terça-feira, 4 de novembro de 2025

Soviéticos já tentaram colocar asas em um tanque para ele voar na guerra

Concepção do Antonov A-40 Krylya Tanka, um tanque com asas para ser lançado
diretamente no campo de batalha (Imagem: Reprodução)
Diversos aviões tiveram o apelido de tanque de guerra voador na história, mas um em particular era, de fato, isso. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a União Soviética testou uma espécie de tanque aéreo para ser usado no campo de combate.

Tecnicamente, era um tanque convencional, mas com asas. Apesar de promissor, o projeto não saiu como o esperado.

A origem


Após estudos de um conceito novo de aeronave pedido em 1941, o avião foi batizado A-40 Krylya Tanka (KT, ou tanque de asas). O objetivo era ter uma arma de guerra que chegasse mais rápido nos locais de batalha e que estivesse pronta para o combate.

Tanques pequenos já voavam como carga do lado de fora de alguns aviões em caráter experimental, mas nada parecido com o projeto do A-40. Lançar veículos de aviões, seja diretamente no solo ou por paraquedas, requeria um certo tempo para estivessem prontos para a ação, já que as tropas teriam de chegar ao local separadamente.

Colocar asas em um tanque, por sua vez, permitia que os veículos ficassem aptos para o combate imediatamente após o pouso, já que levariam as tropas a bordo do tanque.

Funcionamento


O escolhido foi o tanque T-60. Ele foi adaptado para se transformar em um biplano, com extensas asas. Apenas assim para conseguir sustentar o peso do tanque, que era elevado.

O A-40 seria rebocado por outro avião, mais especificamente, bombardeiros pesados soviéticos. Sobre o campo de batalha, ele seria solto e planaria até o local do pouso.

Nesse momento, não haveria nenhuma propulsão, já que o tanque contaria apenas com as asas e estruturas para permitir suas manobras, sem nenhum motor como o de um avião convencional.

Ao tocar no solo, o piloto do tanque (que também comandava o voo) acionava uma alavanca para soltar a estrutura das asas e da cauda do planador, que permitiam ao veículo voar.

Não deu certo...


Embora parecesse que teria sucesso, o projeto (assim como tantas outras ideias de aviões durante as guerras) não deu certo. Diversas tentativas de decolagem falharam.

Teria sido estudado se o tanque ficaria com as esteiras em ponto morto para acompanhar a velocidade de decolagem do avião rebocador ou se ele teria alguma adaptação especial para fazê-lo chegar à velocidade de decolagem, de 160 km/h.

Foram realizadas diversas tentativas de decolagem, sendo que muitas não deram certo. Em um voo, o bombardeiro que rebocava o A-40 precisou largá-lo antecipadamente pois o tanque gerava um arrasto muito grande, o que colocou ele em risco de queda.

O projeto acabou abandonado devido à dificuldade de levar o tanque alado em segurança e na velocidade necessária. Além disso, para ficar mais leve, o tanque perdeu parte de seus armamentos e decolava apenas com uma fração pequena de combustível, colocando em dúvida sua capacidade de ação no campo de batalha.

Ficha técnica
  • Modelo: A-40 Krylya Tanka
  • Fabricante: Antonov
  • Tripulação: Dois
  • Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 18 metros
  • Comprimento: 12 metros
  • Peso da parte aérea (asas, cauda, entre outros): 2 toneladas
  • Peso do tanque: 5,8 toneladas
  • Peso total: 7,8 toneladas
Diagrama de como seria o Antonov A-40 Krylya Tanka (Imagem: Reprodução)
Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)

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