sábado, 15 de janeiro de 2022

O novo Boeing 777X é tão grande que tem que dobrar as pontas das asas

É uma novidade para a aviação comercial e a sua chegada ao mercado está prevista para 2023.


A nova geração do lendário avião de fuselagem larga 777 da Boeing, o 777X, é o maior avião do mundo — mas também demasiado largo para a maioria dos portões dos aeroportos.

Com asas extensíveis em polímero reforçado com fibra de carbono, a aeronave tem uma envergadura de 71,75 metros quando está estendida, e 64,82 metros no solo.

Segundo a Interesting Engineering, para resolver este problema, a Boeing criou um mecanismo que permite que as pontas das asas da aeronave se dobrem, o que reduz a envergadura em 3,5 metros, para permitir que o avião caiba nos portões dos hangares dos aeroportos.

As pontas das asas dobráveis são uma novidade para a aviação comercial, e o 777X, que se apresentou ao mundo no Dubai Air Show, em Agosto de 2021, é o bimotor mais sustentável que o mundo alguma vez viu.

A Boeing planeia começar a entregar os primeiros 777x até final de 2023, três anos mais tarde do que o previsto — em parte devido a um processo de certificação alargado após os acidentes fatais que afetaram o Max 737.

Em 2018, um acidente com um 737 Max 8 da companhia aérea indonésia Lion Air provocou a morte de 189 pessoas, incluindo todos os passageiros e tripulantes. Cinco meses depois, um avião do mesmo modelo da Ethiopian Airlines caiu em circunstâncias semelhantes, causando a morte de 157 pessoas.

Desde então, todos os Boeing 737 Max 8 foram retirados de circulação em todo o mundo.

O vice-presidente da Boeing, Mike Fleming, disse aos repórteres no Dubai Air Show, que os acidentes com o 737 Max levaram a Administração Federal de Aviação dos EUA, FAA, a obrigar a Boeing a analisar mais de perto os seus sistemas 777X.

De acordo com Mike Fleming “os acidentes fizeram-nos refletir sobre os programas de desenvolvimento. Estamos a tirar as lições aprendidas com o 737 Max e a estende-las aos próximos programas de desenvolvimento“.

A nova aeronave da companhia norte-americana foi testada durante mais de 1.700 horas em mais de 600 voos de teste.

Embora o 777X tenha muitas características da família 777, a sua primeira grande melhoria são as asas — uma arquitetura totalmente nova, mais leve e otimizada para a eficiência.

O aumento da envergadura das asas torna a aeronave mais aerodinâmica, e dobrar as pontas das asas permite que funcione nos mesmo aeroportos, que as gerações anteriores da família 777.


A extensão das asas do 777X e as melhorias na construção e tecnologia prometem uma redução de 10% na queima de combustível e nas emissões de CO2, juntamente com uma melhoria de 10% na economia operacional.

Com capacidade para 425 passageiros, o 777X já tem encomendas de oito companhias aéreas, entre as quais a Emirates. Em outubro, a companhia saudita criticou a Boeing por falta de clareza com as datas de entrega das unidades encomendadas.

Quase quatro anos após os acidentes com o Max 737, a Boeing parece querer recuperar a sua reputação — apostando na inovação, na segurança e na sustentabilidade.

Por Inês Costa Macedo (ZAP - Portugal)

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