terça-feira, 20 de dezembro de 2022

História: O estranho e fracassado projeto soviético de tanque voador

O Antonov A-40 durante o voo (Foto: Domínio Público)
A rápida evolução de máquinas de guerra nos anos após a Primeira Guerra Mundial mudou os paradigmas do combate bélico.

A Frente Ocidental da Primeira Guerra havia desenvolvido rapidamente linhas de trincheiras estáticas. Milhares de homens morriam nos ataques para ganhar poucas centenas de metros de território.

Arame farpado, artilharia e metralhadoras aumentaram enormemente os custos dos avanços frontais.

A invenção dos primeiros tanques armados em 1917 rompeu esse impasse. Os tanques conseguiam mover-se através do arame farpado e eram, em grande parte, imunes aos ataques das metralhadoras.

Assim, as táticas militares voltaram-se para uma nova forma de máquina de guerra que imitava as antigas campanhas de cavalaria - enormes batalhas disputadas ao longo de amplos territórios. E outra arma mais moderna - o avião - ampliou ainda mais essa capacidade.

Os estrategistas militares precisaram enfrentar avanços blindados cobrindo dezenas de quilômetros em um único dia - um feito quase impensável poucas décadas antes.

Nos anos 1930, diversos exércitos começaram a imaginar como as tropas isoladas pelo curso da batalha ou que aterrissavam de paraquedas muito além das linhas inimigas poderiam conseguir apoio blindado com rapidez.

A melhor forma parecia ser mesclar pequenos tanques com os grandes aviões bombardeiros.

Experimentos foram realizados, especialmente na União Soviética, nos anos 1930. Entre os conceitos, havia os tanquetes atiradores - pequenos tanques com armamento leve e metralhadoras - sob as asas de grandes aviões bombardeiros.

Os aviões aterrissariam, descarregariam os tanques e decolariam novamente. Tecnicamente, era viável, mas havia uma importante desvantagem: seria preciso ter terra plana suficiente por perto para que os grandes aviões pudessem pousar.

Por isso, surgiu outra ideia mais extravagante: por que aterrissar o avião se o próprio tanque poderia descer à terra? Assim surgiu a noção do "tanque planador".

O desenvolvimento da ideia


O planador foi desenvolvido na primeira metade do século 20, principalmente para fins militares. A Alemanha, a União Soviética, o Reino Unido e os EUA dedicaram grandes esforços para desenvolver planadores que pudessem transportar tropas e carga para o campo de batalha.

Os planadores eram rebocados por aviões de transporte - como os planadores modernos, que são rebocados por aviões leves - e liberados perto do alvo para prosseguir até o seu destino. Para serem eficazes, os planadores precisavam de espaço limpo para aterrissagem (o que restringia os locais onde poderiam ser usados), mas foram uma arma decisiva na Segunda Guerra Mundial.

No início dos anos 1930, os estrategistas militares buscavam máquinas de guerra com mais mobilidade. Com isso, os tanques diminuíram de tamanho.

O engenheiro americano J. Walter Christie havia inventado um sistema de suspensão inovador que foi empregado em muitos tanques na Segunda Guerra Mundial. Ele começou a examinar o conceito do tanque voador no início dos anos 1930.

O projeto de Christie era mais ambicioso que os que se seguiram. Ele envolvia aparafusar um par de asas e uma cauda ao tanque, além de um propulsor alimentado pelos motores do veículo.

Segundo Christie, o tanque conseguiria ser suspenso no ar a cerca de 330 pés (100 metros) e transportado até o campo de pouso com sua própria potência.

O tanque T-60 foi a base do ambicioso projeto de Oleg Antonov (Imagem: Getty Images)
"Além disso, o piloto do tanque voador não precisa do terreno plano exigido por um avião bombardeiro para decolar", afirmou Christie, segundo mencionado na revista Popular Mechanics em 1932. "Ele pode decolar na lama, em campo acidentado e em terreno que impediria um avião médio de subir aos céus."

O exército americano não tinha a mesma convicção de Christie e sua ideia inovadora acabou não sendo aceita. Mas, alguns anos depois, outro projetista igualmente visionário tirou o conceito da mesa de desenho e o levou para o ar, na União Soviética.

'Solução em busca de problemas'


Oleg Antonov era fascinado pela aviação desde a infância. Quando ainda era adolescente, ele projetou seu próprio planador. Seu talento como projetista acabou levando-o ao cargo de projetista-chefe da Fábrica de Planadores de Moscou, onde projetou mais de 30 planadores diferentes.

Os estrategistas militares soviéticos estavam começando a entender que as unidades de paraquedistas poderiam precisar de armas mais pesadas para ajudá-los a sobreviver em bolsões isolados, longe de forças amigas.

Uma opção pesquisada foi enviar pequenos tanques a bordo de grandes bombardeiros, usando grandes paraquedas. Mas havia problemas nessa operação, como explica Stuart Wheeler, curador do Museu dos Tanques de Bovington, no Reino Unido.

"Um dos pontos que vemos nos soviéticos do pós-guerra é essa ideia de dispersão, lançando veículos com diversos paraquedas. Mas onde está a tripulação? Eles também lançavam a tripulação, mas eles poderiam aterrissar muito longe e precisar atravessar quilômetros para chegar até o veículo", segundo ele.

O T-60 precisou sofrer grandes modificações para conseguir voar (Imagem: Kaboldy/CC BY-SA 3.0)
Para Wheeler, "os tanquetes suspensos em um [avião] Tupolev são uma solução para o problema, que não está longe do que acontecia nos Estados Unidos nos anos 1960, com helicópteros Sikorsky e veículos suspensos abaixo da aeronave".

Mas, nos anos 1930, essas ideias simplesmente não eram viáveis.

Em 1940 - apenas um ano antes da invasão da União Soviética pela Alemanha -, Antonov foi levado a trabalhar em um planador que pudesse carregar pequenos tanques. Mas o projeto de Christie o havia intrigado e ele trabalhou em um projeto de tanque voador chamado A-40.

O protótipo usava um tanque T-60, pequeno e rápido, usado para reconhecimento. Nele, eram aparafusadas duas asas e uma longa cauda estabilizadora. Wheeler afirma que não era um compromisso ideal.

"O problema é que o único veículo que realmente poderia entrar ali é um modelo de 1937, prejudicado pela sua blindagem fina e sua metralhadora pequena", segundo ele.

O que favorecia a ideia do tanque planador é que ele não exporia aviões de transporte grandes e lentos aos combates em terra. O tanque seria liberado a alguma distância da zona de aterrissagem e planaria até parar.

Um modelo em escala do A-40 construído alguns anos atrás por um museu na Holanda mostra as imensas dimensões desse veículo criativo e inusitado.

"O tanque pesa apenas cerca de seis toneladas e é bastante pequeno", afirma o jornalista especializado em aviação Jim Winchester.

"Mas a envergadura é a mesma de um pequeno bombardeiro e ele tem duas vezes a área das asas."

Dois conjuntos de asas empilhados um sobre o outro são necessários para elevar suficientemente o tanque, a fim de mantê-lo suspenso.

O projeto de Antonov ficou na mesa de desenho até muito depois que a Alemanha invadiu a União Soviética em 1941. Foi ali que Antonov percebeu como pode ser difícil transformar a ideia do papel em realidade. Seu protótipo somente foi construído em 1942.

No dia 2 de setembro de 1942, o piloto de teste (ou, neste caso, o motorista de teste) Sergei Anokhin pegou os controles do tanque, rebocado por um bombardeiro Tupolev TB-3 com uma longa corda. O A-40 estava pronto para o seu voo inaugural.

