Devido às sanções impostas à Rússia pelos países ocidentais por causa da invasão da Ucrânia, a Aeroflot, companhia aérea de bandeira russa, teve que encontrar maneiras de continuar mantendo aeronaves Boeing e Airbus em sua frota.
Como resultado, a companhia aérea transferiu suas instalações de produção e recursos humanos para a A-Technics, fornecedora de Manutenção, Reparo e Revisão (MRO). Este movimento destaca o desejo da Rússia de manter esses aviões de fabricação ocidental em sua posse por um período prolongado.
A partir de julho de 2022, a Aeroflot começou a mover suas estações de linha, instalações de manutenção e componentes MRO, um mês depois que a A-Technics recebeu um certificado para projetar e produzir peças de aeronaves do regulador de aviação russo Rosaviatsiya.
No final de setembro, a certificação foi ampliada pelas autoridades russas, o que permite à A-Technics criar e aprovar a documentação para reparar componentes estruturais de aeronaves de fabricantes ocidentais.
As peças em questão referem-se a sistemas de ar condicionado, equipamentos de iluminação, janelas, portas, sistemas de freios, reversores de empuxo, revestimento externo da fuselagem e revestimentos aerodinâmicos.
Além disso, a empresa recebeu permissão para criar documentação para a produção e modificação de componentes de nível III, que incluem certas áreas do avião, como cozinhas, compartimentos de passageiros e cockpit.
Além de impactar a receita de pós-venda da Airbus e da Boeing, o uso de peças não aprovadas pelos fabricantes originais nesses aviões, que a Rússia efetivamente apreendeu desde a imposição das sanções, diminui drasticamente o valor da aeronave. A política irrelevante da Rússia torna esses aviões não compatíveis com os padrões da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) e efetivamente os torna inutilizáveis fora da Rússia.
Em sua assembléia em outubro, a ICAO aprovou uma resolução condenando veementemente as violações da Rússia à Convenção sobre Aviação Civil Internacional. Especificamente, criticou a decisão da Rússia de registrar aviões, a maioria dos quais pertencentes a arrendadores e bancos ocidentais, sob seu próprio registro de aviação civil, permitindo assim que sejam operados sem certificados de aeronavegabilidade válidos.
Atualmente, não existe um sistema em nível internacional para rastrear ou aplicar regulamentos sobre a fabricação e distribuição de peças falsificadas.
Via Fernando Valduga (Cavok) - Imagens: Reprodução
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