quinta-feira, 4 de junho de 2009

Esquema europeu de segurança aérea é considerado confiável

Após um acidente aéreo como o da Air France no Atlântico, muitos se fazem a mesma pergunta: será que o avião é um meio de transporte seguro? Sim, cada vez mais, assegura a Agência Europeia de Segurança Aérea.

O avião continua sendo o meio de transporte mais confiável, garantem os especialistas. E há quem vá ainda mais longe, afirmando que o transporte aéreo vem se tornando cada vez mais seguro.

No entanto, uma tragédia como a ocorrida recentemente no Atlântico com o avião da Air France decolado no Rio de Janeiro com destino a Paris reacende o debate sobre a segurança na aviação. Um debate no qual especialistas fazem questão de se pronunciar.

Mecanismos europeus de segurança aérea

"A aviação na Europa é a mais segura do mundo", declarou Elisabeth Schöffmann, porta-voz da Agência Europeia de Segurança Aérea (Aesa), em entrevista à Deutsche Welle. Garantir essa segurança é a meta da Aesa, seja através de uma legislação que obriga as companhias aéreas ao cumprimento de determinadas normas, seja por outras estipulações, inclusive de ordem ambiental.

Ligada à Comissão Europeia, a Aesa cuida da harmonização dos padrões de segurança dentro da Europa, não apenas assessorando as instituições europeias na elaboração das normas, mas também zelando por seu cumprimento. "Nossa principal tarefa é fazer com que as regras sejam respeitadas", afirma Schöffmann.

Um outro âmbito de atuação da Agência Europeia de Segurança Aérea está relacionado à emissão de certificados de segurança e compatibilidade ambiental de aeronaves, motores e componentes. Esse é um elemento-chave da segurança. Um produto da indústria aeronáutica só recebe um certificado da Aesa se cumprir todos os prerrequisitos de segurança.

Além disso, a agência tem a responsabilidade de assegurar a manutenção da aeronavegabilidade de produtos, componentes e equipamentos aeronáuticos durante todo seu ciclo de vida.

Programas exaustivos de segurança

Uma das tarefas fundamentais da Aesa é o controle de segurança – por exemplo, através das inspeções do programa Safa. Essa iniciativa, lançada em 1996 pela Conferência Europeia de Aviação Civil (Ceac), permite aos países europeus realizar inspeções de aeronaves estrangeiras que aterrissem em seus aeroportos.

São inspeções que incluem sobretudo o exame da documentação e dos manuais da aeronave, as licenças da tripulação, as condições aparentes do avião, bem como a existência e o estado dos equipamentos obrigatórios de segurança na cabine de voo.

A análise das informações recolhidas pelo programa Safa possibilitou o estabelecimento de indicadores sobre o nível médio de segurança das linhas aéreas que operam na Europa, o que tem contribuído para identificar potenciais fatores de risco.

Recompilação de dados para aprimorar a segurança

Por fim, a tarefa da Aesa é complementada pela Iniciativa Europeia de Segurança Estratégica (Essi), criada em 2006. Seu objetivo é melhorar ainda mais a segurança na Europa e no resto do mundo através da análise dos dados de segurança e de sua coordenação com base em normas de segurança mundiais. Aqui se analisam, por exemplo, acidentes de aviação passados, além de se buscarem possíveis causas e também soluções preventivas para problemas futuros.

"A Essi é uma iniciativa de segurança fundamentada na cooperação voluntária entre fabricantes, autoridades, operadores e agremiações profissionais", explica Schöffmann. Entre eles, por exemplo, está a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA).

Fonte: Emili Vinagre - Revisão: Rodrigo Abdelmalack (Deutsche Welle)

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