O pouso do avião, pilotado pelo coronel Aleksandr Zaripov, comandante do 18o Regimento de Aviação de Assalto, foi antecedido por outras duas aeronaves parecidas Foto: ITAR-TASS
Por alguns instantes em 4 de setembro, a rodovia na região russa de Primorie se transformou em uma pista de pouso para receber o avião das forças armadas russas SU-25, que cumpria a agenda de treinamentos da circunscrição militar de Vostotchni. O processo de pouso no asfalto da rodovia não apresentou aos pilotos grandes dificuldades, mas as sarjetas localizadas nas laterais da pista se tornaram um desafio.
Segundo um comunicado oficial das Forças Aéreas da Federação Russa, ao longo dos treinamentos militares realizados no território da circunscrição militar de Vostótchni, um avião de assalto equipado com uma unidade de artilharia e duas unidades de lançamento de mísseis não guiados S-8KOM efetuou um pouso na rodovia federal M-60 Ussuri, localizada na região de Primorie. A decisão de efetuar a manobra foi tomada devido ao aumento da quantidade de operações militares com o uso de infraestrutura civil, inclusive de rodovias.
Após o pouso bem-sucedido, o avião foi submetido a uma manutenção completa, que incluiu abastecimento com combustível apropriado, ar comprimido e nitrogênio, assim como a substituição dos mísseis não guiados superfície-ar por foguetes de última geração do mesmo tipo. Após a finalização dos procedimentos, o avião partiu para a realização de outras missões.
O pouso do avião, pilotado pelo coronel Aleksandr Zaripov, comandante do 18o Regimento de Aviação de Assalto, foi antecedido por outras duas aeronaves parecidas, que apenas tocaram a superfície da pista com os trens de pouso, percorreram algumas centenas de metros e decolaram em seguida. Após a aterrisagem do SU-25, o comandante comunicou a finalização bem-sucedida da tarefa ao general Dmítri Bulgakov, vice-ministro de Defesa.
"Ainda não temos muita experiência em pousos na superfície de rodovias, que, no entanto, foram praticados na União Soviética", explicou Zaripov em uma entrevista coletiva. Segundo ele, a aterrisagem de um avião no asfalto de rodovia é uma tarefa difícil, porém apenas em termos de preparo psicológico. "A presença das sarjetas ao longo da pista causa certa desorientação nos pilotos, porém os aspectos restantes do pouso são iguais aos da pista de aeródromo. Nós só temos que levar em consideração a largura da faixa, que é de 27 metros", disse Zaripov.
De acordo com uma declaração do general-coronel Serguêi Surovikin, comandante de tropas da circunscrição militar de Vostótchni, o uso dos trechos de rodovias como as da autoestrada federal M-60 Ussuri facilitam as atividades das tropas de assalto nos locais de operações.
Os treinamentos militares realizados incluíram o pouso de uma aeronave que, de acordo com a descrição da missão, atravessou a fronteira da Federação Russa e foi obrigada pelos caças russos a aterrissar em um aeródromo nas proximidades da cidade de Vladivostok. As tarefas de acompanhamento e a emissão de ordens de pouso na missão foram realizadas pelo avião de caça SU-27SM, enquanto o helicóptero Mi-8 fazia papel de veículo infrator.
Exercícios militares
Enquanto isso, nos polígonos Achuluk, Kapústin Iar e Mar Cáspio começaram os treinamentos programados das tropas de defesa antiaérea e de aeronáutica que contaram com a participação dos navios da flotilha da base naval do Cáspio.
A agenda de exercícios militares das tropas da circunscrição militar de Iújni inclui operações de defesa contra um ataque inesperado de aviões e foguetes inimigos, assim como o treinamento de tiros usando novos sistemas de defesa antiaérea S-400, Pantsir-S1, Buk-M1, Tor-M1 e o complexo Tunguska.
O papel principal nos exercícios foi atribuído às unidades de defesa antiaérea e defesa antimíssil, cuja principal missão consiste na proteção da cidade de Moscou e dos principais alvos do Distrito Industrial Central. Apesar da forte interferência das ondas de rádio e calor de 50 graus, os sistemas S-400 Triumf e S-300 Favorit atingiram mais de cem alvos aéreos no polígono de Achuluk.
Fonte: Vladímir Bogdanov, especial para Gazeta Russa - Fotos: ITAR