O avião, pilotado por André Borschberg, pousou na base militar de Payerne (oeste), em meio aos aplausos de uma centena de espectadores.
Sob um céu limpo, o protótipo de matrícula HB-SIA percorreu a pista e parou ao final de cem metros.
O aparelho poderia, inclusive, ter continuando seu voo. "Ele capta suficiente energia para ganhar altura e passar uma nova noite no ar", declarou Piccard, que recebeu o piloto e ajudou a abrir o "cockpit".
Piccard detalhou que o aparelho tinha, no amanhecer desta quinta, energia suficiente em suas baterias para continuar voando mais três horas, uma margem muito maior que a esperada.
"É um prazer estar de volta!", declarou Borschberg. "Tenho a impressão de continuar no ar", acrescentou este ex-piloto militar de 57 anos.
O aparelho decolou na quarta-feira às 06H51 (04H51 GMT), a uma velocidade de 35 km/h, da pista da base militar de Payerne, aproveitando um dia radiante.
O avião tem como única fonte de energia 12.000 células fotovoltaicas que cobrem suas asas e alimentam os quatro motores elétricos, com potência de 10 CV cada. Também permitem recarregar as baterias de lítio polímero de 400 kg.
Seu peso é muito leve (1.600 kg) e as asas têm uma envergadura semelhante às de um Airbus A340 (63,40 metros).
O aparelho demonstrou funcionar bem durante o dia, com um primeiro voo de sucesso em 7 de abril e outros 10 desde então.
Os paineis solares serviram durante as 14 horas de sol de quarta-feira para carregar as baterias de lítio polimerizado, de 400 kg de peso, o que permitiu que o protótipo tivesse energia suficiente para voar durante a noite.
"O objetivo de voar sem combustível é mostrar que podemos ser muito menos dependentes da energia fóssil do que se acredita", destacou Piccard.
A intensidade do sol era tamanha na quarta-feira que o piloto pôde apagar parte do dispositivo que carrega das baterias.
No entanto, na última hora do dia o avião voo muito rápido, impulsionado por forte vento, o que impediu de carregá-las completamente.
Na tarde de quarta, os organizadores decidiram continuar com o voo durante a noite, ao considerar que as baterias estavam suficientemente carregadas para aguentar até o amanhecer de quinta-feira.
Para o diretor de voo, Claude Nicollier, foi "um voo magnífico, melhor que o previsto".
O voo também foi acompanhado pela Federação Internacional Aeronáutica (FIA), que registra os recordes da aviação.
Uma primeira tentativa foi cancelada na quinta-feira passada uma hora antes da partida prevista por causa de uma avaria num componente eletrônico.
Depois desse primeiro êxito, a equipe do Solar Impulse, formada por 70 pessoas, espera construir um segundo modelo para dar a volta ao mundo em cinco etapas, com início previsto para 2013 ou 2014.
Fonte: AFP - Fotos: Reuters