Tragédia que matou 16 pessoas completa um ano na próxima sexta-feira
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) reúne-se nesta segunda-feira com os parentes das 16 vítimas do acidente com o avião da Noar Linhas Aéreas. A tragédia completa um ano na próxima sexta-feira, dia 13 de julho. O encontro está marcado para a manhã de hoje na sede da Anac, no bairro da Imbiribeira, no Recife.
No início deste mês o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que já emitiu 15 recomendações de segurança sobre o acidente. As recomendações foram encaminhadas para as empresas que operam com o mesmo tipo de aeronave, para a fabricante do avião e para a Anac. De acordo com as investigações, a turbina parou de funcionar logo após a decolagem, mas o LET 410 é projetado para conseguir voar mesmo após a parada de uma turbina. A suspeita de falha humana e de procedimentos de emergência é cada vez mais forte.
As peças da aeronave foram encaminhadas para laboratórios no Brasil e nos Estados Unidos, com o objetivo de se esclarecer porque uma das palhetas se rompeu e o que causou a parada do motor. Agora, as diligências buscam entender porque os pilotos não conseguiram fazer um pouso de emergência. Segundo os investigadores da Polícia Federal, o avião tinha potência e continuou a subir mesmo depois da parada de um dos motores. Não foram descartadas as hipóteses de erro de pilotagem ou da aeronave não ter tido o desempenho esperado em voo monomotor ou ainda uma combinação dos dois fatores.
Todos os passos do Cenipa acontecem de acordo com as orientações da Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci). Uma delas é que não deve ser atribuída uma escala de importância, ou pesos, para cada um dos chamados “fatores contribuintes”. Tudo aquilo que possa estar relacionado ao acidente gera recomendações de segurança, mesmo antes do término das investigações.
Relatório Final
Ainda não há um prazo para a emissão do relatório final do Cenipa e as informações utilizadas pelos investigadores, como a gravação da caixa preta, devem permanecer em sigilo, conforme estabelecem as regras da Oaci. No entanto, os investigadores mantêm contato com as famílias das vítimas, com a fabricante da aeronave, com a Noar e com a Anac, além da Polícia Federal, responsável pelo inquérito. Em setembro, uma reunião com as famílias foi realizada para esclarecer o andamento da investigação. Outra reunião está agendada ainda para o mês de julho.
Acidente
Por volta das 6h51 um avião bimotor modelo LET40, da companhia aérea Noar, deixou o Recife com destino a Mossoró, no Rio Grande do Norte. No minuto seguinte à decolagem, os pilotos Rivaldo Cardoso e Roberto Gonçalves reportaram problemas na aeronave e tentaram voltar ao Aeroporto Internacional dos Guararapes, na capital pernambucana. Sem sucesso na manobra, o avião terminou caindo em um terreno baldio em plena Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, assustando moradores e quem passava pelo local. O acidente aconteceu apenas quatro minutos após a decolagem. Pelo menos três explosões foram ouvidas. Dezesseis vidas se perderam. Dor para as famílias e os amigos das vítimas e um verdadeiro quebra-cabeças para ser montado pelos órgãos que vão se encarregar da investigação das causas da tragédia.
Fonte: Diário de Pernambuco (com informações da Agência Força Aérea) - Foto: Agência O Globo
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