Fotografia da bomba perdida, que foi recuperada meses depois (Foto: Domínio Público) |
Apesar da gravidade do ocorrido, não ocorreu uma explosão atômica, o que tornaria as consequências ainda mais devastadoras.
Contexto histórico
Em plena Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética viveram um estado de constante tensão militar. Ambas as potências mantinham armas nucleares em prontidão, preparadas para contra-ataques rápidos.
Nesse cenário, os EUA desenvolveram operações como o Chrome Dome, que consistem em voos contínuos de bombardeiros estratégicos armados com bombas nucleares em diversas regiões do mundo. O objetivo era garantir a capacidade de ataque rápido em caso de guerra, mas a prática não era isenta de riscos.
Operação Chrome Dome
A Operação Chrome Dome foi renovada no início da década de 1960. Os bombardeiros B-52 voavam diariamente em rotas pré-determinadas, muitas vezes sobre a Europa, o Atlântico Norte e o Ártico.
Equipadas com armamento nuclear, essas aeronaves eram reabastecidas em pleno voo pelos aviões-tanque KC-135. O procedimento minimizava a necessidade de pouso e reforçava a prontidão nuclear dos Estados Unidos.
O acidente
Na manhã de 17 de janeiro de 1966, um bombardeiro B-52 colidiu com um KC-135 durante o reabastecimento aéreo sobre a costa sudeste da Espanha. A investigação resultou na destruição de ambas as aeronaves, além da queda de quatro bombas termonucleares próximas à vila de Palomares.
Marinha dos EUA fizeram uma grande operação de resgate para encontrar as bombas (Foto: USNavy) |
Por que não explodiu?
As bombas nucleares que caíram em Palomares não explodiram porque os dispositivos de detonação nuclear não foram acionados. As armas possuíam múltiplos mecanismos de segurança para evitar uma explosão acidental.
No entanto, o impacto causou a dispersão de material radioativo, gerando preocupações de contaminação e uma complexa operação de limpeza localizada pelos EUA.
O avião utilizado
B-52 Stratofortress (Foto: Airman 1st Class William O'Brien) |
Sua operação em voos de longa duração, como os do Chrome Dome, destacou a importância da logística de reabastecimento aéreo, mas também expôs os riscos de missões prolongadas.
O pós-incidente
O acidente em Palomares foi comprovado em uma resposta diplomática imediata entre os Estados Unidos e a Espanha. Equipes americanas conduziram operações de descontaminação na área, coletando toneladas de solo contaminado para serem enterradas nos EUA.
Palomares ainda tem áreas cercadas cuja descontaminação não foi concluída (Foto: BBC) |
O episódio de Palomares é um lembrete sombrio dos riscos associados à corrida nuclear. Apesar de não ter desencadeado uma tragédia global, o acidente deixou marcas profundas na história da Guerra Fria e na vida de quem testemunhou os efeitos diretos dessa disputa geopolítica.
Via Todos a Bordo/UOL, Aventuras na História e BBC Brasil
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