quinta-feira, 8 de abril de 2010

Novo mapeamento aéreo e a laser em Porto Alegre (RS)

O último levantamento completo da cidade foi feito em 1982, mas sem o uso da nova tecnologia

O retrato de Porto Alegre vai entrar na era digital. Toda a superfície da cidade será analisada com o uso de tecnologia 3D por meio de fotografias aéreas tiradas com equipamento especial instalados em um avião com capacidade para 10 pessoas. O aerolevantamento, uma iniciativa da prefeitura em convênio com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), deverá atualizar o mapa da Capital e permitirá a modernização da base dos dados urbanos.

Em 50 dias, devem ser iniciados os voos para que os técnicos tirem as fotografias digitais e façam uma varredura a laser de 545 quilômetros quadrados, incluindo o território de Porto Alegre e áreas de seus limites intermunicipais.

O resultado dessa coleta será analisado e formará uma nova referência para dados importantes da cidade, como a base cartográfica, que hoje se utiliza de um sistema de 1903, e a renovação do cadastro imobiliário, originário de 1957.

– Praticamente todas as áreas serão beneficiadas com essa iniciativa. Depois que o mapeamento estiver concluído, poderemos fazer ações, como remoções de moradias construídas em locais de risco, por exemplo, com muito mais segurança – afirma o secretário municipal da Fazenda, Cristiano Tatsch.

Segundo estimativas da prefeitura, o levantamento deverá impulsionar a regularização de cerca de 100 mil residências, entre não cadastradas e desatualizadas.

A renda gerada pela tributação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e da Taxa de Coleta de Lixo dessas economias, que deverão ser legalizadas, deverá superar o custo do projeto de cerca de R$ 22 milhões.

– Além da atualização do cadastro imobiliário, a parte econômica também terá um retorno financeiro, pois é complicado para investidores se planejarem, baseados em dados de mais de 20 anos – explica a coordenadora do curso de graduação de Engenharia Cartográfica da UFRGS, Andréia Lopes Iescheck.

O projeto é executado pelo Consórcio Guaíba, vencedor de licitação. Entre as cláusulas do contrato, que tem duração de 30 meses, está a atualização da base cartográfica, que cria um conjunto de mapas que consiste no reconhecimento do território para um sistema que permitirá o uso de GPS.

O período para os voos tem duração prevista de cinco meses, se as condições climáticas permitirem.

Tecnologia

- As fotos serão tiradas com equipamentos a bordo de um pequeno avião

- Além dos retratos planos, a utilização de laser originará imagens em 3D dos volumes das construções e das superfícies

- O Instituto de Geociências da UFRGS desenvolverá um software de conversão dos dados para o novo sistema cartográfico

- O estudo permitirá a identificação de imóveis não regularizados

- O levantamento poderá possibilitar o reconhecimento do território para um sistema de GPS

Fonte: Zero Hora

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