Ambos sobreviveram.
Na manhã desta quarta-feira, 6, um ultraleve modelo AA-155, prefixo PU-AIX (60302), caiu no final desta manhã no bairro Siqueira, periferia de Fortaleza (CE).
A aeronave monomotor caiu num terreno baldio pouco depois de levantar vôo da pista do Aeródromo Feijó, localizado no bairro Siqueira. O acidente aéreo aconteceu na manhã de ontem, por volta das 10h40. Os dois tripulantes sofreram fraturas múltiplas nas pernas, além de cortes no rosto e na cabeça, mas não correm risco de morte.
O desastre teria ocorrido por conta de uma pane no motor da aeronave, de prefixo PU-AIX, que teria ´apagado´ durante a decolagem. Mas, o motivo concreto do sinistro só será conhecido posteriormente. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), com o apoio da Aeronáutica, já iniciou a perícia técnica do acidente e o resultado deverá sair em 90 dias.
O monomotor caiu acerca de 200 metros da cabeceira de pista do Aeródromo Feijó, num terreno baldio que fica defronte à Rua Valdemar Albuquerque, próximo ao Conjunto Residencial Sumaré. A parte dianteira do monomotor ficou completamente destruída e as duas asas bastante danificadas. Além disso, uma das rodas foi arrancada no momento do impacto da aeronave com o chão, que provocou forte estrondo.
Os dois tripulantes do monomotor - o piloto, Cícero Cândido de Lima Filho, de 50 anos de idade; e o co-piloto, Pompeu Costa Sousa, 52 anos - sobreviveram ao acidente.
Populares acionaram a Polícia, bem como o Corpo de Bombeiros. Policiais militares da 4ª Companhia do 6º BPM (Conjunto Ceará) chegaram rapidamente ao local e observaram que as vítimas estavam presas às ferragens.
Os tripulantes do monomotor foram socorridos por equipes do SAMU e por um helicóptero do Ciopaer para o Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro), mas nem chegaram a dar entrada, sendo levados para um hospital particular no Bairro de Fátima.
Sorriu
Ainda no local do acidente, dentro da ambulância do Samu, o piloto Lima Filho disse que ´estava bem, embora com dores nas pernas´. Ele revelou que ´se sentia atordoado e não se lembrava de nada do acidente´, mas sorriu por estar vivo.
Pilotos que atuam no aeródromo e conhecem os dois homens acidentados compareceram ao local do desastre para ver de perto o que aconteceu. Eles não quiseram se identificar, mas informaram que o monomotor era de propriedade de Pompeu Costa Sousa.
A aeronave havia sido adquirida, recentemente, em São Paulo, e tinha apenas 300 horas de vôo, aproximadamente. ´O ultraleve era novo. Não sabemos o que teria causado a pane no motor´, disse um jovem piloto, ressaltando que ´felizmente não houve morte, como aconteceu no último acidente ocorrido aqui´.
ÁREA RESIDENCIAL
Queda ocorreu a poucos metros de casas
O acidente de ontem com o monomotor poderia ter se transformado numa tragédia se a aeronave tivesse atingido residências e postes de energia elétrica na área. Algumas estão localizadas a menos de 100 metros do local da queda, um terreno baldio tomado por mato rasteiro e pequenas árvores, na Rua Valdemar de Albuquerque. A rua é a mais próxima do Aeródromo Feijó.
Moradores da área disseram que, pouco depois das 10h30, ouviram um forte estrondo. ´Eu corri para fora de casa pra ver o que tava acontecendo e vi logo o avião destruído no chão´, contou o aposentado Francisco Jeremias. ´Pensei que tinha sido um desastre, e foi mesmo´, afirmou a dona-de-casa Maria das Dores Silva.
Segundo testemunhas, o monomotor teria feito uma curva acentuada para a direita logo depois de decolar e, nesse momento, já não se ouvia mais o barulho do motor da aeronave. O piloto teria tentado retornar, mas não conseguiu. Antes de cair no terreno baldio, o monomotor passou a poucos metros do telhado de casas e de fios de iluminação pública.
´Não quero nem pensar se esse aparelho tivesse caído em cima de uma residência. Podia ter gente morta´, contou a dona-de-casa Elisabeth Costa, que reside nas proximidades do local do acidente. Moradores reclamaram do funcionamento do aeródromo no bairro, totalmente residencial. A movimentação de aeronaves seria mais intensa às tardes.
Contudo, pilotos que usam a pista para pousos e decolagens disseram que o bairro cresceu a partir da existência do espaço. O Aeródromo Feijó funciona há cerca de sete anos, disponibilizando a pista - com cerca de 700 metros - e hangares para o uso de proprietários de aeronaves de pequeno porte.
Depois do acidente, a equipe de reportagem do Diário do Nordeste tentou entrar em contato com a direção do Aérodromo, mas ninguém atendeu às chamadas.
Fonte: Terra / G1 / Diário do Nordeste (editadas) / ANAC - Fotos: Silvana Tarelho - Atualizado em 07/08/08 às 13:07 hs.
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