segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Os aviões estão mais lentos. Sabe porquê?


Já ouviu a frase “Tempo é dinheiro?“, pois bem, esta afirmação é verdade em quase todas as afirmações, à exceção do mundo da aviação. Bem… Mais ou menos! Vamos por partes?

Primeiro, qual é o meu objetivo com esta questão? É que caso não saiba, comparativamente aos anos 60, a aviação está um pouco mais lenta.

Não, não estamos a falar dos atrasos da TAP, ou dos problemas inerentes ao aeroporto de Lisboa, estamos mesmo a falar de no geral, em todo o mundo, é agora mais lento ir do ponto A para o ponto B, a bordo de um avião comercial. Já tinha notado?

Qual é a razão para os aviões não voarem mais rápido?


Pois bem, enquanto andava pela Internet a vasculhar curiosidades do mundo moderno, deparei-me com uma comparação de voos Norte-Americanos atuais, contra os dos anos 60. Fazia ideia, que um voo comercial, é agora significativamente mais lento, face aos números dos anos 60? Ou seja, em mais de 50 anos de aviação, as coisas em vez de ficarem mais rápidas, ficaram um pouco mais lentas!


Na comparação, tínhamos um voo da American Air Lines, em 1967, a sair de Nova Iorque ao meio-dia em ponto, e a chegar ao destino, Los Angeles, às 14h43 da tarde, a contar com a diferença horária, este voo tinha uma duração de 5 horas e 43 minutos.

Pois bem, em 2023, o mesmo voo sai de Nova Iorque ao meio-dia, mas apenas chega a Los Angeles às 15h27 da tarde, ou seja, novamente a contar com a diferença horária, este voo tem agora a duração de 6 horas e 27 minutos.

O que aconteceu?


Pois bem, este não é um exemplo isolado, isto acontece em quase todos os voos, em todas as companhias aéreas. Uma viagem de avião, demora agora mais tempo, face aos anos 60. Incrível não é? Sabe porquê?

Pois bem, hoje em dia, existe um maior tráfego aéreo, e por isso mesmo, a calendarização é mais complicada, e é preciso contar com atrasos, ou outros problemas. Mas isto não justifica tudo.

Caso não saiba, a velocidade há muito que deixou de ser o foco das companhias áreas, para dar espaço à eficiência energética, e claro, ao máximo aproveitamento dos componentes de cada avião. Sendo exatamente por isso que o Concorde, o avião comercial mais rápido do mundo, deixou de voar, não por ser perigoso, mas por ser extremamente ineficiente no uso de combustível, e também ser um máquina com um desgaste muito alto.

Afinal, numa viagem transatlântica, na altura, o Concorde queimava logo à partida, cerca de 7500€. Um valor muito alto, que na verdade nunca era recuperado pelas companhias, tal era o preço do bilhete.

Aliás, quando foi a última vez que escolheu um voo pelo tempo total da viagem?


Muito provavelmente, como a grande maioria dos consumidores, vai optar pelo voo mais barato, mesmo que este demore mais 30 ou 40 minutos. Além disso, vai também preferir um voo com menos escalas, e que aterre num aeroporto mais prático, ou pelo menos mais confortável para aquilo que quer fazer.

As companhias sabem isto melhor que ninguém, por isso, para poupar combustível, tentam sempre voar à velocidade de maior eficiência, e claro, tentam também jogar com o ciclo de vida dos aviões, ou das peças de maior desgaste.

Via Nuno Miguel Oliveira (Leak - Portugal)

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