quando eu cheguei à base de Norfolk, no estado americano da Virgínia, um frenético sobe e desce: 75 caças F-18 Super Hórnet.

A turbina dispara. Tapem os ouvidos!

Por questões de segurança, a gente precisa usar um capacete. Neste momento, eles preparam a decolagem do F-18. Esse modelo que vocês estão vendo é o F, com dois tripulantes. Na frente vai o piloto, que é o principal responsável pela aeronave. E o outro tripulante no banco de trás controla os armamentos do F-18.

Mariana: É no banco de trás que vamos pegar uma carona.

Só que antes sentar ali é preciso comprovar que estamos com a saúde em dia.

Coração. Pulmões. Audição.

Tudo é examinado na cidade de Linkoping, na Suécia.

Pulmões, coração, tudo funcionando.

Ele disse que eu posso voar!

Paulo Renato: Check-up completo, hora de se preparar para a missão do Fantástico: macacão, botas e um traje especial.

Paulo Renato: Na base da força aérea francesa em Istres, Sul do país, o piloto com quem eu vou voar explica que o traje infla, pressiona as pernas e mantém o sangue circulando no cérebro. Pra quê? Para eu não desmaiar...

Mariana Ferrão: Depois, vêm os procedimentos de segurança.

Mariana Ferrão: tem um colete salva-vidas que infla automaticamente se a gente cair na água e num bolso tem um transmissor que vai emitir sinais caso a gente precise ejetar e aí vem um helicóptero de resgate para nos salvar.

Paulo Renato: ejetar é ser lançado para fora da cabine do avião e cair de pára-quedas. O piloto me ensina o que fazer: encostar bem a cabeça e puxar a alça. Em terra, isso parece fácil.

Paulo Renato puxa alça da ejeção.

Mariana baixa o visor do capacete. "Estamos prontos!"

Paulo Renato: Ao contrário do que pode parecer, não é tão apertado dentro da cabine do avião.

Mariana: O espaço interno é relativamente parecido com o do avião comercial. O assento tem mais ou menos a mesma largura.

Alvarez: Os aviões vão decolar!

Paulo Renato: caça decola, faz manobra e some nas nuvens. Uhhh! Esse é o famoso para o alto e avante!

Paulo Renato: sensacional!

Piloto: Gosta?

Paulo Renato: Gosto!

Paulo Renato: A gente decolou já direto pras nuvens! Quase noventa graus! Sensacional. Do lado, só nuvem.

Paulo Renato: "Uuuu! Looping!"

Mariana: bye bye bye! Meu deus do céu, ah! A gente está virando de ponta cabeça, eu estou vendo todo o mar lá embaixo, deu uma acelerada, me pressionou todo o estômago aqui, mas...uuuuuuh, já passou.

Alvarez: O Fantástico está experimentando o poder das máquinas voadoras mais sofisticadas do mundo.

Na página da Marinha americana na internet, cada F-18 Super Hornet aparece com o preço equivalente a pouco mais de cem milhões de reais.

Paulo Renato: Segundo publicações especializadas em aviação militar, o francês Rafale custa em média cerca de 140 milhões de reais

Mariana Ferrão: E o Gripen oscila entre 90 e 105 milhões de reais.

Alvarez: Agora, quanto o Brasil vai pagar pelo avião escolhido depende da configuração do caça, da oferta de transferência de tecnologia, das condições de financiamento - e da pechincha, é claro.

Paulo Renato: O piloto francês me entrega o controle do Rafale, mais uma vez.

Paulo Reanato: Eu estou no comando do avião de novo. Vamos lá!

Paulo Renato: Agora a gente está se aproximando do avião em que o nosso cinegrafista, o Sérgio Gilz, está. Ele deve ter uma boa visão da cabine.

Paulo Renato: O outro avião está se aproximando.

Piloto: Yes!

Paulo Renato: Agora a gente vai ter a companhia de outro Rafale aqui do lado.

Paulo Renato: Tudo corre muito bem pra mim, até que o piloto retoma o controle do Rafale e exige mais do caça.

Paulo Renato: A pressão é tão grande, que agora eu senti um pouco o ouvido.

Mariana

No Gripen, por causa das manobras, eu senti bem mais que o ouvido...

Estamos a 700km por hora e está acelerando rapidamente.

Estamos nos aproximando de romper a barreira do som, agora.

A gente acaba de ultrapassar a barreira do som!

Ele está me dizendo que eu estou supersônica! A gente ultrapassou a barreira do som agora e o que a gente escuta é um silêncio muito grande.

Estamos virando para a esquerda, em velocidade supersônica, e eu sinto um tremendo aperto no estômago.

Eu sinto como se meus olhos tivessem na minha bochecha, minha bochecha no meu pescoço, ah, e meu ouvido no meu joelho!

Alvarez: Pilotos de guerra também sentem os efeitos da aceleração da gravidade. Suportam uma força que pode chegar até nove vezes o próprio peso, ou nove G. Mas eles são treinados para isso.

Avião faz curva para baixo, para, ergue o bico, faz parafuso, para de lado e faz a curva.

Avião faz curva, perde altitude, empina o bico, sobe direto e faz parafuso.

Veja o que este piloto do F-18 faz.

Mariana: no Gripen, chegamos a 7 g. Eu peso 60 quilos, mas agora é como se eu tivesse 420, quase meia tonelada.

Paulo Renato: No Rafale, chegamos a 9 g. Como peso 75 quilos, tenho que suportar uma força de quase 700 quilos.

Alvarez: a agilidade desses caças está a serviço de um poder de fogo imenso.

Os três modelos são capazes de ataques simultâneos contra alvos em movimento no ar e na terra.

O F-18 já testou essa capacidade. Cumpriu missões de guerra no Afeganistão e no Iraque.

Paulo Renato: o Rafale também participou de operações no Afeganistão.

Mariana: já o Gripen que está sendo oferecido ao Brasil. É ainda um projeto, que será aperfeiçoado a partir deste modelo em que estamos voando.

Alvarez: F-18, Rafale, Gripen? Qual é o melhor para o Brasil?

Em setembro, o presidente Lula chegou a dizer que preferia o caça francês. Mas o Ministério da Defesa brasileiro informou que a decisão ainda será tomada.

Paulo Renato: Na guerra pelo contrato, prometer transferência de tecnologia é uma das estratégias mais importantes. O das empresas dizem que o Brasil será capaz de construir o caça escolhido.

Mariana: nos próximos dias, a Força Aérea Brasileira deve entregar ao Ministério da Defesa o estudo técnico sobre cada aeronave.

Só então o presidente Lula vai decidir qual delas vai aterrissar aqui.

Paulo Reanto: Uma das melhores sensações que eu tive na vida - sensacional, sensacional. Maravilhoso.

Mariana: eu não consigo imaginar nenhuma outra situação em que , em tão pouco tempo, você consegue experimentar sensações tão diferentes.

Fonte: Fantástico (TV Globo)

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