quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Empresa ‘cruza os dedos’ por vitória do Rafale

Fabricante de radares ajuda a promover a venda do caça francês; escolha pela FABC irá quadruplicar número

O Programa FX-2 - concorrência que irá selecionar o novo avião de caça da FAB (Força Aérea Brasileira) - ainda não tem prazo para ser encerrado. Mesmo assim, a fabricante de radares Omnisys, com sede em São Bernardo, faz planos para o caso de uma vitória do francês Dassault Rafale.

A empresa faz parte do consórcio que promove a venda do avião no País, que inclui, além da fabricante Dassault, a empresa de turbinas Snecma. Caberá a Omnisys produzir o radar e os equipamentos de comunicação da aeronave.

“Em caso de escolha do Rafale, a expectativa é que o nosso número de colaboradores passe de 230 para 1 mil. Chegamos a discutir ainda a possibilidade de inaugurar uma nova planta, que será necessária para a realizar a transferência de tecnologia. A produção iria continuar em São Bernardo”, destaca o presidente da empresa, Edgard Menezes.

Filial

Fundada em 1997, a Omnisys atualmente é o braço industrial e de desenvolvimento no Brasil da gigante francesa Thales, lider mundial nos mercados de Defesa, Segurança, Transportes e Aeroespacial - e que produz os mesmos equipamento nos Rafales vendidos às forças armadas francesas.

Enquanto a vitória do caça francês não se concretiza, a empresa de São Bernardo se dedica à produção de radares de controle de tráfego aéreo. Um dos carros-chefe são os radares de controle de rota Banda L. 35 unidades do equipamento já foram comercializadas, das quais 23 estão no Brasil. O restante foi exportado para países como China e Cingapura.

A empresa produz ainda sistemas de comunicação para veículos blindados do Exército Brasileiro, além de equipamentos para satélites. O planejamento da empresa, porém, não inclui somente o desenvolvimento e fabricação de equipamentos militares.

Ela foi escolhida para desenvolver o sistema de sinalização da Linha 17 do Metrô de São Paulo. “Contamos com a colaboração da Thales do Canadá, que já tem bastante experiência em projetos desse tipo”, completa Menezes. E o plano é marcar presença em outros projetos de infraestrutura no País.

“Precisamos ainda fazer de tudo no Brasil. Existe uma grande dificuldade para se conseguir vagas em hotéis, e os aeroportos estão lotados. Esses projetos são necessários antes mesmo dos grandes eventos esportivos. É evidente a importância da infraestrutura para o crescimento”, afirma o vice-presidente da Thales para a América Latina, Cesar Kuberek.

Transferência

A empresa francesa anunciou ainda, durante reunião realizada ontem, na sede da Omnisys, em São Bernardo, a transferência do centro de operações América Latina do México para São Paulo. O escritório-geral da Thales no País, que atualmente é no Rio de Janeiro, também irá se mudar para a Capital paulista.

A justificativa para a transferência é a importância do mercado nacional para a empresa. Atualmente, cerca de 70% dos radares em operação no Brasil foram produzidos justamentepela Thales.

Troca de comando

A partir de amanhã, o francês Julien Rousselet assume como diretor-geral da Thales no Brasil. Admnistrador de empresas com 37 anos, ele ocupa o lugar do também francês Laurent Mourre.

67 mil

É o número de funcionários da Thales nos 56 países em que atua.

Fonte: Evandro Enoshita (evandroe@abcdbomdia.com.br) via redebomdia.com.br

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