quarta-feira, 31 de dezembro de 2025

Aconteceu em 31 de dezembro de 2017: A queda do voo Nature Air 144 na Costa Rica


O avião Cessna 208B Grand Caravan, prefixo TI-BEI, da Nature Air (foto abaixo), operava o voo 144 da Nature Air que caiu em 31 de dezembro de 2017, pouco depois da decolagem do Aeroporto de Punta Islita, em Nandayure, província de Guanacaste, Costa Rica, em um voo fretado doméstico de passageiros para a capital da Costa Rica, San José, matando todas as 12 pessoas a bordo. 


O voo, com duração prevista de 40 minutos, era operado pela companhia aérea regional costarriquenha Nature Air e a aeronave envolvida era um Cessna 208B Caravan fabricado em 2001. A bordo da aeronave estavam 10 passageiros, em sua maioria turistas americanos, e 2 pilotos. Uma investigação do NTSB determinou posteriormente que o acidente foi causado pela aeronave entrar em parafuso/estol aerodinâmico, resultado de erro do piloto. A Nature Air encerrou permanentemente suas operações após o acidente.

O voo acidentado

O voo era um dos dois fretados pela Backroads Travel Company e decolou do aeroporto de Punta Islita, uma pequena cidade litorânea na costa do Pacífico da Costa Rica, às 12h10, horário local. Transportava 10 passageiros, incluindo duas famílias americanas de turistas, além de dois pilotos locais. 

O voo tinha como destino o Aeroporto Internacional Juan Santamaría, na capital da Costa Rica, San José, onde os passageiros fariam conexão com um voo internacional para retornar aos Estados Unidos. A aeronave acidentada chegou atrasada a Punta Islita devido aos fortes ventos e, na ida, pousou em um ponto intermediário na pista de pouso de Tambor, onde os pilotos aguardaram melhores condições climáticas.

Segundos após a decolagem, a aeronave inclinou-se para a esquerda. Em seguida, capotou, a asa atingiu árvores e o avião impactou um terreno elevado próximo ao aeroporto, explodiu e pegou fogo. Não foi possível contatar a aeronave, que foi dada como desaparecida. Aproximadamente às 12h30, os serviços de emergência próximos ao aeroporto receberam relatos de que a aeronave havia caído na mata. Os serviços de emergência enviaram 20 veículos, incluindo ambulâncias e 45 bombeiros. Turistas e moradores locais que presenciaram o acidente também correram para o local e auxiliaram na operação de resgate.

Fotos publicadas pelo Ministério da Segurança Pública da Costa Rica revelaram que a aeronave foi pulverizada com o impacto. O chefe dos bombeiros de Nandayure, Hector Chavéz, afirmou que a cena era de "destruição total". A aeronave caiu de cabeça para baixo, sem sobreviventes. Às 19h, horário local, os socorristas haviam recuperado todas as vítimas do voo.


As vítimas eram duas famílias de turistas americanos, um guia turístico americano e dois tripulantes costarriquenhos. Entre os mortos estava o piloto, Capitão Juan Manuel Retana, primo da ex-presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla. Ele tinha acumulado um total de 15.000 horas de voo. Antes de ingressar na Nature Air, trabalhou na companhia aérea regional da Costa Rica, SANSA, por 14 anos. A outra tripulante foi identificada pela mídia costarriquenha como Emma Ramos.

Investigação


O Governo da Costa Rica abriu uma investigação sobre a causa do acidente em 1 de janeiro de 2018. A investigação foi conduzida pela DGAC da Costa Rica. Esperava-se que o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB) auxiliasse as autoridades costarriquenhas na investigação, visto que a maioria dos passageiros era de origem americana. Em 18 de maio, a GAC ​​ofereceu-se para delegar a investigação ao NTSB. O NTSB aceitou a oferta em 30 de maio de 2018.

Na fase inicial da investigação, os investigadores apontaram falha mecânica, fatores humanos e condições meteorológicas adversas como a causa do acidente. Vários relatos recolhidos de testemunhas oculares revelaram que as condições meteorológicas em Punta Islita eram inclementes. Foram registadas rajadas de vento de 20 nós (37 km/h; 23 mph). Outra testemunha afirmou que a aeronave voou demasiado baixo. Enio Cubillo, chefe da DGAC da Costa Rica, afirmou que a investigação do Voo 144 demoraria meses.


Em 8 de janeiro de 2018, o Organismo de Investigación Judicial (Organização de Investigação Judicial) da Costa Rica realizou buscas nos escritórios da Nature Air no Aeroporto Internacional Tobías Bolaños, em Pavas, e no Aeroporto Internacional Juan Santamaria, em San José. Também realizaram buscas nos escritórios da Dirección General de Aviación Civil (Direção Geral de Aviação Civil) da Costa Rica, em La Uruca, como parte da investigação do acidente. 

Pelo menos 30 agentes participaram da operação com o objetivo de obter dossiês sobre os pilotos e sobre o Cessna 208 Caravan, bem como as identidades dos responsáveis ​​pela manutenção e de quem autorizou o voo.


Em dezembro de 2019, dois anos após o acidente, o NTSB divulgou o relatório final sobre o acidente. Ele foi causado pelo seguinte: "A falha da tripulação em manter a velocidade durante a manobra para sair de uma área de terreno ascendente resultou na ultrapassagem do ângulo de ataque crítico da aeronave e em uma perda de sustentação aerodinâmica. 

Contribuíram para o acidente a decisão da tripulação de continuar a decolagem em direção ao terreno ascendente, que provavelmente excedia a capacidade de subida da aeronave, a falta de informações meteorológicas adequadas para a determinação do vento e a ausência de treinamento documentado para um aeroporto que exigisse uma decolagem não convencional."

Consequências


O acidente destacou o perigo dos voos turísticos fretados privados, causando preocupação entre os costarriquenhos que trabalham no setor de turismo. Imediatamente após o acidente, a Fox News alertou seus leitores sobre o perigo de voar em voos fretados privados, indicando que eles não são devidamente regulamentados.


O ex-chefe do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes também alertou os americanos para não voarem em voos fretados privados na Costa Rica. Isabel Vargas, presidente da Câmara Nacional de Turismo da Costa Rica, contestou as alegações, assim como o diretor de Aviação Civil da Costa Rica, Ennio Cubillo, que classificou as afirmações de que os voos fretados não estão sujeitos à supervisão de segurança adequada como reportagem irresponsável.

Por Jorge Tadeu da Silva (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia 

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