Motoristas que trabalham no Aeroporto Internacional de Brasília pelo serviço de rádio enfrentam problemas para receber passageiros. O movimento é grande e o espaço, muito disputado
Apesar de a frota da Rádio Táxi no DF ser próxima de mil veículos, apenas três vagas são destinadas aos motoristas do setor para o embarque e desembarque de passageiros no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Diante dessa realidade, os taxistas que trabalham no local vêm colecionando uma série de multas por buscarem passageiros em locais não regulares. Apenas na última semana, 39 condutores foram multados. Ontem, o Correio contabilizou, durante cerca de duas horas, outras cinco notificações pelo mesmo motivo. As infrações registradas nesse mesmo período de tempo foram incontáveis.
De acordo com os motoristas de Radio Táxi (1), nos dias e horários de maior movimento no aeroporto, cerca de 20 carros são solicitados de uma só vez ao serviço. Como eles não têm onde parar para pegar os passageiros, as multas acabam sendo diárias. A fila, que era para ter apenas três carros, reúne mais de 10 motoristas que aguardam os clientes e acabam atrapalhando o trânsito na região. De acordo com policiais do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran) que atuam no local, os carros impedem a passagem dos veículos e muitos ficam parados nas vagas por mais tempo do que deveriam. “Não queremos atrapalhar o trabalho de ninguém, mas precisamos manter a ordem. Temos aqui um problema de estrutura: são poucas vagas, mas não podemos deixar que isso atrapalhe a fluidez do trânsito”, explicou o tenente Newton, oficial do BPTran.
Taxista há 11 anos, José Geraldo Ribeiro, 42, recebeu duas multas pelo mesmo motivo nos últimos seis meses. Atualmente, ele acredita que a fiscalização ficou ainda mais rigorosa. “Nós estamos com o chamado do cliente registrado e não conseguimos pegar o passageiro porque, se paramos, eles nos multam. Nós ficamos dentro do carro, ou então passamos bem devagar e mesmo assim somos multados. Faltam vagas, mas também falta compreensão com relação ao nosso serviço”, defende-se o taxista. Galvânio Lúcio Soares, 44, foi multado ontem pela manhã. “Eu preciso pegar o meu passageiro. Para isso tenho que encostar, não estou estacionando. É um absurdo, daqui a uns dias nós vamos trabalhar apenas para pagar multa”, indignou-se o motorista, que trabalha com o transporte de passageiros há 14 anos. A multa é de R$ 86 e em caso de reincidência passa para R$ 126.
Protesto
Para reclamar contra as autuações, os taxistas fizeram um protesto na manhã de ontem em frente à plataforma inferior do Aeroporto. “Os motoristas da Rádio Táxi trabalham devendo diariamente R$ 220 por dia para as empresas. Eles não fazem o transporte por conta própria, e mesmo assim a Infraero, responsável pela demarcação das vagas, não toma uma atitude”, considerou o presidente do Sindicato de Taxistas Locatários do DF, Sandro Heleno Pereira. Segundo Sandro, muitas vezes os taxistas são multados, inclusive com duplicidade. Isso porque, além do BPTran, a Subsecretaria de Infraestrutura e Transporte Público Individual do GDF também é responsável pela fiscalização no Aeroporto e tem o poder de notificar os motoristas. “Desse jeito, a multa muitas vezes vem dos dois lados, e nem adianta recorrer. Além disso, o tratamento dos policiais não é nada amigável, vamos reclamar no Comando da PM”, acrescentou o presidente do sindicato.
Para Lourdes Brito, fiscal do GDF desde 1997, as multas aplicadas aos taxistas no Aeroporto já não são mais capazes de conter o problema no local. “É humanamente impossível multar todo mundo e isso não resolve, porque não tem espaço para que as coisas possam realmente ficar organizadas. Ao mesmo tempo, não podemos deixar os carros pararem onde quiserem”, explicou. Quatro policiais do BPTran são responsáveis pela fiscalização no Aeroporto em cada turno. Os fiscais também trabalham em duplas e por período. “Apoiamos os taxistas no sentido de que as vagas são poucas, mas temos que continuar cumprindo a nossa função de fiscalização”, explicou o tenente Newton, oficial do BPTran. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Infraero, que não esclareceu o que fará com relação às vagas, nem a respeito dos pedidos encaminhados pelos taxistas.
O número
1 mil - Frota estimada das 12 cooperativas da Radio Táxi que atuam no DF.
* (1) - Com desconto: o DF conta hoje com 12 cooperativas de Rádio Táxi. Do total de taxistas, cerca de 800 trabalham com 30% de desconto sobre o valor marcado no taxímetro, o que os diferencia dos demais motoristas que têm ponto em uma central fixa no Aeroporto e que contam com 30 vagas para deixar e embarcar passageiros.
