Equipe responsável pela retirada das bagagens de avião de Miami não usou as máscaras e luvas fornecidas pela Agência de Vigilância Sanitária
Apesar de todas as recomendações e dos alertas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde, companhias aéreas estão descumprindo os procedimentos de proteção contra a gripe suína a serem adotados no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Na terça-feira, nenhum passageiro do voo TAM procedente de Miami, que pousou no terminal às 10h35, recebeu máscaras, conforme determinam as novas normas – apenas a tripulação. Os funcionários responsáveis pela retirada das bagagens do avião, terceirizados pela empresa, também não usavam a proteção para o rosto nem as luvas descartáveis para manusear as bolsas de viagem, embora o material lhes tenha sido fornecido pela Anvisa. Eles são considerados o grupo com o maior potencial de contágio.
“Se a pessoa espirrou ou tossiu e depois pegou na mala, quem tiver contato com ela está suscetível ao vírus. Não se pode mexer em bagagem vinda de área de risco sem paramento. E os passageiros devem usar máscara, pois os sintomas demoram de dois a cinco dias para se manifestar. Ele pode estar doente sem saber e ainda contaminar outras pessoas. É um erro da companhia”, afirma o médico da Anvisa Moysés Diskin.
Representantes da vigilância sanitária, da Infraero e das empresas de aviação acertaram na segunda-feira que, a partir de terça-feira, os empregados em contato direto com os passageiros vindos das zonas afetadas pelo vírus da gripe usariam máscaras e luvas. A Anvisa distribuiu o material a policiais federais e funcionários da Receita Federal (conforme exigido) e, como era o primeiro dia da operação, entregou o material também aos responsáveis pela retirada das bagagens e até mesmo aos vendedores das lojas de conveniência da sala de desembarque. Diskin informou que se as empresas aéreas não cumprirem o acordo poderão ser multadas. “Não acredito que teremos de recorrer a tal atitude num momento como esse. Não custa nada às empresas comprar essas máscaras em vista do que elas cobram pela passagem”, disse.
A TAM informou na terça-feira que a empresa nega ter cometido qualquer irregularidade e está seguindo as orientações da Anvisa. Se as companhias não dão o aparato de proteção, cabe a quem vai viajar cuidar da segurança. Na farmácia do aeroporto, o estoque de máscaras foi todo vendido entre a tarde de segunda-feira e a manhã de terça-feira. A gerente e farmacêutica Márcia Rezende Tomáz pediu mais duas caixas ao fornecedor, num total de 200 unidades. “Não tínhamos muitas, pois a compra era bem pontual”, contou.
Susto
Quem chegou de viagem do exterior se deparou com um aparato de novos procedimentos em Confins. Logo que a aeronave pousou, dois técnicos da Anvisa conversaram com a tripulação, para saber se havia algum passageiro em situação suspeita. Diante da negativa, as pessoas foram autorizadas a desembarcar. Muitos se assustaram ao encontrar funcionários da Receita, da Polícia Federal e da Infraero paramentados. No saguão de desembarque, eles recebam ainda um panfleto com as explicações sobre a doença.
Desde terça-feira, a conduta é a mesma nos aeroportos de todo o país: em caso de identificação de suspeitos, o viajante permanecerá a bordo, juntamente com passageiros próximos a ele (duas fileiras a frente, duas atrás e dois de cada lado), para avaliação clínica e epidemiológica. Se necessário, serão encaminhados para um dos 49 hospitais de referência.
A dona-de-casa Nancy Almeida, de 65 anos, estava no voo procedente de Miami. Ela ficou sabendo da gripe suína pelo noticiário dos Estados Unidos. Como os funcionários do aeroporto da cidade norte-americana já usavam máscaras e luvas, ela não se assustou quando chegou ao Rio de Janeiro, onde uma passageira foi retirada do avião com suspeita da doença. O mesmo havia ocorrido com outra senhora em Miami e, por causa disso, o voo atrasou. “Agora vou me cuidar, lavar bem as mãos e ficara atenta”, disse.
O corretor de imóveis Randy Wridatt, de 44, mora em Hollywood, na Califórnia, e diz que está apreensivo com a situação em seu país. “Estive em Los Angeles no fim de semana, que é bem perto do México, e lá as pessoas no aeroporto estão se protegendo com luvas e máscaras. Nas ruas ninguém mudou a rotina, mas fiquei bastante preocupado”, contou.
