terça-feira, 23 de junho de 2009

Perícia aponta mortes por politraumatismo no voo 447, diz médico

José Calvo, que atua no embalsamento, diz não ser possível associar as lesões a uma causa do acidente

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE


A perícia feita nos corpos de três das 11 vítimas já identificadas do voo 447 da Air France revela que elas morreram em consequência de politraumatismo, ou seja, de lesões provocadas por forte impacto.

É o que afirmou ontem o médico José Calvo, chefe da equipe responsável pelo embalsamento dos corpos, que serão levados de Recife (PE) aos Estados e países de origem.

"A causa da morte foi definida pelos legistas do IML (Instituto de Medicina Legal) de Pernambuco", disse. "Consta em laudo necroscópico, certidão de óbito, atestado de óbito."

A Secretaria da Defesa Social de Pernambuco informou que os peritos do IML e da Polícia Federal só comentarão o resultado dos exames após a identificação de todas as vítimas.

Calvo trabalha na empresa contratada para o serviço de embalsamento.

Segundo o médico, apesar de as lesões que provocaram as mortes terem sido "muito bem documentadas", não é possível associá-las a uma provável causa do acidente aéreo.

"Não se pode generalizar, fazer uma conotação filosófica de possível causa, porque há toda uma dinâmica de engenharia e de perícia", afirmou.

Os três corpos, todos de brasileiros, estavam sendo embalsamados ontem no cemitério Morada da Paz, em Paulista (região metropolitana de Recife) e deverão ser liberados hoje às famílias. Outras oito vítimas também já identificadas -uma delas estrangeira- passarão pelo mesmo procedimento de preparação nos próximos dias.

Desde o desaparecimento do Airbus, em 31 de maio, as equipes de resgate encontraram os corpos de 50 das 228 pessoas que estavam a bordo. O último deles chegou ontem a Recife, no navio-tanque Gastão Motta.

A embarcação trouxe ainda cerca de 20 pedaços do avião, bagagens e um saco com supostos fragmentos de corpos.

As buscas no mar prosseguem, mas o aparato utilizado na operação vem sendo reduzido aos poucos.

Fonte: jornal Folha de S.Paulo

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