"Para testar o voo, eles precisam deixar de fora a munição e a maior parte do combustível para economizar peso", explica Winchester. "O conceito era que, à medida que a torre do tanque girava, você movia os controles das asas. Você simplesmente movimenta a arma para a esquerda ou para a direita."

Mas o tanque era tão pesado que a torre também precisou ser retirada.

O Tupolev decolou com o A-40 a reboque, mas precisava liberar o tanque cedo para evitar acidentes - o arrasto criado pelo incômodo veículo resultou ser grande demais.

Anokhin conseguiu plainar o tanque para pousar em um campo. E, depois de pousar, ele conseguiu desmontar as asas e a cauda e dirigir o tanque de volta para a base.

A aerodinâmica básica do A-40 comprovou ser segura, mas seu primeiro voo (que acabaria também sendo o último) demonstrou as dificuldades de fazer um veículo tão pesado sair do chão.

"Ele é chamado de tanque voador, mas, se você disser isso, as pessoas irão pensar em um objeto sobrevoando e disparando tiros, enquanto, na verdade, não era este o caso", explica Winchester. "De certa forma, era uma solução em busca de problemas."

Este modelo em escala do A-40 mostra o enorme tamanho das suas asas e da cauda,
em comparação com o pequeno tanque (Imagem: The Tank Museum, Bovington)
Os estrategistas soviéticos queriam, na verdade, que o conceito do A-40 fosse usado com o tanque T-34, muito mais pesado e eficaz.

Mas o atabalhoado voo inaugural demonstrou que não havia aeronave com potência suficiente para fazer o planador decolar com o tanque maior. Um T-34 totalmente carregado pesava 26 toneladas - mais de quatro vezes o diminuto T-60.

Este tanque pequeno poderia ter sido útil para apoiar unidades amigas, operando longe da linha de combate, mas teria menos utilidade em grandes batalhas.

"Você tem um tanque que pode ser útil em certas circunstâncias, mas não em um ambiente em disputa na forma habitual", afirma Winchester.

A tentativa japonesa


O projeto de Antonov nunca mais voou, mas não foi o fim do conceito de tanque voador.

O Japão, que também havia se interessado pelo conceito de Christie, explorou a ideia durante a Segunda Guerra Mundial.

O Tanque Leve Especial número 3 Ku-Ro japonês foi um projeto inteiramente novo, construído especialmente para a missão. Como o A-40, ele foi projetado para ser rebocado por uma aeronave grande e liberado para plainar até o campo de batalha.

Os projetistas descobriram que a tensão da decolagem em alta velocidade destruía rapidamente os pneus do tanque e instalaram um par de esquis.

Como as asas e as caudas, os esquis podiam ser rapidamente desmontados depois da aterrissagem, para que o tanque pequeno de 2,9 toneladas pudesse entrar em ação.

Mas, dois anos depois, o projeto foi cancelado porque o Japão se viu lutando uma guerra defensiva.

O crescimento da superioridade aérea dos Estados Unidos fez com que ficasse muito perigoso lançar essas armas com aeronaves lentas e vulneráveis. O projeto nunca saiu do estágio de protótipo e o tanque propriamente dito nunca voou.

Os projetos britânicos


O Reino Unido também fez algumas tentativas de criar um tanque voador durante a guerra, com um projeto mais simples, mas igualmente extravagante - que chegou a voar.

O Baynes Bat ("Morcego de Baynes", em homenagem ao seu projetista, L. E. Baynes) foi um conceito de planador criado para explorar um projeto maior que pudesse ser usado com um tanque. Mas, ao contrário, do A-40, ele tinha apenas um conjunto de asas e não dois.

Versão em escala reduzida do 'Morcego de Baynes'. Ele chegou a voar, mas o projeto foi cancelado antes que um protótipo em tamanho real pudesse decolar (Imagem: Domínio Público)
Se o Baynes Bat tivesse entrado em linha de produção, ele teria uma envergadura muito grande, de mais de 30 metros.

A asa também era projetada para trás - um salto aerodinâmico raramente observado durante a Segunda Guerra Mundial, que se tornaria uma característica comum nos jatos supersônicos de combate introduzidos uma década depois.

O Baynes Bat não tinha cauda e, no seu lugar, havia um estabilizador vertical, parecido com barbatanas de cauda, montado na ponta de cada asa. Na verdade, o protótipo de Baynes não incluía um tanque - o piloto se sentava em uma fuselagem minúscula, minimizada pela asa gigante.

Seu piloto, Robert Kronfeld, observaria posteriormente: "Apesar do seu projeto não ortodoxo, a aeronave é pilotada de forma similar a outros planadores leves, com controles muito leves e ágeis e manejo seguro pelos pilotos de serviço em todos os comportamentos normais de voo".

Mas, poucos anos depois, Eric "Winkle" Brown, o piloto de testes britânico que voou com mais aeronaves na história, ficou menos impressionado. Ele disse que o controle era ruim e que sua "sensibilidade específica para frente e para trás, aliada à visão indiferente da cabine de comando, torna o planador uma proposta delicada para aterrissagem em espaços confinados. A ideia de um tanque médio preso a ele faz a mente ficar confusa. Parecia uma boa ideia na época, mas..."

Nunca foi construída uma versão do Baynes Bat em tamanho real. Para Winchester, "o Bat foi uma forma de levar algo para o campo de batalha, mas o problema foi que, na verdade, esse 'algo' nunca existiu".

O Reino Unido descartou a ideia de um tanque voador. No seu lugar, foi construído um planador suficientemente grande para carregar um tanque - o Hamilcar.

A ordem de produzir um planador grande o suficiente para carregar um tanque havia vindo do próprio primeiro-ministro britânico Winston Churchill em 1940. O incômodo planador Hamilcar tinha tamanho suficiente para carregar um tanque Tetrarch, com capacidade para dois homens, que poderia ser dirigido através das portas frontais do planador, abertas depois do pouso.

Ele foi usado nos desembarques do Dia D, mas enfrentou os mesmos problemas do T-60. O Tetrarch tinha o tamanho máximo que poderia ser ocupado no planador sem impedir sua decolagem, mas era terrivelmente mal equipado e desarmado para combater os tanques alemães.

O tanque similar construído pelos americanos, o Locust, também cabia dentro do Hamilcar e enfrentava as mesmas dificuldades.

O fim do projeto


O tanque Tetrarch, projetado pelos britânicos, era suficientemente pequeno para ser
transportado por um planador Hamilcar (Foto: Getty Images)
Oitenta anos após seu único voo, Winchester afirma que o A-40 era um conceito interessante, mas acabou se tornando um beco sem saída.

"Havia os esforços envolvidos na construção dessas asas para voos únicos e sua vulnerabilidade - você conseguia vê-los a quilômetros de distância e eles não conseguiriam mover-se com muita rapidez se ficassem em perigo", explica ele.

A invenção dos grandes helicópteros e transportes militares dedicados após o fim da Segunda Guerra Mundial tornou redundante a ideia dos tanques voadores.

Durante a Guerra Fria, os soviéticos criaram diversos veículos que poderiam ser lançados de paraquedas com a tripulação no seu interior. Os veículos eram carregados em paletes com paraquedas e um sistema especial de foguetes era disparado quando o palete se aproximasse do chão.

Os foguetes reduziam significativamente a velocidade de descida, permitindo que os veículos entrassem em batalha imediatamente.

Já os Estados Unidos conseguiram fornecer um pequeno tanque que era ainda mais surpreendente.

O Sheridan M551 seria carregado sobre um palete de metal com paraquedas. O paraquedas abriria ainda no interior da aeronave.

