sábado, 12 de março de 2022

China se recusa a fornecer peças de avião para companhias russas, diz imprensa

Fato ocorre após a Boeing e a Airbus interromperem a entrega de componentes devido à invasão da Ucrânia, pressionando ainda mais o setor de aviação no país.


A China se recusou a fornecer peças de aviões para companhias aéreas russas, informaram agências de notícias de Moscou, citando Valery Kudinov, que trabalha na Rosaviatsia, responsável pela manutenção de aeronaves.

O fato ocorre após a Boeing e a Airbus interromperem a entrega de componentes, em razão da invasão da Ucrânia pelas tropas de Vladimir Putin, pressionando ainda mais o setor de aviação do país. Segundo a Interfax, mencionada pela Reuters, o Kremlin busca alternativas na Turquia e na Índia para solucionar o problema.

Também foi informado que, após as sanções, o país está registrando os aviões localmente — isso era feito na maioria das vezes no exterior, em locais como as Bermudas ou Cayman — e que muitas aeronaves devem ser devolvidas aos locadores.

Além disso, um projeto de lei na indica que o governo russo planeja ordenar que as companhias aéreas domésticas paguem por aeronaves alugadas em rublos, o que pode agravar ainda mais a crise.

Em nota, o Movimento Democracia Sem Fronteiras afirmou que, apesar do ato carregar uma possível simbologia de sanção aos russos, a China não age sem pensar de forma estratégica e sempre em benefício próprio.

“Apesar de ser aliada da Rússia e compartilhar de um mesmo regime autoritário, desde o início da guerra na Ucrânia, a China resolveu adotar um tom de ‘neutralidade’. Agora, com essa negativa à Rússia, a China deixa claro que pretende se beneficiar com o enfraquecimento da economia russa em razão das sanções aplicadas àquele país. O cerco ao país se fechou e os russos podem sofrer fortes impactos econômicos”, disse em nota.

De acordo com o movimento, chineses já estão tratando sobre a possibilidade de comprar fatias de empresas russas de energia, como a gigante do setor de gás Gazprom.

“O ato disfarçado de apoio às sanções nada mais é do que uma possibilidade de se beneficiar economicamente e politicamente do conflito, marcando seu território na Ásia e não deixando sua força cair no mundo”, afirmou.

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