Imagina sair de São Paulo e chegar em Paris, na França, em menos de 3 horas – cerca de 2h30 para ser mais exato. É o tempo de voo que a nova aeronave da startup Destinus deve fazer em um futuro próximo.
A nova aeronave hipersônica é uma mistura de avião com foguete, como resumiu o engenheiro chefe Davide Bonetti, da empresa Destinus, cuja sede fica na Suíça. Se realmente sair do papel, o projeto promete revolucionar a aviação comercial.
Para se ter uma ideia, ele seria bem mais rápido do que o Concorde, que voava em uma velocidade de Match 2 e nas décadas de 1970 e 1980 fazia a rota entre Paris e Nova York em 3h30 – com esse novo avião voando até Mach 5, o mesmo trajeto demoraria 1h30.
Para conseguir diminuir o tempo das viagens de avião e voar a mais de cinco vezes a velocidade do som, a empresa tem desenvolvido uma tecnologia que vai usar o hidrogênio como combustível. “Tentamos alcançar um alcance muito, muito longo com nossos veículos”, diz Martina Löfqvist, gerente de desenvolvimento de negócios da empresa, à CNN. “Isso significa voar da Europa até a Austrália a Mach 5.
Usar querosene significa que o veículo ficaria bastante pesado, enquanto em comparação o hidrogênio é muito leve”, afirmou. “O objetivo é fazer com que a aeronave voe em cima de ondas de choque geradas por ela mesma. É um formato muito eficiente, usando menos combustível para voar porque você tem menos resistência com o ar”.
Se o objetivo a longo prazo é que a aeronave voe 100% movida a hidrogênio, a zero emissão, por enquanto a empresa trabalha com uma outra forma: usar nas decolagens o combustível de aviação convencional e depois mudar quando o avião atingir velocidades de cerca de Mach 3.
A empresa promete fazer um voo entre São Paulo e Xangai, na China, em 4 horas e 15 minutos - hoje, a viagem dura cerca de 22 horas.
Avião promete levar passageiros de SP à China em 4 horas |
Protótipos e planos
A Destinus tem trabalhado com protótipos menores para ir, aos poucos, aumentando o tamanho das aeronaves. Até agora, foram realizados dois testes bem-sucedidos e até o ano que vem o Destinus 3, já movido a hidrogênio e com cerca de 10 metros de comprimento, deve fazer o seu voo inaugural já em velocidade supersônica.
A expectativa é que na próxima década seja lançado a primeira aeronave de menor porte para cerca de 25 passageiros. Já um avião totalmente comercial, com diferentes classes, está previsto para voar na década de 2040. Mas, até lá, a empresa ainda vai ter de encarar vários desafios, como a produção do hidrogênio.
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