A força da abertura do paraquedas arrasta o palete, que absorveria a maior parte da força da aterrissagem, para fora do avião. Mas a tripulação precisaria descer de paraquedas até o solo separadamente, de outra aeronave.

A dramática aterrissagem do Sheridan pode ser observada neste vídeo.


O conceito do tanque com asas pode ter se espatifado no solo, mas o sonho de ver tanques descendo do ar ainda não morreu.

Via BBC

A Força Aérea está aterrando toda a sua frota de bombardeiros furtivos B-2

A Força Aérea suspendeu toda a sua frota de bombardeiros furtivos B-2 após um pouso de emergência e um incêndio no início deste mês.


Nenhuma das aeronaves estratégicas realizará sobrevoos nos jogos universitários deste ano.

Um bombardeiro apresentou um defeito durante o voo em 10 de dezembro, forçando-o a fazer um pouso de emergência na Base Aérea de Whiteman, no Missouri, onde pegou fogo. O fogo foi extinto e não houve feridos.

A paralisação é significativa porque há menos de 20 bombardeiros furtivos em toda a frota e a aeronave fornece, junto com o B-52 Stratofortress, a parte aérea da tríade nuclear do país. O B-2 tem sido implantado regularmente no Indo-Pacífico e, mais recentemente, na Europa como uma demonstração de força. Durante a paralisação, toda a frota será inspecionada, porta-voz do 509º Bomb Wing Master Sgt. disse Beth Del Vecchio.

O B-2 estava programado para sobrevoar o Rose Parade e o Rose Bowl Game de 2023, mas será substituído pelo B-1 Lancer, disse o 509º Bomb Wing em um comunicado.

O bombardeiro furtivo B-2 fez seu primeiro voo em 1989 e seu design de asa voadora formou a base de seu eventual substituto, o B-21 Raider , que foi lançado este mês. O B-21 está programado para fazer seu primeiro voo no ano que vem.

Em setembro de 2021, outro B-2 em Whiteman teve que fazer um pouso de emergência depois que o sistema hidráulico falhou, resultando no colapso do trem de pouso do bombardeiro. A asa esquerda do bombardeiro se arrastou por cerca de um quilômetro antes que a aeronave parasse, resultando em pelo menos $ 10 milhões em danos à aeronave.

Via Airlive

Fotos e vídeo mostram a entrada em operação do Gripen como novo avião de caça do Brasil


A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou nesta segunda-feira (19), na Base Aérea de Anápolis (BAAN), uma cerimônia que marca o início das atividades operacionais dos caças F-39 Gripen (também conhecidos como Gripen E) pelo Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA).

“O início das atividades operacionais do Gripen pela Força Aérea Brasileira (FAB) é um dia extremamente importante, não só porque marca o início de uma nova era operacional para a FAB, mas também porque é o resultado de anos de muito trabalho em conjunto com a Força Aérea e com nossos parceiros industriais brasileiros Embraer, AEL Sistemas, Akaer, Atech e nossas próprias subsidiárias no Brasil” disse Micael Johansson, o Presidente e CEO da Saab.

No evento, dois caças Gripen fizeram um voo de apresentação conduzidos pelos pilotos da FAB Tenente Coronel Gustavo Pascotto, comandante do 1º GDA, e Tenente Coronel Ramon Lincoln Santos Fórneas. Os pilotos brasileiros realizaram o treinamento do Gripen E na Suécia e contaram com dois simuladores de voo, que estão instalados na Base Aérea de Anápolis, para a preparação do voo de hoje.

A entrada em operação ocorre após a fase de ensaios em voo no Brasil, conduzidas no Centro de Ensaios em Voo do Gripen (GFTC), localizada na planta da Embraer, em Gavião Peixoto, desde setembro de 2020, com a chegada da aeronave de testes no país.


Em novembro, a Saab obteve a certificação necessária para o uso militar do Gripen E, que atesta que a aeronave cumpriu todos os requisitos de aeronavegabilidade e segurança de voo estabelecidos pelas autoridades militares suecas e brasileiras, representadas pela Inspetoria de Segurança da Aviação Militar Sueca (FLYGI) e pelo Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) no Brasil.

A certificação conjunta reflete a sinergia obtida através da cooperação técnica entre as duas autoridades, sendo um passo importante antes que o Gripen iniciasse suas atividades operacionais na FAB.

“O Brasil tem agora um dos caças mais avançados do mundo. Além disso, o Programa Gripen traz consigo o mais extenso programa de transferência de tecnologia em andamento no Brasil e é, definitivamente, o maior já feito por qualquer empresa sueca. Ele traz para a indústria de defesa brasileira o conhecimento para desenvolver, produzir, testar e manter um avançado caça supersônico. Estamos muito orgulhosos em sermos um parceiro estratégico do Brasil”, concluiu Johansson.


O Programa Gripen 


A parceria entre a Saab e o Brasil começou em 2014, com um contrato para o desenvolvimento e produção de 36 aeronaves Gripen E/F para a Força Aérea Brasileira, incluindo sistemas, suporte e equipamentos.

Um amplo programa de transferência de tecnologia, que está sendo executado em um período de dez anos, está impulsionando o desenvolvimento da indústria aeronáutica local por meio das empresas parceiras que participam do programa Gripen Brasileiro. 


No decorrer desse período, mais de 350 técnicos e engenheiros brasileiros estão participando de treinamentos teóricos e práticos, na Suécia, para adquirirem o conhecimento necessário para a execução das mesmas tarefas no Brasil.

Via Carlos Ferreira (Aeroin) - Imagens: Reprodução

O primeiro voo do último Boeing 747 produzido


Como o mundo tem acompanhado nos últimos meses, a última aeronave de um dos projetos mais antigos e icônicos da história da aviação está em fase de conclusão e prestes a ser entregue ao cliente.


O Boeing 747-8F (cargueiro) com matrícula N863GT, a ser entregue à transportadora norte-americana Atlas Air, saiu da linha de montagem no dia 6 de dezembro para se tornar o 1.574º Jumbo fabricado em 54 anos, e no domingo, 18 de dezembro, deixou a solo pela primeira vez para iniciar os testes de voo.

Em comunicações na frequência do controlo de tráfego aéreo, dizia-se que era o último 747 («Boeing sete zero quatro, últimos sete quatro sete»), como se pode ouvir no seguinte áudio:


O avião decolou de Everett, ao norte de Seattle, pouco depois das 14h deste domingo (9h no horário local) e fez um voo de pouco mais de uma hora pela região, retornando ao aeroporto de origem.

Dados da rota de voo (Imagem: RadarBox)
Com este voo de teste, aquele que é o último Jumbo da história deverá voar em breve para Portland, onde se encontra a fábrica de pintura do Boeing 747 da fabricante norte-americana, e onde irá adquirir as cores da Atlas Air, embora como o penúltimo avião, com o nome Kuehne + Nagel na fuselagem, já que vai operar para aquela empresa suíça de logística.

O Boeing N863GT retornando de seu primeiro voo
Após o retorno, seriam realizados os ajustes finais e testes, e a entrega do N863GT está prevista para o primeiro trimestre de 2023, encerrando esta longa história de sucesso.

Com informações de aviacionline.com - Fotos: Divulgação

Foguete sul-coreano deve ser lançado da base de Alcântara até quarta (21)

Lançamento de foguete sul-coreano no CLA, previsto para hoje, foi adiado para novo 'check-up' no equipamento.

O foguete sul-coreano HANBIT-TLV no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão
(Foto: Innospace/Divulgação)
Na manhã desta terça-feira (20) havia a expectativa para o lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-TL no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, mas a operação precisou ser adiada pela segunda vez. Na segunda-feira (19), as condições meteorológicas atrasaram o evento, segundo a Innospace.

