quinta-feira, 3 de junho de 2010

Jobim desqualifica estudo do Ipea sobre aeroportos

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, desqualificou nesta quarta-feira o estudo divulgado esta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) sobre a situação dos aeroportos no País. O estudo chamou a atenção para a incapacidade dos aeroportos nacionais de atenderem a demanda. Para Jobim, o levantamento tem "falsas informações" e "está atrasado".

O ministro citou vários pontos da pesquisa que, em sua análise, "não correspondem" ao que ocorre no setor atualmente. Disse que impostos mencionados como incidentes no setor foram reduzidos a zero ou suspensos. Afirmou ainda que o Ipea "mentiu" em R$ 1,7 bilhão o total de investimentos da Infraero entre 2000 e 2007, indicado como R$ 3 bilhões no relatório.

Jobim também contestou a capacidade dos aeroportos indicados no levantamento. Ele disse que a capacidade do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, apontada como 53 operações por hora, na verdade é de apenas 45 "porque estamos trabalhando para terminar o pátio".

Jobim disse ainda que o Ministério da Defesa tem como 45 operações as do aeroporto de Brasília, quando o estudo aponta 36; em Congonhas (SP), seriam 34, contra 24 apontados no estudo; em Manaus (AM) seriam 12, não 9, como está no estudo; e no aeroporto da Pampulha (MG), a capacidade máxima de operação seria de 12, não 5, como diz o Ipea.

"Os dados são absolutamente errados", criticou o ministro. "O trabalho foi todo desenvolvido pelo Ipea sem ouvir absolutamente o setor. Só ouviram um elemento do setor, o sindicato nacional das empresas aéreas", disse.

O ministro concluiu suas críticas dizendo que o Ipea "não merece" ser reconhecido como um órgão com um "histórico extraordinário, com capacidade analítica e desenvolvimento de trabalhos".

Ao divulgar o estudo, o Ipea afirmou que os aeroportos do País já não atendem a demanda e que a perspectiva de crescimento do país deve piorar a situação nos próximos anos.

Fonte: Claudia Andrade (Terra)

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