sábado, 16 de agosto de 2025

Por que comissários se sentam nas mãos ou cruzam os braços durante o voo?

Comissária de voo: Tripulantes de cabine costumam sentar sobre as mãos ou ficar de
 braços cruzados durante pousos e decolagens (Imagem: Thinkstock/Getty Images)
Durante decolagens e pousos, fases críticas do voo, é comum ver os comissários em posições específicas, como se sentando sobre as mãos ou cruzando os braços. Isso tem uma finalidade específica e, como quase tudo na aviação, tem a ver com segurança.

O objetivo principal é proteger e manter a capacidade de agir rapidamente em caso de emergência. Sentar-se sobre as mãos ou cruzar os braços é uma variação inerente ao uso em emergências (brace position, em inglês), recomendada para situações em que há risco iminente.

O que é a posição?


A postura dos comissários nos pousos e decolagens é definida para que o tripulante fique sentado ereto, com o cinto afivelado, os pés no chão e as mãos colocadas sob as coxas, palmas para cima e comentários fechados. Esse arranjo reduz os movimentos involuntários dos braços em caso de impacto, causando o risco de ossos fraturados, luxações ou lesões na cabeça.

Já sentar sobre as mãos é recomendado especialmente para evitar que, em uma desaceleração repentina, os braços se soltem e se tornem um perigo tanto para os próprios tripulantes quanto para os passageiros ou a cabine. Essa prática também ajuda a manter o corpo firme, algo necessário para minimizar danos em situações adversas

Cruzar os braços


Algumas companhias recomendam que os comissários cruzem os braços sobre o tronco. Uma delas é a Gol, que informou à reportagem que, conforme seu MCV (Manual do Comissário de Voo), essa postura visa minimizar movimentos involuntários dos braços causados por um primeiro impacto em caso de emergência.

Ou seja, a posição segue o mesmo objetivo de se sentar com as mãos sob as coxas.

Mudança de acordo com o assento


A variação da "posição de suporte" decorre do tipo de assento (se voltado para frente ou para trás, por exemplo). Os tripulantes usam cintos de quatro pontos, e os assentos são adequados para absorção correta de impacto. Por isso, há ajustes como apoiar os pés atrás dos joelhos ou juntar o queixo ao peito, reduzindo o risco de lesões cervicais.

A prática se consolida com base em estudos de acidentes aéreos. Os braços livres aumentam muito as chances de lesões. A adoção dessa posição feita por adaptações com o tempo, e a postura sentada sobre as mãos se mostrou eficaz para tripulantes usando cintos de quatro pontos.

Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)

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