1ª fase tem conclusão prevista para dezembro de 2010, já como parte dos investimentos para a Copa de 2014
O governo de São Paulo prevê lançar o edital para construção da Linha 17-Ouro do Metrô até novembro. Vai ligar o Aeroporto de Congonhas ao Estádio do Morumbi, num traçado de 21,5 quilômetros de extensão. Será feita em três etapas e poderá ter verba federal. A primeira fase tem conclusão prevista em 15 meses, dezembro de 2010, já como parte dos investimentos paulistas para a Copa do Mundo de 2014. "Entre 30 e 60 dias o edital estará nas ruas e o projeto funcional da linha está concluído. Prevemos o início das obras para janeiro. É possível que o trem esteja rodando em dezembro de 2010 num primeiro trecho", prevê o secretário adjunto de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, João Paulo de Jesus Lopez.
Mas não será um metrô convencional. A proposta é fazer um monotrilho suspenso em pilares. As composições terão tração elétrica e sustentação sobre pneus. A pista suspensa deverá ocupar o canteiro central de avenidas como a Jabaquara, Bandeirantes, Washington Luís, Roberto Marinho. De acordo com Lopez, a definição pelo monotrilho levou em conta número menor de desapropriações, embora não tenha adiantado o número de imóveis a serem derrubados.O governo de São Paulo prevê lançar o edital para construção da Linha 17-Ouro do Metrô até novembro. Vai ligar o Aeroporto de Congonhas ao Estádio do Morumbi, num traçado de 21,5 quilômetros de extensão. Será feita em três etapas e poderá ter verba federal. A primeira fase tem conclusão prevista em 15 meses, dezembro de 2010, já como parte dos investimentos paulistas para a Copa do Mundo de 2014. "Entre 30 e 60 dias o edital estará nas ruas e o projeto funcional da linha está concluído. Prevemos o início das obras para janeiro. É possível que o trem esteja rodando em dezembro de 2010 num primeiro trecho", prevê o secretário adjunto de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, João Paulo de Jesus Lopez.
O custo total do projeto é estimado em R$ 3,3 bilhões. Foi solicitado ao governo federal financiamento de R$ 2,4 bilhões, por meio de recursos do Programa de Aceleração dos Crescimento (PAC) da Mobilidade. "Também haverá participação da Prefeitura de São Paulo na terceira fase das obras, na região do Morumbi", disse Lopez.
Para efeito de comparação, a Linha 4-Amarela do Metrô, que entrará em operação em 2010, tem custo de mais de R$ 3 bilhões. Os 12,8 quilômetros de extensão entre a Vila Sônia e a Estação Luz são todos subterrâneos. Na Linha 17-Ouro, as vias e estações deverão ser construídas a uma altura entre 12 e 15 metros.
Para segurança dos passageiros durante o embarque, é prevista porta de plataforma em todas as estações. Essas portas são feitas de vidro e se abrem simultaneamente com as portas dos trens. A demanda prevista para as três fases juntas é de transportar 230 mil usuários por dia, segundo o Metrô.
A Linha 17-Ouro é o segundo projeto em monotrilho na capital. O governo estadual também prevê a construção do Expresso Tiradentes entre a Vila Prudente e Cidade Tiradentes, na zona leste, nesse formato, num trecho de 22,3 quilômetros em vias elevadas.
Para o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unesp, Fernando Okimoto, a escolha pelo monotrilho deve levar em conta problemas a serem gerados com o elevado, como desvalorização de regiões e agressão à paisagem urbana. "Pode-se resolver o problema do transporte e provocar um outro, urbanístico. Veja o problema do Elevado (Minhocão), que tem ao lado unidades habitacionais ociosas porque ninguém consegue morar lá."
Ligação entre aeroporto e metrô levará 6 minutos
Primeiro trecho da Linha 17 será inaugurado em dezembro; segunda fase inclui uma estação intermodal
A viagem pelo monotrilho da Linha 17-Ouro entre o Aeroporto de Congonhas e a Estação São Judas do Metrô, o primeiro trecho a entrar em operação, em dezembro de 2010, vai demorar seis minutos. Essa etapa de 3,8 quilômetros de extensão tem duas estações, segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, e uma demanda prevista de 18 mil usuários por dia.
O trecho 2, São Judas-Estação Morumbi, com interligação na Estação Jabaquara do Metrô, movimentará 100 mil usuários/dia. O Metrô projeta intervalo de 5 minutos para cada composição e capacidade de transportar até 20 mil pessoas por hora, em cada sentido, nos horários de pico. Essa fase deve começar a operação em 2012 e terá mais 10,8 quilômetros e 12 estações. Vai fazer ligação com as Estações Morumbi, da Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), e Jabaquara da Linha 1-Azul do Metrô.
Nessa segunda etapa haverá uma estação intermodal para quem utiliza carros, ônibus urbano e interurbano e metrô, na Avenida Roberto Marinho, logo após o cruzamento com a Avenida Washington Luís, na zona sul. Haverá ainda interligação com ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e a Linha 5-Lilás do Metrô. E os 6,9 km da última etapa farão ligação com a Estação São Paulo-Morumbi da Linha 4-Amarela do Metrô, e outras cinco estações. Esse trecho tem previsão de operação em 2014, antes da Copa.
Para o consultor Elmir Germani, diretor da TTC Engenharia de Tráfego e Transportes, é importante verificar se o monotrilho se inserirá de forma adequada na paisagem e se a população se adaptará ao modelo. "Temos recursos escassos. Se esse modelo der certo, bom. Mas com poucos recursos ainda defendo que a melhoria dos ônibus é a solução", afirma.
Já o adido de Transportes da Embaixada da França no Brasil, Jean-François Fritsche, disse que há grande interesse do país nos projetos de São Paulo, mas destaca que o monotrilho é muito caro. Fritsche defende veículos leves sobre trilhos (VLTs) "Não é preciso fazer túneis, como o metrô convencional, e as obras evoluem rápido. O monotrilho não se integra ao ambiente. O VLT pode ser construído no chão e precisa desapropriar muito pouco."
O VLT francês, fabricado pela Alstom, assegura o adido, custa entre R$ 47,5 milhões e R$ 57 milhões o quilômetro. O metrô subterrâneo custa entre R$ 285 milhões e R$ 380 milhões o quilômetro. A estimativa da Linha 17 está em R$ 157 milhões o quilômetro. "Não procede essa questão do preço. O monotrilho terá menos intervenções urbanas. Será criado um corredor menor do que o VLT precisaria, sem contar que não haverá cruzamentos de vias. Esse outro projeto exige mais desapropriações", rebate o secretário adjunto de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, João Paulo de Jesus Lopez.
Fonte: Eduardo Reina (O Estado de S. Paulo) - Foto: metro.sp.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário