O projeto da multicabine do escritório espanhol T36 Taller De Arquitectos elimina o assento do meio da aeronave (Imagem: Divulgação/T36 Taller De Arquitectos) |
Apaixonados por viajar já estão acostumados: profissionais de design das fabricantes de aeronaves e das próprias companhias aéreas, de tempos em tempos, anunciam mudanças em seus voos com o objetivo de oferecer mais conforto aos passageiros e convencer até os mais céticos de que viajar de avião não precisa ser um remédio amargo.
Dentre as novidades anunciadas no último ano, uma tendência se destaca: mais espaço para deitar e dormir e, quem sabe, um adeus definitivo ao polêmico assento do meio.
A conclusão foi apresentada em março nas indicações do prêmio Crystal Cabin Award — o Oscar do design de interiores da aviação — que celebrou o que foi chamado de "soluções modulares" para a ampliação dos espaços dos viajantes.
Na cerimônia que acontecerá em junho e coroará o melhor do segmento em oito categorias — entre elas "conceitos de cabine" e "conforto de passageiro" — deverão competir gigantes como a American Airlines e a Air New Zealand, que anunciaram grandes novidades aos seus projetos durante 2022.
Nova cabine do Boeing 787-9 da American Airlines terá suítes como esta, com cama e mini guarda-roupa (Imagem: Divulgação) |
Em comum, elas têm a adoção de nichos ou "ninhos", que garantem mais privacidade ao passageiro, com maior espaço para as pernas e até a possibilidade de deitar totalmente na horizontal para dormir. A American Airlines, por exemplo, abriu mão de uma parte de seus assentos para criar suítes com porta para quem embarcar, especialmente na classe executiva, a partir de 2024.
Skynest da Air New Zealand será disponibilizado em voos com Boeings 787 Dreamliner a partir de 2024 (Imagem: Divulgação) |
Já o modelo da Air New Zealand, que também deverá chegar aos céus em 2024, foi mais ambicioso e colocou beliches a bordo com o seu "Skynest" na classe econômica, além de oferecer suítes com sofás para a executiva.
Assento "ninho" da Finnair foi lançado na classe executiva em 1º de março de 2022 (Imagem: Divulgação) |
Ambos expandem o conceito dos "assentos-ninho" que já haviam sido anunciados pela Finnair em fevereiro de 2022 e competem pelos prêmios, mas o da aérea neozelandesa aprofunda uma proposta que pode sinalizar o futuro da aviação: os dois andares da cabine — como os famosos ônibus londrinos.
Projeto "Chaise Longue", selecionado pelos jurados do prêmio internacional de excelência em inovação de interiores de aeronaves Crystal Cabin Award (Imagem: Divulgação) |
A ideia, aliás, já havia se destacado na edição do último ano do Crystal Cabin Award, em que os jurados destacaram o inovador projeto do jovem espanhol Alejandro Núñez Vicente, que criou o Chaise Longue — conceito em que a classe econômica da aeronave seria repleta de poltronas em dois níveis diferentes para melhor acomodar demandas por espaço.
Cabine-matriosca e janelas virtuais
Em 2023, uma das propostas que concorrem ao prêmio também vem da Espanha, do escritório T36 Taller De Arquitectos. Sua multicabine é como uma matriosca, a famosa boneca russa recheada por miniaturas similares ao seu exterior. Por isso, o "corpo de seu avião" possui três distintas minicabines sobrepostas em seu interior — cada uma dela com duas fileiras.
O projeto da multicabine do escritório espanhol T36 Taller De Arquitectos elimina o assento do meio da aeronave (Imagem: Divulgação/T36 Taller De Arquitectos) |
A ideia é eliminar o polêmico e, por vezes, tão detestado assento do meio, mas sem abrir mão de ampliar o número de assentos dentro da aeronave. Outro aspecto inovador ficou por conta das janelas: parte delas seriam virtuais, projetando um exterior tranquilo para o conforto mental do passageiro que não tem acesso às laterais da aeronave.
O Crystal Cabin Awards acontecerá em 6 de junho, em Hamburgo, na Alemanha, e boa parte dos escolhidos pode começar a cruzar os céus a partir de 2024. Quanto ao futuro das viagens imaginado pelos indicados, resta aguardar para conferir se suas previsões mais criativas se confirmarão.
Via Nossa/UOL
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