Segundo a Innospace, empresa privada que está realizando o lançamento, em parceria com a Agência Espacial Brasileira, o adiamento aconteceu porque sentiram a necessidade de realizar um novo exame na válvula do foguete.

Ainda segundo a empresa, as equipes do CLA vão tratar dessa questão e definir uma nova data para o lançamento, que ainda será divulgada. No entanto, caso as equipes queiram o lançamento ainda em 2022, o prazo final é somente até esta quarta-feira (21), que é quando ainda existe a chamada 'janela' de lançamentos, em que a Terra está numa posição considerada ideal.

O lançamento de um foguete do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, será o primeiro resultado da parceria estabelecida no início do ano entre a Força Aérea Brasileira (FAB), através do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e a empresa sul-coreana Innospace. O voo está previsto para acontecer até quarta-feira (21).

O HANBIT-TL é um lançador de satélites e a operação realizada nos últimos dias deve confirmar a capacidade de enviar, futuramente, um nanosatélite para o espaço a partir do CLA . O projeto se chama 'SISNAV' e está inserido dentro do Sistema de Navegação e Controle (SISNAC), previsto para o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) da Força Aérea Brasileira (FAB), focado em órbitas baixas. Ele mede 16,5 metros e pesa 8,4 toneladas.

O foguete sul-coreano possui 16,5 metros de comprimento e pesa 8,4 toneladas
(Foto: Divulgação/FAB)
O lançamento, batizado de Operação Astrolábio, marca o primeiro teste do equipamento sul-coreano e não deve ultrapassar os 100 quilômetros de altitude. O foguete utiliza um sistema patenteado de alimentação por bomba elétrica com propulsores à base de oxigênio líquido e uma mistura de parafinas, o que torna a fabricação mais rápida e de menor custo.

O veículo estará equipado com a carga útil denominada Sistema de Navegação Inercial (Sisnav), desenvolvida por militares e profissionais civis brasileiros do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). O sistema é um experimento tecnológico essencial para a navegação autônoma e um grande passo em direção à independência no desenvolvimento de veículos para lançamentos de satélites de todos os tipos.

“A Innospace está muito orgulhosa de todo o trabalho realizado até aqui, pois foram muitos meses de estudo, planejamento e preparo das equipes. Essa Operação será marcada pela sinergia, esforço e pioneirismo. Entraremos para a história do Programa Espacial”, disse o Diretor de Negócios da Innospace do Brasil, Élcio Jeronimo de Oliveira.

O Diretor do DCTA, Tenente-Brigadeiro do Ar, Maurício Augusto Silveira de Medeiros, falou que o lançamento “é o resultado de uma integração inédita extremamente relevante para o nosso país e para o mundo. Por meio dessa parceria, fortaleceremos e capacitaremos a indústria nacional em tecnologias aeroespaciais e de defesa com valor agregado e de alto nível”.

Esta será a primeira vez que o Brasil realiza um lançamento experimental em conjunto
com uma empresa privada de outro país (Foto: Divulgação/FAB)
O veículo não passará por áreas habitadas e os pontos de impacto do propulsor e da carga útil, que caem no Oceano Atlântico, ocorrerão a mais de 50 km da costa, não oferecendo perigo à população ou prejuízos ambientais.

O Centro de Lançamento do município maranhense é tido como estratégico no mercado espacial por causa de sua proximidade de apenas 17 minutos em relação à Linha do Equador, fazendo com que os voos partindo de lá cheguem mais rápido ao espaço, resultando em economia de combustível, um dos principais gastos para essa operação.

Via g1 e CNN - com informações da Agência Brasil

Vídeo: Mayday Desastres Aéreos - Voo Continental 1404 - O Verdadeiro Culpado

Via Cavok Vídeos

Aconteceu em 20 de dezembro de 2008: Voo 1404 da Continental Airlines - Deslizando para fora da pista

Na noite de 20 de dezembro de 2008, o voo 1404 da Continental Airlines partiu do Aeroporto Internacional de Denver, no Colorado, para o Aeroporto Intercontinental George Bush, em Houston, no Texas, ambas localidades dos nos Estados Unidos. O avião caiu durante a decolagem de Denver, resultando em dois ferimentos críticos, 36 feridos não críticos e uma perda do casco da aeronave Boeing 737.


O Boeing 737-524, prefixo N18611, da Continental Airlines (foto acima), usado para o voo 1404, foi modificada com o acréscimo de winglets em novembro de 2008. A aeronave levava a bordo 110 passageiros e cinco tripulantes.

No sábado, 20 de dezembro de 2008, aproximadamente às 18h18, horário local, após ser liberado para decolagem na pista 34R do Aeroporto Internacional de Denver, a aeronave  desviou da lateral da pista antes do WC da pista de taxiamento, a menos 1.200 metros da cabeceira.

O Boeing derrapou na pista de taxiamento, passando para uma estrada de serviço, caindo em seguida em uma ravina de 12 metros a várias centenas de metros da pista. Um dos motores pegou fogo, que logo se espalhou para a fuselagem.


Apesar da confusão inicial quanto ao paradeiro do voo 1404, os bombeiros chegaram ao local com relativa rapidez, pois a aeronave parou perto de um dos quatro postos de bombeiros do aeroporto. 

Quando eles chegaram, a maior parte do lado direito do avião estava pegando fogo, enquanto os passageiros subiam pelo lado esquerdo, sendo auxiliados por comissários de bordo e por um piloto da Continental Airlines fora de serviço na cabine. 

O tenente-coronel Rich Lowe, herói do acidente do voo 1404

Esse piloto fez várias viagens para dentro e para fora dos destroços para garantir que todos estivessem em segurança fora da aeronave. O piloto fora de serviço, Richard Lowe, fazia parte da tripulação que voava para Denver. Ele era um reservista da Força Aérea e foi premiado com a Medalha do Airmanpor por suas ações.

A aeronave sofreu danos graves. A fuselagem ficou rachada logo atrás das asas, o motor número 1 e o trem de pouso principal foram cortados e o trem de pouso colapsou. O incêndio fez com que os compartimentos de bagagem derretessem nos assentos.

O acidente é apontado como o incidente mais sério da história do Aeroporto Internacional de Denver. A aeronave foi posteriormente amortizada.

Dos 110 passageiros e cinco tripulantes a bordo, 38 sofreram ferimentos, incluindo ossos quebrados, embora todos a bordo tenham sobrevivido. Dois passageiros e um dos tripulantes ficaram gravemente feridos, embora as condições de ambos os passageiros tenham sido melhoradas naquela noite. Na manhã seguinte, apenas sete pessoas permaneceram hospitalizadas.

O capitão David Butler, 50, estava entre os gravemente feridos. Ele foi hospitalizado com graves lesões nas costas e fraturas ósseas. O primeiro oficial, Chad Levang de 34 anos, sofreu ferimentos leves.


As caixas pretas da aeronave foram recuperadas dos destroços em condições de uso. O gravador de voz da cabine não revelou nenhum problema aparente até 41 segundos após os freios da aeronave serem liberados, pouco antes da decolagem. 

Nesse ponto, um som de batida ou barulho pode ser ouvido, e a tripulação abortou a decolagem quatro segundos depois. Os dois gravadores pararam de funcionar seis segundos depois disso (antes de o avião parar). Em um ponto durante a sequência, a velocidade do avião atingiu 119 nós (137 mph; 220 km/h).

Quando entrevistado, o primeiro oficial Levang disse aos investigadores que não tinha conhecimento de nenhum problema até que o avião estava viajando entre 87 e 90 nós (100 e 104 mph; 161 e 167 km/h), quando se afastou da linha central da pista e fez um "curva repentina à esquerda".


