No dia 1º de dezembro, a polícia federal alemã prendeu um marroquino de 31 anos no aeroporto de Frankfurt, após ele fugir pela área restrita e chegar até a pista de pouso. As informações foram dadas pela própria instituição por meio de um comunicado de imprensa. A atitude temerária do rapaz causou disrupção nas operações de um dos mais movimentados aeroportos da Alemanha.
Segundo os policiais, o homem havia chegado a Frankfurt em um voo proveniente de Dubai. Depois de uma transferência de ônibus para o Píer B, ele saiu do veículo discretamente e sem permissão e andou na direção do pátio com naturalidade procurando não ser notado.
Ele caminhava na direção de uma grade quando foi descoberto, dando início a uma caçada policial, com apoio do veículo da fiscalização de pátio (também chamado de “Follow-Me”). Quando percebeu que estava sendo perseguido, ele correu para a pista de pouso.
O veículo “Follow-Me” normalmente é pintado em uma cor brilhante e usado para guiar aeronaves entre áreas de um aeroporto (Foto: Olaf Kosinsky via Wikimedia Commons) |
O controle de tráfego aéreo foi imediatamente acionado e impediu todos os poucos e decolagens entre 9h07 e 9h18 da manhã, devido ao incidente de segurança. Uma aeronave que estava prestes a pousar teve que arremeter.
A Polícia Federal iniciou um processo de investigação contra o marroquino devido à perigosa interferência no tráfego aéreo e à tentativa de entrada não autorizada na Alemanha. O rapaz, que é fotógrafo e mora nos Emirados Árabes Unidos, afirmou em seu interrogatório que gostaria de visitar sua esposa na Holanda. No entanto, ele não conseguiu o visto para isso e, portanto, tentou entrar sem ser detectado por esse meio.
O homem foi enviado de volta a Dubai no dia 2 de dezembro.
Um possível caso de skiplagging?
Curiosamente, o indivíduo não tinha visto para entrar na UE. Na verdade, é padrão para as companhias aéreas e sua equipe verificar se todos os passageiros têm a documentação adequada e liberação para seu destino final - seja no balcão de check-in ou no portão. Isso é algo que teria sido verificado em Dubai neste caso.
No entanto, o incidente de quarta-feira pode ter sido um caso de “ skiplagging”, que é a prática de reservar um itinerário onde a escala é o destino verdadeiro e pretendido do viajante. Freqüentemente usado para garantir tarifas aéreas mais baixas, é concebível que a prática seja usada para entrada não autorizada em um país.
Nesse caso, poderíamos imaginar que o indivíduo poderia ter reservado um voo da Lufthansa de Dubai para um país onde seu passaporte lhe daria entrada sem visto. Túnis seria um exemplo, pois a companhia aérea atualmente não opera voos para o Marrocos. Embora os vistos de trânsito no aeroporto Schengen sejam necessários para certas nacionalidades, Marrocos não está em nenhuma lista.
Por Carlos Ferreira (Aeroin) / Simpleflying.com
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