Um Airbus A330-300 da companhia russa Aeroflot, no voo 501 entre Tel Aviv e Moscou, teve que mudar sua altitude em 2.000 pés (600 metros) para evitar colisão com uma aeronave de reconhecimento dos EUA.
O incidente aconteceu em 3 de dezembro, acima do Mar Negro, conforme anunciou a autoridade de aviação russa Rosaviatsia.
O porta-voz da Rosaviatsia disse que a aeronave – um CL-600, também conhecido como ISR Artemis – mudou repentinamente de altitude de 11.000 metros (aproximadamente 36.000 pés) para 9.200 metros (aproximadamente 30.000 pés), e cruzou o caminho do voo civil.
Segundo o porta-voz, os controladores de voo russos tentaram se comunicar com o jato militar, mas não obtiveram resposta. Como resultado, eles solicitaram que o voo da Aeroflot mudasse sua altitude.
De acordo com dados do Flightradar24, o Voo 501 começou a descer às 6h55 UTC, quando estava a aproximadamente 70 quilômetros (37 milhas náuticas) da costa turca, e mudou sua altitude de 35.000 pés (10.670 metros) para 31.000 pés (9.450 metros), antes de iniciar a subida para 36.000 pés (11.000 metros) às 7h04 UTC.
A agência russa RIA Novosti informou que o voo da Aeroflot transportava 142 passageiros. Segundo um porta-voz da Rosaviatsia, os pilotos da Aeroflot puderam identificar visualmente o avião americano no momento em que as duas aeronaves se cruzaram.
A autoridade da aviação também disse que vai iniciar uma nota de protesto em relação ao incidente. Segundo ele, voos intensivos de aeronaves da OTAN perto da fronteira com a Rússia estão colocando em risco as aeronaves civis.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, recorreu às redes sociais para criticar o incidente, afirmando que “as ações da Força Aérea dos Estados Unidos criaram uma ameaça à aviação civil. E se um desastre foi evitado no espaço aéreo acima das águas abertas do Mar Negro, isso não significa que os Estados Unidos e a OTAN possam continuar a arriscar a vida de pessoas impunemente”.
❗️ Maria #Zakharova: @usairforce actions have posed risks to civil aviation.
— MFA Russia 🇷🇺 (@mfa_russia) December 5, 2021
Just because an air incident over the Black Sea’s Int waters has been prevented, this does not mean the US and NATO can further put people’s lives at #risk with impunity.
🔗 https://t.co/mHgrPfSV9f pic.twitter.com/wKBBlPViVk
“Vou repetir o que os especialistas russos já disseram: o aumento da intensidade dos voos da OTAN nas fronteiras da Federação Russa, inclusive sobre o Mar Negro, cria o risco de acidentes perigosos relacionados ao ar civil dos navios”, adicionou Maria.
A agência de notícias estatal russa TASS também anunciou que no mesmo dia os caças Sukhoi Su-27 e Su-30 foram acionados para interceptar duas aeronaves de reconhecimento da OTAN sobre o Mar Negro: um CL-600 Artemis e um Boeing RC-135.
Segundo informações do Ministério da Defesa da Rússia, citadas pela TASS, os caças impediram que os aviões americanos violassem a fronteira russa e voltaram à base.
As informações podem ter se referido ao mesmo voo do CL-600 Artemis que cruzou com o A330 da Aeroflot.
Por Fernando Valduga (Cavok)
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