Ele indicou que o Capitão Butler, que foi também gravemente ferido a entrevista com funcionários quando a investigação começou, estava voando no momento. Tanto o capitão quanto o primeiro oficial tinham registros de segurança limpos quando o acidente ocorreu e eram pilotos experientes.


Marcas de rodas deixadas no solo, bem como relatórios iniciais de passageiros e bombeiros, indicam que o avião estava no ar, por um breve período. Não está claro em que ponto durante a sequência o incêndio começou. Não havia neve ou gelo na pista, no entanto, havia ventos laterais de 31 nós (36 mph; 57 km/h) na época.

A tripulação que voou com a aeronave para Denver antes do voo do incidente também estava a bordo, embora não em serviço, e relatou não ter tido dificuldades com o avião durante o voo anterior. Ele sofreu uma falha de motor e subsequente pouso de emergência em 1995, após o qual ambos os motores foram substituídos, mas não foi danificado naquele incidente.

A especulação inicial sugeriu que o avião poderia ter sofrido um mau funcionamento do trem de pouso que poderia ter resultado em um travamento das rodas durante a rolagem de decolagem, levando à excursão da pista.


Investigadores do National Transportation Safety Board (NTSB) disseram que quando a decolagem começou, os motores da aeronave pareciam estar funcionando corretamente, seus pneus estavam inflados e os freios não pareciam ter falhado ou caso contrário, funcionou mal, concluindo que o trem de pouso não causou problemas.

Em 17 de julho de 2009, foi anunciado que o foco havia mudado para uma possível grande rajada de vento ou um pedaço de gelo. O capitão David Butler afirmou que: "Minha especulação é que ou recebemos uma grande e forte rajada de vento ou que, com os controles que tínhamos, batemos em algum gelo." 

Ele também afirmou que parou de pressionar os controles do leme porque eles pararam de funcionar. Os ventos foram relatados em cerca de 24 e 27 nós (28 e 31 mph; 44 e 50 km/h) do noroeste com rajadas de até quase 32 nós (37 mph; 59 km/h) pouco antes do avião começar sua decolagem para o norte, descendo uma pista norte-sul. O 737 tem uma limitação de vento cruzado para decolagem de 33 nós (38 mph; 61 km/h) em pista seca.

Ao contrário dos dados de vento "médio" relatados aos pilotos incidentes, a investigação do NTSB descobriu que um sensor em uma extremidade da pista mostrou um vento cruzado de 40 nós (46 mph; 74 km/h), com análises mostrando que o avião foi atingido com um pico de rajada de vento cruzado de 45 nós (52 mph; 83 km/h). 

Além de ser muito maior do que os dados informados aos pilotos durante a preparação para a decolagem, também era muito maior do que a indústria de aviação civil usada no treinamento de pilotos. 

O NTSB também recebeu um relatório analisando 250.327 partidas envolvendo 737-500s, e descobriu que apenas quatro dessas partidas (menos de 0,002%) experimentaram um vento cruzado acima de 30 nós (35 mph; 56 km/h), o que significa que era quase impossível para um piloto comercial ter experiência na vida real com ventos cruzados em qualquer lugar perto da velocidade que atingiu o voo 1404 da Continental Airlines naquele dia.

O NTSB acredita que é por isso que o piloto acreditou que seus controles de leme não estavam funcionando, decidindo não empurrar mais o leme e se concentrar em outras soluções inadequadas para a situação.


Em 13 de julho de 2010, o NTSB publicou que a causa provável do acidente foi a interrupção do comando do leme direito por parte do capitão, necessário para manter o controle direcional do avião, cerca de quatro segundos antes da excursão, quando o avião encontrou um forte e tempestuoso crosswind - com um fator que contribui para o treinamento inadequado de vento cross para rajadas de vento extremas no setor de aviação civil.


Outro fator que contribuiu foi a ausência de requisitos para o sistema de controle de tráfego aéreo fornecer informações suficientes sobre o vento aos controladores de tráfego aéreo e pilotos. 


Em resposta ao relatório do NTSB, a Federal Aviation Administrationexigiu que a indústria de aviação ajustasse os protocolos de treinamento de vento cruzado para os pilotos e exigiu que o ATC fornecesse várias fontes de informações sobre o vento, em vez de médias, para os pilotos.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN e baaa-acro.com)

Vídeo: Catástrofes Aéreas - American Airlines voo 965 - Tragédia em Cali, na Colômbia

Aconteceu em 20 de dezembro de 1995: Voo 965 da American Airlines - Tragédia na Colômbia


No dia 20 de dezembro de 1995, o Boeing 757-232, prefixo N651AA, da American Airlines, com 155 passageiros e oito tripulantes a bordo desviou-se do curso ao se aproximar de Cali, Colômbia, devido a um erro de navegação dos pilotos. O avião desceu em terreno alto e bateu em uma montanha, matando 159 pessoas, enquanto quatro pessoas sobreviveram milagrosamente depois de passar a noite presas nos destroços. 

Descobriu-se que o local do acidente não ficava perto do caminho de acesso ao aeroporto, levantando uma questão perturbadora: como os pilotos do voo 965 da American Airlines ficaram tão perdidos? 

O Boeing 757-232, prefixo N651AA, da American Airlines, envolvido no acidente
O voo 965 da American Airlines foi um voo regular do Aeroporto Internacional de Miami, na Flórida, para o Aeroporto Internacional Alfonso Bonilla Aragón em Cali, Colômbia. A maioria dos passageiros eram colombiano-americanos voltando para casa para o feriado de Natal. O mesmo aconteceu com todos os comissários de bordo, que aproveitavam a oferta da American Airlines para colocar alguns de seus funcionários colombianos no voo para que pudessem passar o Natal com suas famílias. 

Os pilotos eram o capitão Nicholas Tafuri e o primeiro oficial Donald Williams, que combinaram 19.000 horas de vôo. Tafuri havia voado para Cali muitas vezes, incluindo um voo apenas seis dias antes.


O voo estava normal até a aproximação de Cali. A cidade está situada em um vale muito longo que se estende de norte a sul com altas montanhas em ambos os lados atingindo mais de 3.700 m (12.140 pés). 

O voo 965 foi encaminhado ao longo do vale para evitar essas montanhas usando uma série de waypoints de navegação equipados com radiofaróis para que o computador de voo do avião pudesse detectá-los. Para a aproximando-se à noite, esses pontos de referência eram essenciais para o voo 965 permanecer no curso. 

No entanto, essa responsabilidade recaiu inteiramente sobre os pilotos por um motivo incomum: em 1992, rebeldes marxistas filiados às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) explodiram a instalação do radar do aeroporto, que em 1995 ainda estava fora de serviço. Como resultado, os controladores não conseguiram ver os voos de chegada.


Ao se aproximar do aeroporto, o controlador de tráfego aéreo liberou o voo 965 “direto para Cali”, o que ele quis dizer com que eles foram liberados até a cidade. No entanto, Tafuri e Williams interpretaram isso como significando que eles poderiam pular os dois últimos waypoints intermediários, “Tulua” e “Rozo”, e ir diretamente para o waypoint “Cali”. 

De acordo com esta interpretação, Tafuri limpou aqueles waypoints do computador de voo e o instruiu a pegar o avião direto para Cali. Mas o controlador também especificou que queria que o avião relatasse a passagem de Tulua, embora os pilotos do voo 965 não estivessem mais rastreando, um detalhe que entraria em jogo novamente mais tarde.


