A Sol pretende seguir o caminho de empresas como a gaúcha NHT, a Team Transportes Aéreos, do Rio de Janeiro, a Sete, de Goiânia e a Litorânea Linhas Aéreas, no Nordeste, que encontraram pequenos nichos de operação na aviação regional operando aviões menores.
"O Paraná tem algumas das cidades mais ricas do interior brasileiro, mas apenas quatro delas tem vôos regulares", diz Marcos Solano que há cinco anos desenvolve o projeto da empresa de aviação regional.
"O nosso público é quem usa ônibus ou automóvel para se deslocar", completa. O médico está em negociações para a aquisição de sete aeronaves turboélice L410 com capacidade para 19 pessoas, fabricada pela tcheca Let Aircraft Industries. A aeronave já é utilizada por empresas como a Team que, inclusive, está assessorando Solano no seu projeto. Com velocidade máxima de 400 quilômetros por hora e robusto ao ponto de descer em pistas mais precárias, há atualmente dez L410 em operação no País e cerca de 300 na América Latina. O primeiro avião, comprado diretamente do fabricante, chega em dezembro e mais três aeronaves serão incorporadas à frota da Sol ao longo de 2009.
Embraer na mira
"Nós já conseguimos financiamentos para as operações de leasing junto a dois bancos europeus e, além dos aviões tchecos, vamos adquirir mais para frente pelo dois modelos 190 da Embraer", acrescenta. Na medida em que os aviões forem chegando, ele quer incorporar novas linhas integrando Cascavel e região às demais grandes cidades paranaenses, além de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Oeste de Santa Catarina e também o Paraguai.
Segundo Marcos Solano, a empresa já adquiriu um hangar junto ao aeroporto de Cascavel, onde serão centralizadas as operações de manutenção e também manteve contatos junto à Prefeitura e Cettrans, visando a cessão de espaço para guichês e atendimento ao público.
Para ocupar o cargo de diretor operacional da Sol Linhas Aéreas, acabou de contratar o Mestre em Ciências Aeronáuticas e piloto Siro Wittef, que irá responder pelo recrutamento, seleção e treinamento de pilotos e demais técnicos.
Empresas unidas
A autorização da Anac é apenas o primeiro passo para a criação da companhia aérea. Até fazer decolar seu primeiro avião, a Sol ainda precisa cumprir mais duas etapas: obter o Certificado de Homologação de Empresas de Transporte Aéreo (Cheta), que exige a verificação de toda a parte operacional da companhia, como condição das aeronaves e treinamento das equipes e a concessão que permitirá à empresa explorar comercialmente o serviço de venda de passagens, transporte de passageiros e cargas.
"Há uma série de pequenas empresas que estão encontrando boas soluções de negócios em nichos da aviação regional e que estão sendo assessoradas pela Team. Acredito que, no futuro, todos nós vamos nos unir para formar uma empresa maior ou realizar uma associação com uma grande empresa", conclui o médico.
Ficha técnica do avião
A Sol Linhas Aéreas vai operar inicialmente quatro aeronaves turboélices adquiridas junto à Let Aircraft Industries, maior indústria de aviões da República Tcheca e uma grandes do mundo no gênero. Mais de 1.100 unidades do L410 já foram entregues.
O Let 410 para 19 passageiros, além de tripulantes, é o modelo mais avançado da linha de turboélices da indústria tcheca. É um bimotor de asa alta, metálico, desenvolvido especialmente para o transporte de passageiros e cargas em pequenas e médias distâncias. Seu trem de pouso extremamente robusto permite operações em pistas em condições ruins, permitindo que a aeronave opere com margem de segurança.
Para o passageiro, a principal característica do LET 410 é seu amplo espaço interno (19 metros cúbicos), sendo a cabine bem mais larga e alta do que a de outros aviões de seu porte, como o Bandeirante, Twin Otter, Cessna Caravan, Beech 1900, Islander, Metro e JetStream. O tamanho das janelas e sua asa alta também permitem ao passageiro uma visão panorâmica e privilegiada durante o vôo.
Fonte: Norberto Staviski (Gazeta Mercantil)