Fonte: Noelle Oliveira (Correio Braziliense) - Daniel Ferreira (CB/DAPress)
Apesar de a frota da Rádio Táxi no DF ser próxima de mil veículos, apenas três vagas são destinadas aos motoristas do setor para o embarque e desembarque de passageiros no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Diante dessa realidade, os taxistas que trabalham no local vêm colecionando uma série de multas por buscarem passageiros em locais não regulares. Apenas na última semana, 39 condutores foram multados. Ontem, o Correio contabilizou, durante cerca de duas horas, outras cinco notificações pelo mesmo motivo. As infrações registradas nesse mesmo período de tempo foram incontáveis.
De acordo com os motoristas de Radio Táxi (1), nos dias e horários de maior movimento no aeroporto, cerca de 20 carros são solicitados de uma só vez ao serviço. Como eles não têm onde parar para pegar os passageiros, as multas acabam sendo diárias. A fila, que era para ter apenas três carros, reúne mais de 10 motoristas que aguardam os clientes e acabam atrapalhando o trânsito na região. De acordo com policiais do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran) que atuam no local, os carros impedem a passagem dos veículos e muitos ficam parados nas vagas por mais tempo do que deveriam. “Não queremos atrapalhar o trabalho de ninguém, mas precisamos manter a ordem. Temos aqui um problema de estrutura: são poucas vagas, mas não podemos deixar que isso atrapalhe a fluidez do trânsito”, explicou o tenente Newton, oficial do BPTran.
Taxista há 11 anos, José Geraldo Ribeiro, 42, recebeu duas multas pelo mesmo motivo nos últimos seis meses. Atualmente, ele acredita que a fiscalização ficou ainda mais rigorosa. “Nós estamos com o chamado do cliente registrado e não conseguimos pegar o passageiro porque, se paramos, eles nos multam. Nós ficamos dentro do carro, ou então passamos bem devagar e mesmo assim somos multados. Faltam vagas, mas também falta compreensão com relação ao nosso serviço”, defende-se o taxista. Galvânio Lúcio Soares, 44, foi multado ontem pela manhã. “Eu preciso pegar o meu passageiro. Para isso tenho que encostar, não estou estacionando. É um absurdo, daqui a uns dias nós vamos trabalhar apenas para pagar multa”, indignou-se o motorista, que trabalha com o transporte de passageiros há 14 anos. A multa é de R$ 86 e em caso de reincidência passa para R$ 126.
Protesto
Para reclamar contra as autuações, os taxistas fizeram um protesto na manhã de ontem em frente à plataforma inferior do Aeroporto. “Os motoristas da Rádio Táxi trabalham devendo diariamente R$ 220 por dia para as empresas. Eles não fazem o transporte por conta própria, e mesmo assim a Infraero, responsável pela demarcação das vagas, não toma uma atitude”, considerou o presidente do Sindicato de Taxistas Locatários do DF, Sandro Heleno Pereira. Segundo Sandro, muitas vezes os taxistas são multados, inclusive com duplicidade. Isso porque, além do BPTran, a Subsecretaria de Infraestrutura e Transporte Público Individual do GDF também é responsável pela fiscalização no Aeroporto e tem o poder de notificar os motoristas. “Desse jeito, a multa muitas vezes vem dos dois lados, e nem adianta recorrer. Além disso, o tratamento dos policiais não é nada amigável, vamos reclamar no Comando da PM”, acrescentou o presidente do sindicato.
Para Lourdes Brito, fiscal do GDF desde 1997, as multas aplicadas aos taxistas no Aeroporto já não são mais capazes de conter o problema no local. “É humanamente impossível multar todo mundo e isso não resolve, porque não tem espaço para que as coisas possam realmente ficar organizadas. Ao mesmo tempo, não podemos deixar os carros pararem onde quiserem”, explicou. Quatro policiais do BPTran são responsáveis pela fiscalização no Aeroporto em cada turno. Os fiscais também trabalham em duplas e por período. “Apoiamos os taxistas no sentido de que as vagas são poucas, mas temos que continuar cumprindo a nossa função de fiscalização”, explicou o tenente Newton, oficial do BPTran. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Infraero, que não esclareceu o que fará com relação às vagas, nem a respeito dos pedidos encaminhados pelos taxistas.
O número
1 mil - Frota estimada das 12 cooperativas da Radio Táxi que atuam no DF.
* (1) - Com desconto: o DF conta hoje com 12 cooperativas de Rádio Táxi. Do total de taxistas, cerca de 800 trabalham com 30% de desconto sobre o valor marcado no taxímetro, o que os diferencia dos demais motoristas que têm ponto em uma central fixa no Aeroporto e que contam com 30 vagas para deixar e embarcar passageiros.
Fonte: Noelle Oliveira (Correio Braziliense) - Daniel Ferreira (CB/DAPress)
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