Logo após essa primeira troca, o controlador novamente os contatou oferecendo uma mudança de pista. Em vez de pousar na pista do sul, o que envolveria contornar o aeroporto, ele os liberou para uma abordagem direta do norte. 

O primeiro oficial Williams comentou que eles teriam que “lutar para descer”, porque estavam muito perto do aeroporto e não haviam previsto pousar tão cedo. Para descer mais rapidamente, os pilotos acionaram os freios de velocidade, que diminuem a sustentação. 

A carga de trabalho na cabine agora ficou muito alta, pois os pilotos tiveram que puxar os gráficos para a nova abordagem, programar seu computador de voo novamente e terminar a lista de verificação de abordagem.


Agora o controlador novamente pediu aos pilotos para “reportar Tulua”, embora os pilotos não tivessem mais certeza de onde exatamente estava, e de fato já o haviam ultrapassado. Como resultado, Tafuri sugeriu ao controlador que relatasse a passagem de Rozo. 

O controlador aceitou, mas devido ao seu péssimo domínio do inglês, ele não percebeu que eles estavam pedindo para esquecer Tulua, e continuou pedindo que relatassem ter passado, o que confundiu os pilotos porque Tulua não estava mais pensando em todos. 

O Capitão Tafuri então tentou entrar no waypoint Rozo de volta ao computador de voo para que ele pudesse executar adequadamente a “abordagem Rozo” que ele havia solicitado. Ele digitou “R”, produzindo uma lista de waypoints começando com R. 


Normalmente, o waypoint mais próximo aparecia no topo da lista. Esta noite não foi o caso, porque na Colômbia a convenção ditava que quando vários waypoints tivessem o mesmo identificador (neste caso, “R”), ele exibiria aquele associado à maior cidade primeiro, não aquele mais próximo do avião. 

O ponto de referência no topo da lista era na verdade “Romeo”, que ficava em Bogotá, 320 quilômetros ao nordeste e atravessando várias cadeias de montanhas. Sem perceber nada disso, Tafuri selecionou o primeiro waypoint da lista, sem perceber que isso instruiria o computador de voo a voar para Bogotá.

O piloto automático colocou o avião em uma lenta curva de 110 graus de volta para o nordeste, mas os pilotos estavam tão ocupados tentando apressar sua lista de verificação de aproximação negligenciada e dar sentido aos novos gráficos de aproximação que não perceberam que o avião estava virando. 

Ao longo de seu caminho havia inúmeras montanhas altas, e o avião ainda estava descendo a 400 m (1200 pés) por minuto. Depois de um minuto ou mais, o primeiro oficial Williams ergueu os olhos, percebeu que eles estavam em algum lugar fora do curso e fez a pergunta fatídica: "Onde estamos?"

O capitão Tafuri sugeriu que eles voltassem para Tulua e entrassem manualmente na frequência de rádio para aquele ponto de referência, mas não conseguiu se conectar. Eles viraram o avião de volta à direita, terminando a curva à esquerda, mas agora o avião estava em um vale montanhoso a leste do vale principal em que Cali está localizada. 


Sem ideia de como saíram do curso ou onde exatamente estavam, os pilotos se atrapalharam tentando descobrir o que fazer, trocando propostas conflitantes sobre como voltar aos trilhos e se confundindo irremediavelmente no processo. O trecho acima da transcrição do CVR exemplifica perfeitamente essa confusão.

Percebendo que haviam “ferrado com alguma coisa aqui”, os pilotos viraram para a direita, sem perceber que estavam tentando cruzar de volta as montanhas em uma altitude menor do que inicialmente. Eles mudaram de idéia sobre voltar para Tulua e decidiram voltar para Rozo. 


De repente, o sistema de alerta de proximidade do solo soou na cabine, instruindo os pilotos a parar. O capitão Tafuri exclamou: "Merda, puxa bebê!" Os pilotos apertaram os manetes até a potência máxima e puxaram para trás com tanta força que disparou um aviso de estol. 

O avião subiu abruptamente, causando pânico entre os passageiros. Mas não deu tempo de evitar o terreno, pois os pilotos se esqueceram de retrair os freios de velocidade, que obrigavam o avião a descer. 


Menos de treze segundos após o alarme soar, o voo 965 atingiu o flanco do El Diluvio a uma altitude de 2.740 m (8.990 pés), despedaçando o avião ao passar por entre as árvores. As forças de impacto mataram instantaneamente quase todos a bordo, incluindo o capitão Tafuri e o primeiro oficial Williams.


Milagrosamente, no entanto, cinco passageiros sentados nas fileiras acima da longarina central sobreviveram ao impacto. Gonzalo Dussan, que estava voando com seu parceiro e dois filhos, ainda estava vivo. Seu parceiro estava morto, mas sua filha Michelle de seis anos havia sobrevivido, e seu filho Gonzalo Jr. também estava se agarrando à vida. 

Também entre os sobreviventes estavam dois estudantes universitários, Mauricio Reyes e Mercedes Ramirez. A maioria deles foi nocauteada no acidente e não acordou até a primeira luz do amanhecer. 

Desses sobreviventes, apenas Reyes conseguiu se manter de pé; Ramirez teve uma perna quebrada e ferimentos internos graves, Gonzalo Dussan quebrou as costas e Gonzalo Dussan Jr. ficou pendurado em uma árvore a noite toda e também foi gravemente ferido. (Não se esqueça de expandir os cinco slides restantes!)


Ramirez lembra de rastejar por cima de cadáveres para escapar dos destroços com a ajuda de Mauricio Reyes. “A única maneira de escapar era ter que me arrastar sobre as pessoas”, disse ela. “Eu me lembro dessa senhora que eu tive que me arrastar, e nunca vou esquecê-la. Olhando para trás, eu acho, oh meu Deus, aquela era a mãe de alguém, ou aquela era a irmã de alguém, ou a esposa de alguém, mas naquela época ela era apenas um objeto que eu precisava superar para sair.” 

Michelle Dussan, de seis anos, também se lembrou das consequências. Anos mais tarde, ela disse: “Quando o avião caiu, minhas pernas, tipo, cravaram no chão. Tentei me mover, mas minhas pernas doíam. Eles doíam muito, eu não conseguia me levantar.” Seu pai conseguiu se arrastar para fora do avião, onde ouviu seu filho Gonzalo Jr. gritar: “Papai, papai, estou aqui!” Mas Dussan não foi capaz de encontrá-lo.


Helicópteros de resgate não conseguiram nem mesmo procurar o local do acidente até de manhã porque não tinham equipamento de visão noturna, e as equipes que procuraram a pé durante a noite também não conseguiram encontrá-lo. 

As autoridades locais já haviam declarado que provavelmente não havia sobreviventes, frustrando as esperanças das famílias que aguardavam notícias de seus entes queridos.

Mas quando as equipes do helicóptero finalmente encontraram o avião, mais de oito horas após o acidente, eles ficaram chocados ao encontrar cinco pessoas vivas, todas as quais haviam passado a noite nos destroços em temperaturas quase congelantes com ferimentos fatais. 


Entre os resgatadores estava o irmão mais velho de Mauricio Reyes, que ouviu um boato de que havia alguns sobreviventes e correu para o local na esperança de que Mauricio estivesse entre eles. Reyes, Dussan, Ramirez e Dussan Jr. foram todos levados de helicóptero para fora da montanha, enquanto Michelle Dussan foi carregada a pé, uma jornada que durou mais cinco horas. Gonzalo Dussan Jr. morreu no hospital mais tarde naquele dia, elevando o número final de mortos para 159.

Os investigadores descobriram uma longa série de erros dos pilotos. Quando Tafuri digitou “R” para procurar Rozo, ele e seu primeiro oficial deveriam ter verificado o visor de navegação para ver para onde os estava enviando, conforme exigido pelos procedimentos de voo da American Airlines. 


