sábado, 15 de agosto de 2009

Anac interdita o Aeródromo de Feijó, no Ceará

Está prevista a vistoria da Anac para verificar se os problemas na infra-estrutura do Aeródromo Feijó foram reparados

Por conta de “riscos operacionais na pista de pouso e decolagem”, o Aeródromo Feijó, no bairro Siqueira, foi interditado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A determinação é do último dia 5, por meio do notam BO973/200 do órgão, que é emitido a cada 180 dias com as condições de funcionamento das pistas de aterrissagem.

Agora, conforme o Diário do Nordeste constatou na manhã de sexta-feira, que a pista de 600 metros e mais 200 de escape, passa por recapeamento e limpeza, sendo a previsão para uma nova vistoria da Anac na próxima semana, como anteciparam a proprietária do aeródromo, Socorro Feijó, e o comandante Celso Tinoco, proprietário de uma empresa de manutenção no local. A partir dessa visita, afirmam, é que poderá se saber quando a pista será liberada e voltará a funcionar normalmente.

Riscos operacionais

Por meio da assessoria de imprensa, a Anac informou que os “riscos operacionais”, contidos no notam, referem-se a problemas na infra-estrutura do aeródromo. Segundo a assessoria, o notam tem validade de 180 dias. O documento é uma espécie de boletim, que notifica as condições das pistas. Passados os 180 dias, uma nova vistoria é feita pela Anac. Caso o problema tenha sido sanado, o nome da empresa sai do notam. Senão, a empresa permanece no boletim. Por outro lado, a empresa também pode chamar, antes do prazo, um fiscal para avaliar se já foram resolvidos.

“Enquanto está interditada, a pista não pode operar”, avisou a assessoria de imprensa. Porém, de acordo com Tinoco, antes mesmo da decisão da Anac, o Aeródromo já iria passar por reformas. O problema, entretanto, é que devido às chuvas, as obras tiveram de ser adiadas. “Em janeiro decidimos fazer melhoramentos na pista. Seria recapeamento, limpeza no mato que passou a crescer nas fissuras por conta das chuvas e conserto a área de escape. Como a quadra chuvosa demorou mais do que o previsto, só agora pudemos começar os reparos”, informa.

Por isso, como justifica, há uma semana, os trabalhos foram iniciados. “Para fazer reformas na pista, é preciso entrar em contato com a Anac para fazer a interdição. Já íamos fazer isso, mas ainda estava chovendo e prorrogamos. Nesse ínterim, em julho último, veio um fiscal do Aeroporto Internacional Pinto Martins, que manda o relatório à Anac, e indicou que precisávamos melhorar a área de acesso, retirar o mato, recapear as fissuras, sobretudo nas laterais, e observar o galpão, que existe há muito tempo e possui a altura de 14 metros, sendo o máximo 24”.

Como complementou Celso Tinoco, a cada cinco anos o Ministério da Aeronáutica realiza uma avaliação, por meio da Anac, para que sejam avaliadas as condições. Assim, era esperada a visita para este mês de agosto, que aconteceu em julho, tanto que eles já tinham se programado para fazer as intervenções. Assim, antecipa a proprietária Socorro Feijó, “a pista está paralisada, o recapeamento já foi iniciado e o local deve ser reinaugurado em setembro”.

Além disso, como avisou Socorro, “até a conclusão da obra, nenhuma aeronave poderá deixar o local. A legislação é muito rígida e não podemos autorizar qualquer saída, nem colocar em risco qualquer operação”. Isso porque, como argumenta a proprietária, para retirar as aeronaves do aeródromo, os pilotos precisam de uma autorização especial, que é dada pela Anac. Ao todo, como enumera Celso Tinoco, há aproximadamente 30 aviões de pequeno porte no local. Destes, oito estão em condições de vôo. “No período da retirada autorizada pela Anac, param-se as obras e depois elas são retomadas. Nossa intenção é que a pista só volte a operar depois que estiver tudo concluído”. Enquanto isso, comenta o advogado e piloto Cândido Albuquerque, não há prejuízo nenhum o fato de seu avião estar parado no aeródromo.

De acordo com o advogado e aviador, “a pista tinha alguns buracos e não há nada de extraordinário na interdição, já que ela precisava passar por reformas e para isso tem de ser interditada”.

Fonte: Janine Maia (Diário do Nordeste) - Foto: Adriana Pimentel

Um comentário:

Anônimo disse...

Poderia liberar pelo menos os aviões do Aeroclube do do Ceará.