
Por volta das 16h de domingo (21), um ultraleve, sem registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), caiu sobre as veranistas. A queda foi amortecida pelo veículo Uno da família de Olíria. Mas a idosa sofreu ferimentos graves e foi levada para o Hospital Cristo Redentor.
A necropsia e a investigação sobre as causas do acidente ainda não estão concluídas, mas o delegado de Balneário Pinhal Peterson Benitez garante que a situação legal do instrutor Marco Antônio Serafim e do aluno Valdecir Clarindo Soares, que estavam no comando da aeronave na hora do acidente, agrava-se com a morte da vítima:
– Até então, eles seriam acusados de lesão corporal. Agora eles podem ser acusados de homicídio doloso (de seis a 20 anos de prisão), lesão corporal seguida de morte (de quatro a 12 anos de reclusão) ou homicídio culposo (com pena de um a três anos). Como o inquérito ainda não está concluído, não temos como dar certeza, mas sabemos que haverá indiciamento.
O filho de Olíria, Jair Francisco Marcos, afirma que o advogado da família está sendo consultado sobre o caso:
– Ainda não sabemos qual o procedimento, mas faremos algo com certeza. Infelizmente teve de acontecer uma tragédia para barrar essa prática ilegal. Temos a obrigação moral de impedir que isso aconteça com outras pessoas.
Levantadas pela perícia, as hipóteses para o acidente são falha mecânica ou manobra equivocada do piloto.
Ultraleve estava irregular
O ultraleve que caiu sobre um carro e duas veranistas no domingo no Litoral Norte não tinha qualquer registro junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O piloto e o instrutor que estavam na aeronave que se acidentou em Dunas Altas, no município de Palmares do Sul, também não tinham certificados de piloto nem de autorização de voo. O delegado Peterson Benitez, da Delegacia da Polícia Civil de Balneário Pinhal, responsável pelo inquérito, afirmou ontem que o voo era irregular.
O instrutor Marco Antônio Serafim, 41 anos, e o aprendiz Valdecir Clarindo Soares, 38 anos, se apresentaram na DP de Quintão, onde reconheceram não ter as licenças necessárias para o voo. Soares sofreu ferimentos leves no rosto. O instrutor nada sofreu. Inicialmente, a polícia havia divulgado que os dois deixaram o local do acidente com medo de agressão.
– Estive no local o tempo todo, prestei socorro às vítimas e assumo a responsabilidade. Soares, que estava ferido, foi a procura de socorro. Confirmo que não tinha licenças, mas pratico voos há anos sem que nunca tivesse tido qualquer problema – disse Serafim por telefone a ZH.
Fonte: Zero Hora - Foto: Gilmar Santos
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