Eles pedem "equipamento necessário para proteção de doenças perigosas e potencialmente mortais".
Mais de 200 trabalhadores responsáveis pela limpeza de cabines de aviões do aeroporto de LaGuardia realizaram nesta quinta-feira (09/10) uma paralisação para denunciar a "falta de proteção diante de uma possível exposição ao ebola e outras doenças infecciosas".
Após horas de protestos, a Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey informou em comunicado que aceitava "analisar as preocupações mostradas pelo pessoal de limpeza da Air Serv" e demonstraram "alegria por voltarem ao trabalho", o que está previsto para acontecer às 22h (locais, 23h em Brasília). O aeroporto de LaGuardia, que só opera voos nacionais, não está entre os cinco aeroportos americanos que reforçaram as medidas de segurança para evitar o contágio do ebola.
Os trabalhadores da Air Serv, empresa terceirizada pela companhia aérea Delta para a limpeza de suas aeronaves, convocaram na noite da última quarta (08/10) a paralisação de 24 horas para reivindicar "o equipamento necessário para proteção de doenças perigosas e potencialmente mortais", informou o sindicato 32BJ em comunicado.
Uma das funcionárias, Marisa Collado, explicou à Agência Efe: "Minha maior preocupação é nossa saúde como trabalhadores. Estamos em contato com muitas doenças contagiosas e, especialmente preocupados agora com o ebola. Não recebemos formação e não temos ferramentas para nos proteger".
Os protestos começaram ontem no terminal D no de fim de um turno, e hoje às 5h30 (locais) 40 trabalhadores começaram a se manifestar nas imediações do aeroporto. Como exemplo, afirmaram que mês passado um dos trabalhadores da Air Serv foi hospitalizado após se perfurar com uma seringa quando limpava o bolsão de um assento de uma aeronave.
Ao meio-dia houve uma entrevista coletiva com a presença do senador José Peralta, do membro do conselho de Nova York Antônio Reynoso e do presidente do 32BJ, Hector Figueroa. "Cada vez que entramos em um avião, confiamos nossa saúde e nossa segurança aos limpadores de avião", disse Peralta sobre a associação, que já tinha declarado greve há duas semanas reivindicando reajustes salariais.
Os trabalhadores também denunciaram o pouco tempo dado para limpar as aeronaves, que algumas vezes chega a ser de cinco minutos, quando consideram que uma limpeza completa deveria levar 45 minutos.
O sindicato lembrou que o Comitê para a Saúde e a Segurança de Nova York denunciou em um relatório as violações que acontecem diariamente tanto no LaGuardia como no aeroporto JFK, o maior de Nova York.
"Esse é só o princípio dos problemas de saúde e segurança que os trabalhadores da Air Serv enfrentam", afirmou o comunicado, em que também denunciaram não receber a formação necessária para realizar o trabalho.
Nesta quinta o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, pediu aos cidadãos que não hesitem a ir ao hospital se tiverem sintomas de ebola. Ele afirmou que qualquer morador que for a um hospital será atendido "independentemente de sua capacidade de pagamento e sem perguntas intrometidas".
Fonte: EFE via Época Negócios - Foto: Reuters
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