A atividade da zona turbulenta por onde passou o Airbus 330 da Air France, que fez o voo 477 do Rio a Paris, está acima do normal este ano. Especialistas acreditam que turbulências, nuvens gigantes e raios possam estar entre as causas - diretas ou não - do acidente. O avião atravessou um intenso conjunto de nuvens cúmulos-nimbos, que chegavam a mais de 16 quilômetros de altura com muitas descargas elétricas.
Um piloto de uma empresa aérea nacional, que faz a mesma rota com o Airbus 330, confirmou uma mudança:
- Tem havido uma atividade muito forte na área.
A FAB emitiu um alerta oficial sobre condições climáticas perigosas, com turbulência severa, na região onde o vôo 447 da Air France desapareceu. Imagens de satélite e dados da Rede Mundial de Raios (WWLLN, na sigla em inglês), operada na América do Sul pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), confirmam a ocorrência da tempestade no horário e no local do possível acidente aéreo.
- As imagens de satélite mostram um fenômeno conhecido como zona de convergência intertropical, um alinhamento de nuvens extremamente densas, típicas de tempestades, na rota prevista para o voo AF 447 - disse ao site do GLOBO, por telefone, Marcelo Enrique Seluchi, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)/INPE. - É uma zona de grande turbulência.
Nesta região, explica Marcelo, descargas elétricas são comuns. O que poderia corroborar a hipótese levantada pela própria Air France de que o avião teria sido atingido por um raio antes de apresentar problemas elétricos.
- É difícil, mas não é impossível que o avião tenha sido atingido por um raio - explicou o meteorologista. - Essas zonas de convergência apresentam oscilações de intensidade e posição. Tem dias em que estão mais intensas. Como no domingo.
Fenômeno teria relação com chuvas no Norte e Nordeste
O avião desapareceu ao atravessar a Zona de Convergência Intertropical. Os pilotos de aviões já partem sabendo que enfrentarão tempestades potencialmente perigosas e existem radares que os mantêm informados sobre isso. Desde o fim do ano passado, porém, essa zona está anormalmente mais ativa.
- Uma muralha de nuvens que se estende da América do Sul à África cobre o Atlântico. É esse fenômeno que está causando as chuvas torrenciais que assolam o Norte e o Nordeste do Brasil desde o fim do ano passado. Ainda não sabemos o motivo, mas a atmosfera está despejando uma quantidade anormal de energia este ano - diz Isimar de Azevedo Santos, professor do Departamento de Meteorologia da UFRJ e coordenador do projeto Ciclones do Atlântico Sul.
De acordo com o técnico do Inpe, praticamente todos os voos que partem do país para a Europa e os EUA passam por essa zona de turbulência, localizada ao norte da ilha de Fernando de Noronha. Em geral, sem grandes problemas.
- O que causa estranhamento é que este é um fenômeno frequente nesta região, com o qual os pilotos estão bastante acostumados. Os aviões, na maioria das vezes, atravessam essas zonas de convergência na altura do topo das nuvens, a cerca de 15 mil metros, que é a região menos perigosa.
Marcelo lembra, ainda, que os aviões possuem radares de proa que avisam sobre a existência de nuvem mais densas que possam oferecer algum risco.
- Isso permite que eles mudem a rota e contornem essas zonas.
Fonte: Ângela Góes (O Globo)
Um piloto de uma empresa aérea nacional, que faz a mesma rota com o Airbus 330, confirmou uma mudança:
- Tem havido uma atividade muito forte na área.
A FAB emitiu um alerta oficial sobre condições climáticas perigosas, com turbulência severa, na região onde o vôo 447 da Air France desapareceu. Imagens de satélite e dados da Rede Mundial de Raios (WWLLN, na sigla em inglês), operada na América do Sul pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), confirmam a ocorrência da tempestade no horário e no local do possível acidente aéreo.
- As imagens de satélite mostram um fenômeno conhecido como zona de convergência intertropical, um alinhamento de nuvens extremamente densas, típicas de tempestades, na rota prevista para o voo AF 447 - disse ao site do GLOBO, por telefone, Marcelo Enrique Seluchi, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)/INPE. - É uma zona de grande turbulência.
Nesta região, explica Marcelo, descargas elétricas são comuns. O que poderia corroborar a hipótese levantada pela própria Air France de que o avião teria sido atingido por um raio antes de apresentar problemas elétricos.
- É difícil, mas não é impossível que o avião tenha sido atingido por um raio - explicou o meteorologista. - Essas zonas de convergência apresentam oscilações de intensidade e posição. Tem dias em que estão mais intensas. Como no domingo.
Fenômeno teria relação com chuvas no Norte e Nordeste
O avião desapareceu ao atravessar a Zona de Convergência Intertropical. Os pilotos de aviões já partem sabendo que enfrentarão tempestades potencialmente perigosas e existem radares que os mantêm informados sobre isso. Desde o fim do ano passado, porém, essa zona está anormalmente mais ativa.
- Uma muralha de nuvens que se estende da América do Sul à África cobre o Atlântico. É esse fenômeno que está causando as chuvas torrenciais que assolam o Norte e o Nordeste do Brasil desde o fim do ano passado. Ainda não sabemos o motivo, mas a atmosfera está despejando uma quantidade anormal de energia este ano - diz Isimar de Azevedo Santos, professor do Departamento de Meteorologia da UFRJ e coordenador do projeto Ciclones do Atlântico Sul.
De acordo com o técnico do Inpe, praticamente todos os voos que partem do país para a Europa e os EUA passam por essa zona de turbulência, localizada ao norte da ilha de Fernando de Noronha. Em geral, sem grandes problemas.
- O que causa estranhamento é que este é um fenômeno frequente nesta região, com o qual os pilotos estão bastante acostumados. Os aviões, na maioria das vezes, atravessam essas zonas de convergência na altura do topo das nuvens, a cerca de 15 mil metros, que é a região menos perigosa.
Marcelo lembra, ainda, que os aviões possuem radares de proa que avisam sobre a existência de nuvem mais densas que possam oferecer algum risco.
- Isso permite que eles mudem a rota e contornem essas zonas.
Fonte: Ângela Góes (O Globo)
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