Ex-oficial entregou bilhete a para-quedistas exigindo que saltassem do avião. Levava pistola e espingarda.
O antigo oficial que sequestrou, anteontem, os tripulantes do avião em Tires e acabou por se suicidar pretenderia despenhar-se na zona. O aparente tresloucado plano estaria preparado ao pormenor, tanto assim que tinha alugado a aeronave há quinze dias.
A razão de ser do aluguer seria a recolha de imagens aéreas da zona de Ponte de Sor, segundo ontem noticiamos e ontem confirmou, ao JN, Mário Pardo, responsável pela empresa Get Hihg (que alugou o avião no aeródromo de Évora) e da escola de pára-quedismo Queda Livre, a funcionar também na mesma infra-estrutura aeronáutica. "Nunca imaginamos que o aluguer do avião pudesse vir a ter o desfecho que teve", salientou.
O aluguel da aeronave foi concretizado há duas semanas e o voo era para se ter realizado na sexta-feira anterior. Só por causa das más condições atmosféricas o voo foi adiado e foi acertado para anteontem. Mário Pardo não sabia, mas quando J. Oliveira, de 69 anos, surgiu anteontem no aeródromo de Évora, já o desfecho estava anunciado.
J. Oliveira estava, afinal, em fuga da localidade de Fortios, em Portalegre. Cerca das 14 horas de anteontem tinha alvejado, com dois tiros, Joaquim Garcia, de 59 anos. Feriu gravemente o homem que há quatro anos lhe vendeu o terreno onde construiu a casa, onde vivia com a mulher, de quem estaria a divorciar-se.
"Não sabemos por que é que ele disparou, mas ele dava-se mal com os vizinhos", contou um funcionário do restaurante "O Sobreiro", aonde o agressor ia com frequência.
J. Oliveira fugiu então na direção Sul, conduzindo um Hiunday Matrix, que estacionou no parque público do aeródromo de Évora. Ali chegado, tudo correu normalmente. O avião estava estacionado no hangar e além de J. Oliveira e do piloto, o sueco Mikael Anderson, entraram também mais dois para-quedistas da Queda Livre. "Foi uma medida de segurança", justifica Mário Pardo. J. Oliveira levava uma mala com material de fotografia e outra mala preparada para conter uma viola. "É uma viola, vamos passar em Tires para entregá-la a uma pessoa amiga", terá justificado, num rumo que passaria também por Ponte de Sor.
E sem que o soubessem, minutos antes da decolagem, às 14,25 horas, segundo os dados fornecidos pelo diretor do aeródromo, Eduardo Lima Basto, o Hyundai começava a arder. O avião já seguia o seu percurso e depois do piloto anunciar à torre de controlo de Tires que pretendia aterrar e ter recebido autorização para o efeito, J. Oliveira puxou de uma pistola e apontou-a aos pára-quedistas a quem entregou um bilhete onde escreveu a frase: "Têm dois minutos para sair do avião".
Mas o avião voava demasiado baixo, com o risco dos pára-quedas não abrirem, gerou-se a luta com o piloto depois do agressor tentar ficar aos comandos da aeronave. Mikael Anderson apesar da luta manteve-se aos comandos da aeronave e a fez subir para uma altura que permitiu então o salto aos dois pára-quedistas.
O avião entrou em voo picado, ameaçando esmagar-se na zona urbana de Tires, o que parecia ser a intenção suicida de J. Oliveira, que disputava os comandos da aeronave, mas Mikael Andersen conseguiu executar a aterragem em relativa segurança. "O piloto foi um verdadeiro herói", sustenta Mário Pardo. No chão J. Oliveira suicidou-se. Mais tarde, a PJ descobriu que a caixa da guitarra escondia uma carabina.
Fonte: Carlos Varela (Jornal de Notícias - Portugal) - Foto: Agência Lusa
O antigo oficial que sequestrou, anteontem, os tripulantes do avião em Tires e acabou por se suicidar pretenderia despenhar-se na zona. O aparente tresloucado plano estaria preparado ao pormenor, tanto assim que tinha alugado a aeronave há quinze dias.
A razão de ser do aluguer seria a recolha de imagens aéreas da zona de Ponte de Sor, segundo ontem noticiamos e ontem confirmou, ao JN, Mário Pardo, responsável pela empresa Get Hihg (que alugou o avião no aeródromo de Évora) e da escola de pára-quedismo Queda Livre, a funcionar também na mesma infra-estrutura aeronáutica. "Nunca imaginamos que o aluguer do avião pudesse vir a ter o desfecho que teve", salientou.
O aluguel da aeronave foi concretizado há duas semanas e o voo era para se ter realizado na sexta-feira anterior. Só por causa das más condições atmosféricas o voo foi adiado e foi acertado para anteontem. Mário Pardo não sabia, mas quando J. Oliveira, de 69 anos, surgiu anteontem no aeródromo de Évora, já o desfecho estava anunciado.
J. Oliveira estava, afinal, em fuga da localidade de Fortios, em Portalegre. Cerca das 14 horas de anteontem tinha alvejado, com dois tiros, Joaquim Garcia, de 59 anos. Feriu gravemente o homem que há quatro anos lhe vendeu o terreno onde construiu a casa, onde vivia com a mulher, de quem estaria a divorciar-se.
"Não sabemos por que é que ele disparou, mas ele dava-se mal com os vizinhos", contou um funcionário do restaurante "O Sobreiro", aonde o agressor ia com frequência.
J. Oliveira fugiu então na direção Sul, conduzindo um Hiunday Matrix, que estacionou no parque público do aeródromo de Évora. Ali chegado, tudo correu normalmente. O avião estava estacionado no hangar e além de J. Oliveira e do piloto, o sueco Mikael Anderson, entraram também mais dois para-quedistas da Queda Livre. "Foi uma medida de segurança", justifica Mário Pardo. J. Oliveira levava uma mala com material de fotografia e outra mala preparada para conter uma viola. "É uma viola, vamos passar em Tires para entregá-la a uma pessoa amiga", terá justificado, num rumo que passaria também por Ponte de Sor.
E sem que o soubessem, minutos antes da decolagem, às 14,25 horas, segundo os dados fornecidos pelo diretor do aeródromo, Eduardo Lima Basto, o Hyundai começava a arder. O avião já seguia o seu percurso e depois do piloto anunciar à torre de controlo de Tires que pretendia aterrar e ter recebido autorização para o efeito, J. Oliveira puxou de uma pistola e apontou-a aos pára-quedistas a quem entregou um bilhete onde escreveu a frase: "Têm dois minutos para sair do avião".
Mas o avião voava demasiado baixo, com o risco dos pára-quedas não abrirem, gerou-se a luta com o piloto depois do agressor tentar ficar aos comandos da aeronave. Mikael Anderson apesar da luta manteve-se aos comandos da aeronave e a fez subir para uma altura que permitiu então o salto aos dois pára-quedistas.
O avião entrou em voo picado, ameaçando esmagar-se na zona urbana de Tires, o que parecia ser a intenção suicida de J. Oliveira, que disputava os comandos da aeronave, mas Mikael Andersen conseguiu executar a aterragem em relativa segurança. "O piloto foi um verdadeiro herói", sustenta Mário Pardo. No chão J. Oliveira suicidou-se. Mais tarde, a PJ descobriu que a caixa da guitarra escondia uma carabina.
Fonte: Carlos Varela (Jornal de Notícias - Portugal) - Foto: Agência Lusa
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