Isso claramente não foi feito, provavelmente porque os pilotos estavam correndo para passar pelas listas de verificação e se preparar para a nova abordagem. Na verdade, eles nunca deveriam ter aceitado a nova abordagem em primeiro lugar, porque estavam muito altos, muito rápidos e muito próximos do aeroporto para concluí-la com segurança. 

Então, quando perceberam que estavam fora do curso e com problemas para descobrir sua localização, deveriam ter subido acima da altitude mínima segura e reiniciado a abordagem em vez de tentar salvá-la. Em vez disso, eles perderam sua consciência situacional.


Também foi descoberto que se os pilotos tivessem se lembrado de retrair os freios de velocidade ao responder ao alerta de proximidade do solo, eles provavelmente teriam saído do topo da montanha e evitado o acidente. 

O avião quase errou a montanha de qualquer maneira, atingindo o topo da crista e caindo do outro lado; alguns metros extras poderiam tê-los salvado. A capacidade de sobrevivência do acidente também foi um ponto interessante de investigação. 

Os investigadores descreveram o impacto como "insustentável", mas quatro pessoas conseguiram sobreviver porque estavam sentadas sobre a longarina central, que é a parte mais forte do avião. 


Ao considerar todas as colisões, a cauda é frequentemente mais segura porque o resto do avião dissipa as forças de impacto primeiro, mas, neste caso, a resistência estrutural parece ter sido o principal fator que afeta a sobrevivência. 

Em uma nota final animadora, além dos quatro passageiros que viviam, um cachorro que estava sendo transportado no porão de carga também sobreviveu ao acidente e foi encontrado ainda dentro de seu porta-aviões, enterrado sob os destroços. Ele acabou sendo adotado por um funcionário da American Airlines que trabalhou no local do acidente.


Após a queda, uma versão mais avançada do sistema de alerta de proximidade do solo foi desenvolvida e instalada em todos os aviões, o que teoricamente daria uma janela de ação de 30 segundos em vez dos meros 13 segundos oferecidos aos pilotos do voo 965. Esta nova tecnologia , junto com uma nova atualização em 2002, reduziu bastante as ocorrências do chamado “CFIT”, ou Voo Controlado em Terreno, uma das principais causas de acidentes com aeronaves. Ainda assim, essas falhas continuam a acontecer com relativa frequência. 


O gráfico acima ilustra alguns dos principais acidentes CFIT nos últimos anos. Em uma reviravolta final, muitas das peças do voo 965 foram saqueadas do local do acidente por moradores e acabaram nas mãos de “corretores de peças” no sul da Flórida. 

Esses corretores são famosos por passar avariados, mal feitos, e peças indevidamente adquiridas como reais e vendendo-as aos departamentos de manutenção das companhias aéreas. Este fenômeno é discutido em detalhes em meu post sobre o voo 395 da Partnair, um acidente de 1989 causado por essas peças falsas.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

Com Admiral_Cloudberg / ASN / baaa-acro.com - Imagens: Vice, Aviation Safety Network, Avgeekery, Google, Air Disasters on Twitter, baaa-acro.com e ElPais. Os clipes de vídeo são cortesia do Weather Channel.

Aconteceu em 20 de dezembro de 1972: Delta voo 954 x North Central voo 575 - Colisão no Aeroporto de Chicago

Em 20 de dezembro de 1972, o voo 575 da North Central Airlines e o voo 954 da Delta Air Lines colidiram em uma pista do Aeroporto Internacional O'Hare em Chicago, em Illinois, nos Estados Unidos. Dez pessoas morreram - todas na aeronave North Central - e 17 ficaram feridas no acidente. Este foi o segundo grande acidente de avião a acontecer em Chicago em dezembro de 1972; o outro foi o voo 553 da United Airlines, que caiu doze dias antes ao se aproximar do aeroporto Midway.

O voo 954 da Delta Air Lines 


O voo 954 da Delta Air Lines era um voo regular de Tampa, na Flórida, para o Aeroporto Internacional O'Hare, em Chicago, Illinois. A tripulação consistia no capitão Robert E. McDowell (36), o primeiro oficial Harry D. Greenberg (31) e o engenheiro de voo Claude F. Fletcher (29), bem como quatro comissários de bordo.


Operando o Convair CV-880-22-2, prefixo N8807E (foto acima), ele partiu de Tampa às 15h41 (EST) em 20 de dezembro de 1972 e fez um voo de rotina para Chicago, onde pousou na pista 14L do Aeroporto Internacional O'Hare às 17h55 ou 17h56 (CST). Estavam a bordo da aeronave 81 passageiros e sete tripulantes.

Durante a abordagem, a tripulação foi informada de que as pistas 14L e 14R estavam sendo usadas para decolagens, mas nunca foi informada de que a pista 27L também estava sendo usada para decolagens.

As condições no aeroporto eram nebulosas, com visibilidade de cerca de um quarto de milha (0,4 km). Após liberar a Pista 14L, o Voo 954 começou a taxiar para sudoeste e sul em direção ao terminal, saindo da Pista 14L pela rota de taxiamento da Rota da Ponte. 

Ele já havia cruzado a ponte norte-sul que leva a pista de taxiamento da Pista 14L para o terminal quando o primeiro oficial contatou o controle de solo O'Hare e relatou que a aeronave estava "dentro [isto é, ao sul] da ponte", ainda não recebeu uma atribuição de portão e precisava esperar em uma área de espera até receber uma atribuição.

O controlador de solo não ouviu as palavras "dentro da ponte" e, presumindo que o voo 954 tivesse acabado de deixar o final da Pista 14L e ainda estivesse bem ao norte da ponte, instruiu ambiguamente para mantê-lo na "caixa trinta e dois", significando na mente do controlador a pista de corrida 32R na extremidade sudeste da pista 14L, onde ele presumiu que o avião estaria. 

Para chegar à pista de pouso 32R, o voo 954 teria que dar meia volta e retornar ao final da Pista 14L, onde havia pousado, taxiando contra o fluxo do tráfego; em vez disso, o capitão e o primeiro oficial do voo 954 presumiram que o controlador de solo entendeu que eles estavam "dentro da ponte" e estava se referindo à pista de corrida de 32L, que estava localizada na extremidade sudeste da Pista 14R, do outro lado do terminal do run-up pad 32R. 

Supondo que eles tivessem autorização para taxiar até a pista de 32L, eles seguiram em direção a ela usando as pistas de taxiamento Bridge, Outer Circular e North-South, por meio de uma rota que cruzava com a Pista 27L.

Não houve mais comunicação entre o voo 954 e o controlador de solo. Isso deixou o controlador de solo com a suposição de que o voo 954 estava segurando no acelerador 32R e sem perigo de entrar em conflito com outro tráfego e a tripulação de voo com a suposição de que eles estavam autorizados para taxiar para o acelerador 32L e poderia cruzar a pista 27L sem perigo de colisão com aeronaves que usam aquela pista. 

Além disso, a tripulação do voo 954 nunca havia recebido a notícia de que a pista 27L era uma pista ativa e não tinha motivos para antecipar o encontro com outra aeronave durante o taxiamento.

O voo 575 da North Central Airlines 


O voo 575 da North Central Airlines era um voo regular com origem no Aeroporto Internacional O'Hare, com escala programada em Madison, no Wisconsin, antes de terminar em Duluth, em Minnesota. 


O McDonnell Douglas DC-9-31, prefixo N954N (foto acima), era pilotado pelo capitão Ordell T. Nordseth (49) e o pelo primeiro oficial Gerald Dale Adamson (32). A bordo da aeronave estavam 41 passageiros e quatro tripulantes.