Fonte: Junia Oliveira - Estado de Minas - Foto: Euler Júnior (EM/D.A Press)
Na terça-feira, nenhum passageiro do voo TAM procedente de Miami, que pousou no terminal às 10h35, recebeu máscaras, conforme determinam as novas normas – apenas a tripulação. Os funcionários responsáveis pela retirada das bagagens do avião, terceirizados pela empresa, também não usavam a proteção para o rosto nem as luvas descartáveis para manusear as bolsas de viagem, embora o material lhes tenha sido fornecido pela Anvisa. Eles são considerados o grupo com o maior potencial de contágio.
“Se a pessoa espirrou ou tossiu e depois pegou na mala, quem tiver contato com ela está suscetível ao vírus. Não se pode mexer em bagagem vinda de área de risco sem paramento. E os passageiros devem usar máscara, pois os sintomas demoram de dois a cinco dias para se manifestar. Ele pode estar doente sem saber e ainda contaminar outras pessoas. É um erro da companhia”, afirma o médico da Anvisa Moysés Diskin.
Representantes da vigilância sanitária, da Infraero e das empresas de aviação acertaram na segunda-feira que, a partir de terça-feira, os empregados em contato direto com os passageiros vindos das zonas afetadas pelo vírus da gripe usariam máscaras e luvas. A Anvisa distribuiu o material a policiais federais e funcionários da Receita Federal (conforme exigido) e, como era o primeiro dia da operação, entregou o material também aos responsáveis pela retirada das bagagens e até mesmo aos vendedores das lojas de conveniência da sala de desembarque. Diskin informou que se as empresas aéreas não cumprirem o acordo poderão ser multadas. “Não acredito que teremos de recorrer a tal atitude num momento como esse. Não custa nada às empresas comprar essas máscaras em vista do que elas cobram pela passagem”, disse.
A TAM informou na terça-feira que a empresa nega ter cometido qualquer irregularidade e está seguindo as orientações da Anvisa. Se as companhias não dão o aparato de proteção, cabe a quem vai viajar cuidar da segurança. Na farmácia do aeroporto, o estoque de máscaras foi todo vendido entre a tarde de segunda-feira e a manhã de terça-feira. A gerente e farmacêutica Márcia Rezende Tomáz pediu mais duas caixas ao fornecedor, num total de 200 unidades. “Não tínhamos muitas, pois a compra era bem pontual”, contou.
Susto
Quem chegou de viagem do exterior se deparou com um aparato de novos procedimentos em Confins. Logo que a aeronave pousou, dois técnicos da Anvisa conversaram com a tripulação, para saber se havia algum passageiro em situação suspeita. Diante da negativa, as pessoas foram autorizadas a desembarcar. Muitos se assustaram ao encontrar funcionários da Receita, da Polícia Federal e da Infraero paramentados. No saguão de desembarque, eles recebam ainda um panfleto com as explicações sobre a doença.
Desde terça-feira, a conduta é a mesma nos aeroportos de todo o país: em caso de identificação de suspeitos, o viajante permanecerá a bordo, juntamente com passageiros próximos a ele (duas fileiras a frente, duas atrás e dois de cada lado), para avaliação clínica e epidemiológica. Se necessário, serão encaminhados para um dos 49 hospitais de referência.
A dona-de-casa Nancy Almeida, de 65 anos, estava no voo procedente de Miami. Ela ficou sabendo da gripe suína pelo noticiário dos Estados Unidos. Como os funcionários do aeroporto da cidade norte-americana já usavam máscaras e luvas, ela não se assustou quando chegou ao Rio de Janeiro, onde uma passageira foi retirada do avião com suspeita da doença. O mesmo havia ocorrido com outra senhora em Miami e, por causa disso, o voo atrasou. “Agora vou me cuidar, lavar bem as mãos e ficara atenta”, disse.
O corretor de imóveis Randy Wridatt, de 44, mora em Hollywood, na Califórnia, e diz que está apreensivo com a situação em seu país. “Estive em Los Angeles no fim de semana, que é bem perto do México, e lá as pessoas no aeroporto estão se protegendo com luvas e máscaras. Nas ruas ninguém mudou a rotina, mas fiquei bastante preocupado”, contou.
Fonte: Junia Oliveira - Estado de Minas - Foto: Euler Júnior (EM/D.A Press)
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