O voo recebeu autorização do controle de solo da O'Hare às 17h50 (CST) para taxiar para a pista 27L para decolar. Às 17h58:52 (CST), o controlador local O'Hare autorizou o voo 575 para a posição de decolagem na pista e às 17h59:18 (CST) autorizou a decolagem. Às 17h59:24 (CST), o capitão informou que estava iniciando sua rolagem de decolagem.

A colisão 


Conforme o DC-9 da North Central rolava pela pista, a visibilidade era de cerca de 1⁄4 de milha (400 m). Ele havia alcançado uma velocidade de cerca de 140 nós (160 mph; 260 km/h) quando seu capitão, olhando para a frente no nevoeiro logo após as 18h03 (CST), avistou o voo Delta 954 na pista a cerca de 500 m (1.600 pés) à frente. 

Às 18h00 (CST), o capitão do voo 575 deu a ordem "Puxe para cima!" e ele e o primeiro oficial recuaram em suas colunas de controle na tentativa de levantar seu DC-9 sobre o Delta CV-880. 

Embora o DC-9 tenha levantado no ar, era tarde demais para evitar o contato com o CV-880, e as duas aeronaves colidiram às 18h08 (CST).

Diagrama do National Transportation Safety Board de seu relatório de acidente mostrando os caminhos do voo 954 da Delta Air Lines (linha vermelha pontilhada) e voo 575 da North Central Airlines (linha azul tracejada) no Aeroporto Internacional O'Hare em Chicago, Illinois, em 20 de dezembro de 1972 . O controlador de solo pretendido para o voo 954 manter-se na pista 32R no centro direito, enquanto a tripulação do voo 954 pretendia taxiar para a pista 32L no centro esquerdo inferior através de uma rota que cruzava com a pista 27L. Durante sua rolagem de decolagem, o voo North Central 575 colidiu com o voo Delta 954 na pista 27L no ponto mostrado.

O DC-9 arrancou partes substanciais da asa esquerda do CV-880 e do estabilizador vertical e causou três grandes compressões na parte traseira da fuselagem. O trem de pouso principal direito do DC-9 se soltou durante a colisão, assim como um flap de sua asa direita.

Destroços do DC-9 da North Central

Após a colisão, o capitão do voo 575 determinou que seu DC-9 não poderia permanecer no ar e tentou pousar de volta na pista. Quando ele fez isso, os dois trens de pouso restantes do avião colapsaram para trás, e o DC-9 derrapou de barriga na pista 27L, por uma área gramada e na pista 32L, onde parou. Ele imediatamente explodiu em chamas.

O Convair CV-880 da Delta acidentado

A tripulação do voo 954 aparentemente não sabia da aproximação do DC-9 até ouvi-lo atingir seu CV-880, e não viu o DC-9 até que o primeiro oficial o observou caindo na pista além deles.

Evacuação 


Delta voo 954 

Imediatamente após a colisão, o capitão do voo 954 recebeu relatos de um incêndio a bordo do CV-880; ele desligou os motores e ordenou uma evacuação de emergência imediata. A tripulação abriu as quatro portas de emergência e implantou os escorregadores de emergência, e todos a bordo do avião foram evacuados com sucesso em cerca de cinco minutos, sem mais incidentes.

North Central voo 575 

Depois que o DC-9 pousou na pista 32L, um incêndio começou na parte traseira do avião, a cabine rapidamente se encheu de fumaça e a iluminação interna da cabine de passageiros estava ruim. O capitão puxou os cabos do extintor e ordenou uma evacuação de emergência. 

Um passageiro abriu a porta lateral direita e escapou por ali. Um comissário abriu a saída sobre a asa esquerda, saiu da aeronave e pediu aos passageiros que a seguissem; quatro passageiros escaparam por esta porta. 

O outro comissário abriu a porta de entrada principal e acionou o escorregador de emergência, que não inflou; ela então foi empurrada para fora da porta, mas ajudou os passageiros a saírem do avião. 

O capitão entrou na cabine de passageiros a partir da cabine, chamando os passageiros para virem à frente, em seguida, saiu do avião pela porta de entrada principal e ajudou-os a descer antes de embarcar novamente para ajudar mais passageiros a sair pela porta principal. 

O primeiro oficial escapou por uma janela da cabine e ajudou os passageiros a saírem da aeronave de fora do avião pela porta de entrada principal. Um total de 27 passageiros saíram pela porta de entrada principal.

Resgate


Devido às condições de neblina e visibilidade limitada no aeroporto, os controladores levaram quase dois minutos para determinar que algo havia acontecido com o voo 575 da North Central. Assim que o fizeram, eles alertaram o Corpo de Bombeiros de Chicago , que chegou ao local na pista 32L sobre um minuto depois, três minutos após o acidente. Empregando 11 veículos de colisão e bombeiros e duas ambulâncias, o corpo de bombeiros extinguiu o incêndio em cerca de 16 minutos por volta das 18h19 CST.

Também por causa da baixa visibilidade prevalecente, os controladores e o pessoal de resgate permaneceram alheios à colisão e ao envolvimento do Voo Delta 954, até 18h28 CST, 28 minutos após a colisão, quando o corpo de bombeiros descobriu o CV-880 danificado e evacuado em a pista de taxiamento.

Vítimas 


Delta voo 954 

Duas pessoas a bordo do Delta CV-880 sofreram ferimentos leves na colisão, mas todas as 93 pessoas a bordo evacuaram a aeronave sem mais ferimentos.

North Central voo 575 

Um total de 10 pessoas, todos passageiros, morreram a bordo do DC-9 da North Central. Nove das fatalidades ocorreram no incêndio pós-colisão entre pessoas que não conseguiram evacuar; a décima pessoa morreu depois. Quinze pessoas a bordo do voo 575 sofreram ferimentos não fatais.

Investigação 


O National Transportation Safety Board divulgou seu relatório sobre o acidente em 5 de julho de 1973. Ele concluiu que a causa provável do acidente foi a falha do sistema de controle de tráfego para garantir a separação adequada das aeronaves durante um período de visibilidade limitada. 

Ele observou que a terminologia não padronizada - usada para agilizar o fluxo de tráfego - era comum nas comunicações entre controladores e tripulações no Aeroporto Internacional O'Hare e incluía a omissão de palavras, fraseologia alterada e uso de coloquialismos. 

Os destroços do DC-9 da North Central

Constatou-se que a falta de clareza de palavras por parte do controlador de solo em suas comunicações com o Voo Delta 954 e a falha da tripulação da Delta em solicitar a confirmação de que suas intenções de taxiamento correspondiam às entendidas pelo controlador de solo foram as principais causas do acidente. 

Como resultado, o controlador ficou confuso quanto à localização do Convair CV-880, e nem o controlador nem sua tripulação de vôo perceberam que estavam se referindo a diferentes pistas de corrida como área de espera para o voo Delta 954.

O conselho também constatou que o programa de treinamento da North Central não incluiu nenhuma evacuação prática em condições simuladas de acidente, e que essa falta de treinamento prático por parte da tripulação do DC-9 significou que a evacuação da aeronave demorou mais do que deveria.

O Convair CV-880 da Delta acidentado

A Federal Aviation Administration exigiu que a North Central Airlines fizesse melhorias. O NTSB também constatou que o radar de controle de solo não foi usado adequadamente durante o incidente, bem como que os controladores de solo não precisaram ser qualificados em seu uso. Recomendou que o Aeroporto Internacional O'Hare adotasse o método padrão para seu uso como empregado em outros aeroportos.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN e baaa-acro.com)